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Embarcações da CMM Offshore estão previstas para fabricação no estaleiro Enseada (BA). Conselho diretor do fundo setorial aprovou um total de R$ 4 bilhões em prioridades, que totalizam R$ 28 bilhões de janeiro a agosto de 2025

O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) aprovou, nesta quinta-feira (18), R$ 4 bilhões em prioridades de financiamento para 14 novos projetos da indústria naval. Do total aprovado durante a 60ª reunião ordinária do CDFMM, cerca de R$ 3 bilhões priorizados são destinados a seis OSRVs (combate a derramamento de óleo) da CMM Offshore Brasil, com construção prevista para o estaleiro Enseada (BA). De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), o investimento previsto é de R$ 2,97 bilhões, com geração de 6.795 empregos diretos no estaleiro baiano.

A Compagnie Maritime Monegasque (CMM) é um grupo marítimo holandês-brasileiro, especializada em operações offshore e de transporte marítimo, com sede operacional no Rio de Janeiro. O escopo das unidades divulgado anteriormente prevê o design da Kongsberg Ship Design e um sistema de propulsão híbrido com motores Wärtsilä, que tornarão as embarcações 30% mais eficientes em consumo de combustível em comparação com navios convencionais. As embarcações serão projetadas para uma futura adaptação ao uso de etanol como combustível, o que poderá reduzir em até 70% as emissões de carbono após a implementação.

Além dos quase R$ 3 bilhões priorizados para a CMM, os demais investimentos somam pouco mais de R$ 1 bilhão e incluem a construção, modernização, docagem, manutenção e reparo de embarcações, bem como a construção de um dique flutuante. A Navegação Guarita, sediada no Rio Grande do Sul, recebeu aprovação para construir, em estaleiros do Pará, quatro navios-tanque e três barcaças-tanque, no valor de R$ 312,8 milhões, além de um rebocador e empurradores em Santa Catarina, avaliados em R$ 63,3 milhões.

No Amazonas, a Navegação Cunha teve priorizado um projeto de R$ 103,4 milhões para a construção de 21 balsas graneleiras, enquanto a Metalmar Industrial e Naval, também amazonense, recebeu autorização para investir R$ 18,2 milhões em um dique flutuante. Em Santa Catarina, a Bram Offshore obteve aprovação para modernizar o AHTS (manuseio de âncoras) Campos Contender e o PSV (transporte de suprimentos) Bram Bravo, em projeto de R$ 26,6 milhões.

A Elcano recebeu autorização para a docagem de um navio gaseiro em Pernambuco, no valor de R$ 7,3 milhões, além de uma docagem intermediária no Rio de Janeiro, de R$ 16,4 milhões. Já a Wilson Sons Ultratug Offshore obteve aprovação para executar serviços de docagem e manutenção de motor, em investimento de R$ 40,7 milhões. A Oceanpact recebeu aprovação para modernizar o OTSV Ilha do Mosqueiro, em projeto de R$ 21,3 milhões.

Pelas regras do FMM, novos projetos têm até 450 dias para contratação do financiamento, prazo reduzido para 180 dias em caso de prorrogação. O fundo pode financiar até 90% do valor, com condições que variam conforme o conteúdo nacional e o tipo de embarcação, segundo a resolução 5.225/2025 do Conselho Monetário Nacional (CMN).

O ministério informou que, após a 60ª reunião, os projetos aprovados pelo CDFMM em 2025 são da ordem de R$ 28 bilhões. De acordo com o balanço de janeiro a agosto apresentado na reunião, foram priorizados R$ 24 bilhões. Mais R$ 1 bilhão correspondem a projetos já contratados e outros R$ 1 bilhão estão associados a repasses de recursos do FMM à indústria naval. O prazo para envio de projetos à 61ª reunião ordinária, marcada para 11 de dezembro, termina no dia 13 de outubro.

“Os estados brasileiros terão papel estratégico com a construção dos navios OSRVs no Estaleiro Enseada, iniciativa que vai gerar empregos, renda e expandir a capacidade produtiva do país”, afirmou em nota o ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho. O secretário nacional de hidrovias e navegação, Dino Antunes, que preside o CDFMM, acrescentou que os projetos priorizados representam investimentos importantes para consolidar a infraestrutura da navegação nacional e ampliar a eficiência do transporte fluvial.

FONTE: Portos e  Navios – Danilo Oliveira