IMAGEM: FECOMÉRCIO

Plenário aprova cancelamento digital da contribuição sindical no PL1663/2023; veja como os deputados votaram.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 318 a 116, o Destaque nº 8 (DTQ 8), apresentado pelo deputado Pedro Lucas Fernandes (UNIÃO-MA) à Emenda 1 do Projeto de Lei 1663/2023, de autoria do deputado Rodrigo Valadares (UNIÃO-SE). O PL 1663/2023 propõe a revogação de dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), instituída pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e agora segue para análise no Senado Federal.

O destaque aprovado estabelece que os trabalhadores poderão cancelar, de forma digital, a contribuição sindical — de natureza voluntária. Esse cancelamento poderá ser realizado por meio de portais governamentais, plataformas sindicais, aplicativos privados autorizados ou e-mail. Para a validade do procedimento, será exigida a autenticação da identidade do trabalhador, por meio digital ou mediante assinatura física acompanhada de documento de identificação.

A proposta determina que os sindicatos disponibilizem canais digitais para o cancelamento, prestem atendimento adequado e mantenham os registros dos pedidos por, no mínimo, cinco anos. O cancelamento deverá ser confirmado em até 10 dias úteis e, caso não haja resposta no prazo, o pedido será considerado automaticamente processado. O texto também prevê que o Poder Executivo deverá regulamentar os padrões de segurança digital aplicáveis no prazo de até 90 dias após a sanção da lei.

Veja como votou cada deputado na Câmara:

Parlamentar UF Voto
Avante
André Janones MG Não
Bruno Farias MG Sim
Delegada Ione MG Sim
Neto Carletto BA Sim
Pastor Sargento Isidório BA Sim
Waldemar Oliveira PE Sim
Total Avante: 6   
Cidadania
Alex Manente SP Sim
Amom Mandel AM Sim
Any Ortiz RS Sim
Arnaldo Jardim SP Sim
Total Cidadania: 4   
MDB
Acácio Favacho AP Sim
Alceu Moreira RS Sim
Alexandre Guimarães TO Sim
Andreia Siqueira PA Sim
Antônio Doido PA Sim
Augusto Puppio AP Sim
Baleia Rossi SP Sim
Célio Silveira GO Sim
Cleber Verde MA Sim
Cobalchini SC Sim
Delegado Palumbo SP Sim
Dra. Alessandra Haber PA Sim
Emanuel Pinheiro Neto MT Sim
Fábio Teruel SP Sim
Gutemberg Reis RJ Sim
Henderson Pinto PA Sim
Hercílio Coelho Diniz MG Sim
Hildo Rocha MA Não
João Cury SP Sim
José Priante PA Sim
Juarez Costa MT Sim
Keniston Braga PA Sim
Lucio Mosquini RO Sim
Luiz Fernando Vampiro SC Sim
Márcio Biolchi RS Sim
Newton Cardoso Jr MG Sim
Osmar Terra RS Sim
Otoni de Paula RJ Sim
Pezenti SC Sim
Rafael Brito AL Sim
Rafael Prudente DF Sim
Ricardo Maia BA Sim
Sergio Souza PR Sim
Simone Marquetto SP Sim
Yury do Paredão CE Sim
Total MDB: 35   
Novo
Adriana Ventura SP Sim
Gilson Marques SC Sim
Luiz Lima RJ Sim
Marcel van Hattem RS Sim
Ricardo Salles SP Sim
Total Novo: 5   
PCdoB
Alice Portugal BA Não
Daiana Santos RS Não
Daniel Almeida BA Não
Enfermeira Rejane RJ Não
Jandira Feghali RJ Não
Márcio Jerry MA Não
Orlando Silva SP Não
Renildo Calheiros PE Não
Total PCdoB: 8   
PDT
Afonso Motta RS Não
André Figueiredo CE Não
Dorinaldo Malafaia AP Não
Duda Salabert MG Sim
Félix Mendonça Júnior BA Sim
Flávia Morais GO Não
Josenildo AP Sim
Leônidas Cristino CE Não
Márcio Honaiser MA Não
Marcos Tavares RJ Sim
Mário Heringer MG Não
Mauro Benevides Filho CE Não
Max Lemos RJ Sim
Pompeo de Mattos RS Não
Robério Monteiro CE Não
Total PDT: 15   
PL
Alberto Fraga DF Sim
Altineu Côrtes RJ Sim
André Fernandes CE Sim
André Ferreira PE Sim
Antonio Carlos Rodrigues SP Sim
Bia Kicis DF Sim
Cabo Gilberto Silva PB Sim
Capitão Alberto Neto AM Sim
Capitão Alden BA Sim
Capitão Augusto SP Sim
Carlos Jordy RJ Sim
Caroline de Toni SC Sim
Chris Tonietto RJ Sim
Coronel Armando SC Sim
Coronel Chrisóstomo RO Sim
Coronel Fernanda MT Sim
Coronel Meira PE Sim
Daniel Agrobom GO Sim
Daniel Freitas SC Sim
Daniela Reinehr SC Sim
Delegado Caveira PA Sim
Delegado Éder Mauro PA Sim
Delegado Paulo Bilynskyj SP Sim
Delegado Ramagem RJ Sim
Domingos Sávio MG Sim
Dr. Jaziel CE Sim
Eros Biondini MG Sim
Fernando Rodolfo PE Sim
Filipe Barros PR Sim
Filipe Martins TO Sim
General Girão RN Sim
General Pazuello RJ Sim
Giacobo PR Sim
Giovani Cherini RS Sim
Gustavo Gayer GO Sim
Helio Lopes RJ Sim
Jefferson Campos SP Sim
João Carlos Bacelar BA Não
Joaquim Passarinho PA Sim
José Medeiros MT Sim
Junio Amaral MG Sim
Junior Lourenço MA Sim
Lincoln Portela MG Sim
Luiz Carlos Motta SP Não
Luiz Philippe de Orleans e Bragança SP Sim
Marcelo Álvaro Antônio MG Sim
Marcio Alvino SP Sim
Marcos Pollon MS Sim
Mario Frias SP Sim
Matheus Noronha CE Sim
Mauricio do Vôlei MG Sim
Miguel Lombardi SP Sim
Missionário José Olimpio SP Sim
Nelson Barbudo MT Sim
Nikolas Ferreira MG Sim
Pastor Eurico PE Sim
Paulo Freire Costa SP Sim
Pr. Marco Feliciano SP Sim
Professor Alcides GO Sim
Ricardo Guidi SC Sim
Roberta Roma BA Sim
Roberto Monteiro Pai RJ Sim
Robinson Faria RN Sim
Rodolfo Nogueira MS Sim
Rodrigo da Zaeli MT Sim
Rosana Valle SP Sim
Rosângela Reis MG Sim
Sanderson RS Sim
Sargento Gonçalves RN Sim
Silvia Waiãpi AP Sim
Sonize Barbosa AP Não
Soraya Santos RJ Sim
Sóstenes Cavalcante RJ Sim
Tiririca SP Sim
Wellington Roberto PB Sim
Zé Vitor MG Sim
Zucco RS Sim
Total PL: 77   
Podemos
Bruno Ganem SP Sim
Enfermeira Ana Paula CE Não
Fábio Macedo MA Sim
Gilson Daniel ES Sim
Luiz Carlos Hauly PR Sim
Mauricio Marcon RS Sim
Nely Aquino MG Sim
Raimundo Costa BA Sim
Renata Abreu SP Não
Rodrigo Gambale SP Sim
Romero Rodrigues PB Sim
Ruy Carneiro PB Sim
Total Podemos: 12   
PP
Adriano do Baldy GO Sim
Afonso Hamm RS Sim
Aguinaldo Ribeiro PB Sim
AJ Albuquerque CE Sim
Allan Garcês MA Sim
Átila Lira PI Sim
Bebeto RJ Sim
Clarissa Tércio PE Sim
Claudio Cajado BA Sim
Da Vitoria ES Sim
Delegado Bruno Lima SP Sim
Delegado Fabio Costa AL Sim
Dilceu Sperafico PR Sim
Dimas Fabiano MG Sim
Dr. Luiz Ovando MS Sim
Evair Vieira de Melo ES Sim
Fausto Pinato SP Sim
João Leão BA Sim
João Maia RN Sim
Julio Arcoverde PI Sim
Julio Lopes RJ Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Lula da Fonte PE Sim
Marcelo Queiroz RJ Sim
Mauricio Neves SP Sim
Mersinho Lucena PB Sim
Pedro Lupion PR Sim
Pedro Westphalen RS Sim
Pinheirinho MG Sim
Silvia Cristina RO Sim
Socorro Neri AC Sim
Toninho Wandscheer PR Sim
Vermelho PR Sim
Vicentinho Júnior TO Sim
Zé Adriano AC Sim
Zezinho Barbary AC Sim
Total PP: 36   
PRD
Dr. Frederico MG Sim
Fred Costa MG Sim
Magda Mofatto GO Sim
Pedro Aihara MG Sim
Total PRD: 4   
PSB
Bandeira de Mello RJ Sim
Duarte Jr. MA Não
Eriberto Medeiros PE Sim
Gervásio Maia PB Não
Guilherme Uchoa PE Sim
Júnior Mano CE Não
Lídice da Mata BA Não
Lucas Ramos PE Não
Luciano Ducci PR Sim
Paulo Folletto ES Não
Pedro Campos PE Sim
Tabata Amaral SP Sim
Total PSB: 12   
PSD
Átila Lins AM Sim
Caio Vianna RJ Sim
Carlos Sampaio SP Sim
Castro Neto PI Sim
Célio Studart CE Não
Charles Fernandes BA Não
Danrlei de Deus Hinterholz RS Sim
Delegada Katarina SE Sim
Diego Coronel BA Sim
Domingos Neto CE Não
Dr. Ismael Alexandrino GO Sim
Gabriel Nunes BA Sim
Gilberto Nascimento SP Sim
Hugo Leal RJ Sim
Igor Timo MG Sim
Ismael SC Sim
Josivaldo JP MA Sim
Júlio Cesar PI Sim
Júnior Ferrari PA Sim
Laura Carneiro RJ Sim
Luciano Amaral AL Sim
Luisa Canziani PR Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Luiz Gastão CE Sim
Marcos Aurélio Sampaio PI Sim
Misael Varella MG Sim
Otto Alencar Filho BA Sim
Paulo Litro PR Sim
Paulo Magalhães BA Sim
Raimundo Santos PA Sim
Ribamar Silva SP Não
Rodrigo Estacho PR Sim
Sargento Fahur PR Sim
Saulo Pedroso SP Sim
Sidney Leite AM Sim
Stefano Aguiar MG Sim
Zé Haroldo Cathedral RR Sim
Total PSD: 37   
PSDB
Adolfo Viana BA Sim
Beto Pereira MS Sim
Beto Richa PR Sim
Daniel Trzeciak RS Sim
Geraldo Resende MS Sim
Lêda Borges GO Sim
Lucas Redecker RS Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Paulo Alexandre Barbosa SP Sim
Vitor Lippi SP Sim
Total PSDB: 10   
PSOL
Chico Alencar RJ Não
Fernanda Melchionna RS Não
Glauber Braga RJ Não
Guilherme Boulos SP Não
Ivan Valente SP Não
Luiza Erundina SP Não
Pastor Henrique Vieira RJ Não
Professora Luciene Cavalcante SP Não
Sâmia Bomfim SP Não
Tarcísio Motta RJ Não
Total PSOL: 10   
PT
Airton Faleiro PA Não
Alencar Santana SP Não
Alexandre Lindenmeyer RS Não
Alfredinho SP Não
Ana Paula Lima SC Não
Ana Pimentel MG Não
Arlindo Chinaglia SP Não
Benedita da Silva RJ Não
Bohn Gass RS Não
Carlos Veras PE Não
Carlos Zarattini SP Não
Carol Dartora PR Não
Dandara MG Não
Delegada Adriana Accorsi GO Não
Denise Pessôa RS Não
Dilvanda Faro PA Não
Dimas Gadelha RJ Não
Dr. Francisco PI Não
Erika Kokay DF Não
Fernando Mineiro RN Não
Flávio Nogueira PI Não
Helder Salomão ES Não
Ivoneide Caetano BA Não
Jack Rocha ES Não
Jilmar Tatto SP Não
João Daniel SE Não
Jorge Solla BA Não
José Airton Félix Cirilo CE Não
José Guimarães CE Não
Joseildo Ramos BA Não
Josias Gomes BA Não
Juliana Cardoso SP Não
Kiko Celeguim SP Não
Lenir de Assis PR Não
Lindbergh Farias RJ Não
Luiz Couto PB Não
Luizianne Lins CE Não
Marcon RS Não
Maria do Rosário RS Não
Merlong Solano PI Não
Miguel Ângelo MG Não
Natália Bonavides RN Não
Nilto Tatto SP Não
Odair Cunha MG Não
Padre João MG Não
Patrus Ananias MG Não
Paulão AL Não
Paulo Guedes MG Não
Pedro Uczai SC Não
Reimont RJ Não
Rogério Correia MG Não
Rubens Otoni GO Não
Rubens Pereira Júnior MA Não
Rui Falcão SP Não
Tadeu Veneri PR Não
Valmir Assunção BA Não
Vander Loubet MS Não
Vicentinho SP Não
Waldenor Pereira BA Não
Welter PR Não
Zé Neto BA Não
Zeca Dirceu PR Não
Total PT: 62   
PV
Aliel Machado PR Não
Bacelar BA Não
Clodoaldo Magalhães PE Não
Prof. Reginaldo Veras DF Não
Total PV: 4   
Republican
Adail Filho AM Sim
Albuquerque RR Sim
Alex Santana BA Sim
Amaro Neto ES Sim
Antônia Lúcia AC Sim
Antonio Andrade TO Sim
Augusto Coutinho PE Sim
Defensor Stélio Dener RR Sim
Diego Garcia PR Sim
Ely Santos SP Sim
Fernando Monteiro PE Sim
Franciane Bayer RS Sim
Fred Linhares DF Sim
Gabriel Mota RR Sim
Gilberto Abramo MG Sim
Gilvan Maximo DF Sim
Gustinho Ribeiro SE Sim
Hugo Motta PB Art. 17
Jadyel Alencar PI Sim
Jeferson Rodrigues GO Sim
Jorge Braz RJ Sim
Julio Cesar Ribeiro DF Sim
Katia Dias MG Sim
Lafayette de Andrada MG Sim
Luciano Vieira RJ Sim
Luis Carlos Gomes RJ Sim
Marcelo Crivella RJ Sim
Márcio Marinho BA Sim
Maria Rosas SP Sim
Messias Donato ES Sim
Murilo Galdino PB Sim
Ossesio Silva PE Sim
Ricardo Ayres TO Sim
Roberto Duarte AC Sim
Ronaldo Nogueira RS Não
Samuel Viana MG Sim
Silas Câmara AM Sim
Thiago Flores RO Sim
Total Republicanos: 38   
Solidariedade
Aureo Ribeiro RJ Não
Maria Arraes PE Não
Paulinho da Força SP Não
Weliton Prado MG Sim
Zé Silva MG Sim
Total Solidariede: 5   
União
Alfredo Gaspar AL Sim
Benes Leocádio RN Sim
Carla Dickson RN Sim
Carlos Henrique Gaguim TO Sim
Coronel Assis MT Sim
Coronel Ulysses AC Sim
Cristiane Lopes RO Sim
Dal Barreto BA Sim
Damião Feliciano PB Sim
Dani Cunha RJ Sim
Daniela do Waguinho RJ Sim
Danilo Forte CE Sim
David Soares SP Sim
Dayany Bittencourt CE Sim
Delegado Marcelo Freitas MG Sim
Delegado Matheus Laiola PR Sim
Douglas Viegas SP Sim
Dr. Fernando Máximo RO Sim
Dr. Zacharias Calil GO Sim
Eduardo Velloso AC Sim
Elmar Nascimento BA Sim
Fabio Schiochet SC Sim
Fausto Santos Jr. AM Sim
Felipe Becari SP Sim
Felipe Francischini PR Sim
Fernanda Pessoa CE Sim
Fernando Coelho Filho PE Sim
Gisela Simona MT Sim
José Nelto GO Sim
José Rocha BA Sim
Juninho do Pneu RJ Sim
Juscelino Filho MA Sim
Lebrão RO Sim
Leur Lomanto Júnior BA Sim
Luiz Carlos Busato RS Sim
Marangoni SP Sim
Marcos Soares RJ Sim
Maurício Carvalho RO Sim
Meire Serafim AC Sim
Mendonça Filho PE Sim
Moses Rodrigues CE Sim
Murillo Gouvea RJ Sim
Nicoletti RR Sim
Padovani PR Sim
Pastor Claudio Mariano PA Sim
Pastor Diniz RR Sim
Pauderney Avelino AM Não
Paulo Azi BA Sim
Pedro Lucas Fernandes MA Sim
Rafael Simoes MG Sim
Ricardo Abrão RJ Sim
Rodrigo de Castro MG Sim
Rodrigo Valadares SE Sim
Rosangela Moro SP Sim
Yandra Moura SE Sim
Total União: 55                

 

IMAGEM: Shutterstock/Studio concept

O setor global de transporte de contêineres está vivenciando níveis sem precedentes de utilização da frota, com a capacidade ociosa comercial atingindo a impressionante marca de apenas 0,6% da frota mundial de 32,0 Mteu, segundo a Alphaliner. Esse desenvolvimento ocorre em meio a uma complexa interação de tensões geopolíticas e interrupções na cadeia de suprimentos que afetam o comércio marítimo.

De acordo com a última pesquisa da Alphaliner, de 2 de junho, apenas 70 navios, representando 185.157 TEU, permanecem ociosos comercialmente. Essa taxa de ociosidade excepcionalmente baixa "confirma que o setor de transporte regular está 'em pleno funcionamento', com a ociosidade ocorrendo apenas por motivos operacionais incidentais", afirmou o analista.

Vários fatores estão restringindo a capacidade: a suspensão das tarifas entre EUA e China aumentou o transporte marítimo transpacífico, à medida que as empresas se apressam para transportar mercadorias antes do possível restabelecimento das tarifas em agosto. Os desvios no Mar Vermelho e o congestionamento global dos portos pressionam ainda mais a disponibilidade de embarcações, com estimativas indicando que os navios que reencaminham pela África estão reduzindo a capacidade global de transporte em 8%.

O relatório da Alphaliner destaca que a pressão da demanda é particularmente aguda no segmento de navios de grande porte, onde praticamente nenhum navio com capacidade superior a 12.500 TEU está ocioso. Curiosamente, a única exceção notável é o MSC ARIES, que permanece fora de serviço após sua apreensão pelas autoridades iranianas no ano passado.

No entanto, analistas do setor expressam cautela quanto à incerteza no mercado atual. "Embora o setor de transporte regular esteja atualmente se beneficiando das interrupções e incertezas, não está claro por quanto tempo a situação durará", observa o relatório. A Alphaliner alerta que "na ausência de fatores de absorção de capacidade, a tonelagem disponível provavelmente superará a demanda".

A potencial reintrodução de tarifas ainda este ano pode impactar significativamente os padrões comerciais e as estratégias de implantação de navios nas principais rotas de navegação.

FONTE: GCAPTAIN

IMAGEM: REUTERS/Rodolfo Buhrer

Movimentação portuária também atingiu recorde pelo segundo mês consecutivo

Os portos brasileiros movimentaram o maior volume para o mês de abril, chegando a 107,6 milhões de toneladas de cargas, um crescimento de 1,12%. Esse é o segundo mês seguido de recorde mensal na movimentação portuária total.

Os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) também mostram um outro recorde para o mês de abril: as movimentações de granéis sólidos e líquidos.

Foram movimentados 65,1 milhões de toneladas de granéis sólidos no quarto mês do ano, um crescimento de 2,27%; e 25,7 milhões de granéis líquidos, um aumento de 1,94%. Por sua vez, carga geral atingiu 5,2 milhões de toneladas, uma alta de 6,8%.

A movimentação de contêiner foi de 11,5 milhões de toneladas (-8,54%) – isso representa 1,1 milhão de TEUs. Desse total, 8,3 milhões de toneladas foram movimentadas em longo curso e 3,2 milhões por cabotagem.

Mercadoria e navegação

Ao longo do mês de abril, as cargas que tiveram o maior destaque percentual foram: Madeira com crescimento de 82,46% e movimentação de 0,6 milhão de toneladas; Fertilizantes que atingiu uma alta de 20,13% e movimentação de 3,3 milhões; e Sal que avançou 16,62% e movimentou 0,7 milhão de toneladas.

Em relação à navegação a movimentação de cargas de longo curso foi de 76,6 milhões de toneladas no quarto mês de 2025 (+1,71%), a cabotagem chegou a 23,3 milhões (-0,26%) e a navegação interior movimentou 7,6 milhões de toneladas de cargas (-0,07%).

Portos Públicos

Os portos públicos movimentaram 37,8 milhões de toneladas de cargas em abril de 2025. O número representa um decréscimo de 3,79% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Entre os 20 portos públicos que mais movimentam no país, o com maior crescimento percentual no quarto mês do ano foi o Porto de Areia Branca (RN). O aumento foi de 82,32%, em comparação com abril de 2024, e a movimentação atingiu 0,4 milhão de toneladas.

Terminais Privados

Nos terminais autorizados houve um crescimento de 4% na movimentação em relação a abril do ano passado. O setor movimentou 69,8 milhões de toneladas de cargas.

Entre os 20 TUPs que mais movimentaram em abril, o com o maior crescimento de movimentação, comparado ao mesmo mês do ano passado, é o Terminal Marítimo Ponta Ubu (ES) com uma alta de 62,4%. O terminal movimentou 1,3 milhão de toneladas de cargas.

FONTE: ANTAQ

IMAGEM: REPRODUÇÃO ANTAQ

 

A representação sindical marítima e portuária, há tempos, vem denunciando a concentração excessiva nas mãos de megatransportadoras internacionais que, ávidas por aumentar ainda mais o seu domínio e garantir lucro, expandem a sua atuação para ter quase todo o mercado para si.

Neste contexto, cabe destacar a importância da decisão da Antaq, que aprovou, na quinta-feira (5), o modelo de leilão do Tecon Santos 10, cuja proposta proíbe, inicialmente, a participação de operadores que já atuam em Santos (SP). Eles poderão disputar em um segundo momento, caso não haja habilitados na 1ª fase.

A iniciativa visa evitar o domínio de conglomerados de empresas como a Maersk e a APM Terminals, que atuam no BTP em Santos e em outros três terminais em Pecém (CE), Suape (PE) e Itapoá (SC), e a MSC, que além de operar no BTP em sociedade com a Maersk, está no Tecon (BA), no Tecon (RS), no Portonave (SC), no TVV (ES) e no MultiRio (RJ).

Sem controle efetivo do Estado, os trabalhadores são os primeiros a sentir os efeitos, como destacamos em 2016, quando a Maersk ofereceu condições laborais aviltantes para o ACT dos marítimos, as quais foram prontamente recusadas. No ano seguinte, a CMA CGM adquiriu a Mercosul Line e, em 2019, a Maersk integrou 283 mil m² de seis terminais da APM Terminals.

Em novembro de 2021, também fizemos um alerta sobre os efeitos dessa concentração. Os preços dos fretes dispararam e a Maersk chegou a alcançar o melhor período em seus 117 anos de história, com US$ 5,9 bi de lucro no terceiro trimestre. Nessa época, trabalhadores de países provedores de mão de obra marítima chegaram a ficar dois anos a bordo, sem desembarcar.

O tecon santos 10 vai ocupar uma área de 621,9 mil m² e contará com investimento de R$ 6,45 bi. Caso as megatransportadoras fiquem com o terminal, poderão deter até 80% da operação no porto, o que configura uma concentração desmedida das operações portuárias, vinculada a uma indesejada dependência no transporte marítimo para o Brasil.

Atualmente, quatro empresas europeias controlam, praticamente, todos os conteineres movimentados nos portos da cabotagem brasileira: Maersk, MSC, CMA CGM e Hapag Lloyd.

FONTE: CONTTMAF

IMAGEM: MARCELO SOUZA/TVCA

ANTAQ faz nova apresentação sobre a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai para a América Latina

A licitação vai garantir mais segurança e confiabilidade da navegação, além de aumento na movimentação da via.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) apresentou, nesta terça-feira (10), informações sobre a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai para a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI). 

O encontro reforça o compromisso da Agência em dialogar com todos os envolvidos na licitação, inclusive entes internacionais. O Rio Paraguai banha, além do Brasil, o Uruguai, o Paraguai, a Bolívia e a Argentina.

A hidrovia é um corredor logístico regional de extrema importância para os municípios que a cerca do ponto de vista de escoamento da produção e para o crescimento econômico brasileiro. 

Participaram da reunião representantes dos ministérios das Relações Exteriores, e do Planejamento e Orçamento; o secretário de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes; e da ALADI.

Sobre a concessão 

A Hidrovia do Rio Paraguai compreende o trecho entre Corumbá (MS) e a Foz do Rio Apa, localizada no município de Porto Murtinho (MS), e o leito do Canal do Tamengo, no trecho compreendido no município de Corumbá. A extensão total do projeto é de 600 km.

Nos primeiros cinco anos da concessão, serão realizados serviços de dragagem, balizamento e sinalização adequados, construção de galpão industrial, aquisição de draga, monitoramento hidrológico e levantamentos hidrográficos, melhorias em travessias e pontos de desmembramento de comboio, implantação dos sistemas de gestão do tráfego hidroviário, incluindo Vessel Traffic Service (VTS) e River Information Service (RIS), além dos serviços de inteligência fluvial. Após esse período ainda serão feitas dragagens de manutenção na via.

Essas melhorias vão garantir segurança e confiabilidade da navegação. O investimento direto estimado nesses primeiros anos é de R$ 63,8 milhões. O prazo contratual da concessão é de 15 anos com possibilidade de prorrogação por igual período.

FONTE: CORREIO DE CORUMBÁ

IMAGEM: SÉRGIO LIMA/PODER360


Para o colegiado, embora o atraso tenha sido ínfimo, a multa deve ser aplicada.

A 1ª turma do TST reconheceu multa de 50% prevista em cláusula de acordo trabalhista homologado judicialmente, diante do atraso de seis dias no pagamento de uma das parcelas. Para o colegiado, embora o atraso tenha sido ínfimo e a empresa tenha antecipado as demais parcelas, a multa deve ser aplicada.

O caso teve início com a celebração de acordo entre um pintor e uma microempresa, que fixou o pagamento de R$ 8 mil em oito parcelas mensais, prevendo a incidência de multa de 50% em caso de inadimplemento ou mora.

Após atraso de seis dias na quitação da terceira parcela, o trabalhador requereu a execução do acordo com a aplicação da penalidade.

Em defesa, a empresa alegou que o atraso foi ínfimo e destacou o adiantamento das parcelas seguintes.

O TRT da 15ª região excluiu a multa, ao considerar razoável o adiantamento do pagamento das demais parcelas após o atraso.

O trabalhador recorreu ao TST, sustentando que a exclusão da penalidade violava o art. 5º, XXXVI, da Constituição, por contrariar a coisa julgada formada com a homologação do acordo.

Ao analisar o caso, o relator, ministro Hugo Carlos Scheuermann, afirmou que a jurisprudência do Tribunal é sedimentada na "impossibilidade de exclusão da multa (cláusula penal) pelo atraso no pagamento, ainda que ínfimo, do acordo homologado judicialmente".

Nesse sentido, acrescentou que o próprio título executivo estipulava expressamente a incidência da penalidade, o que inviabiliza qualquer interpretação que afaste a multa.

Diante disso, por unanimidade, o colegiado deu provimento ao recurso, determinando a aplicação da multa de 50% sobre o valor acordado, conforme previsto na cláusula homologada.

https://www.migalhas.com.br/quentes/431759/tst-aplica-multa-por-atraso-de-6-dias-no-pagamento-de-acordo

FONTE: MIGALHAS

IMAGEM: GOV.BR

MP aperta regras do seguro-defeso para conter gastos em alta com beneficio ao pescador

Governo ainda vai editar decreto para regulamentar o benefício, que vem em trajetória considerada preocupante

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou duas medidas para conter a aceleração do crescimento das despesas com o pagamento do seguro-defeso. O benefício é pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aos pescadores artesanais durante o período de reprodução de algumas espécies, quando a pesca é proibida.

As medidas de aperto na concessão do seguro-defeso foram incluídas na MP (medida provisória) publicada nesta quarta-feira (11) para elevar a arrecadação de impostos e compensar o recuo na alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O governo acabou optando por incluir na MP cinco medidas do lado das despesas, que já estavam em estudo.

A decisão ocorre num momento em que o Congresso pressiona o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a apresentar medidas para cortar despesas. 

Pelo texto da MP, o governo fixa um limite para a dotação do gasto destinada ao pagamento do benefício, que é o previsto na lei orçamentária aprovada todos os anos pelo Congresso. O gasto não poderá ultrapassar esse valor.

Na prática, a medida estabelece um controle de fluxo de caixa para a despesa com benefício. Se o dinheiro acabar, o governo não poderá aumentar o gasto além do estimado, como acontece hoje.

A lei orçamentária de 2025 previu um gasto de R$ 4,5 bilhões com o seguro-defeso. O valor, porém, subiu R$ 2 bilhões no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento, enviado ao Congresso em maio, passando para R$ 6,5 bilhões.

Para 2025, um técnico do governo que participou da elaboração do texto da MP explicou à Folha que vale como teto de despesas a dotação de R$ 6,5 bilhões prevista no relatório, a última antes da edição da medida.

A MP também estabelece que a concessão do benefício ao pescador somente poderá ser feita após a homologação do seu registro pela prefeitura do município, onde o pescador é cadastrado. Hoje, o pescador faz o pleito diretamente no sistema, sem um mecanismo eficaz de controle de fraudes.

O presidente Lula vai assinar, nos próximos dias, um decreto com outras medidas de controle para garantir que as despesas se mantenham estáveis dentro da previsão orçamentária, segundo um integrante do governo. As medidas vão exigir o uso de biometria e batimento de dados, práticas que não funcionam ainda na concessão do seguro-defeso.

O diagnóstico no governo é que os gastos com o benefício aos pescadores estão em trajetória ascendente e preocupante. Desde o governo Dilma Rousseff, o Ministério da Fazenda tenta, sem sucesso, apertar as regras do seguro-defeso, mas as medidas não tiveram sucesso com os obstáculos políticos dentro do próprio Executivo e no Congresso. 

Além das duas medidas do seguro-defeso, a nova MP de Lula inclui os gastos do programa Pé-de-Meia para ser contabilizado no piso da educação. A medida diminui a pressão sobre as despesas em 2026, quando o gasto previsto com o programa é de R$ 12 bilhões. O governo também apertou as regras do Atestmed na concessão de auxílio-doença e impôs um limite de gastos para as compensações previdenciárias que a União faz a estados e municípios.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

IMAGEM: SPLASH247.COM/CLARKSONS

A indústria global de construção naval está atualmente passando por uma queda significativa nas encomendas de novos navios, principalmente devido a incertezas regulatórias e tensões geopolíticas. Esse declínio é particularmente evidente no setor de granéis sólidos, onde as novas encomendas despencaram para o que a consultora britânica Drewry descreveu como mínimas históricas.

Em um novo relatório, Drewry citou taxas de frete fracas, altos preços de novas construções, prazos de entrega estendidos e incerteza geral do mercado para a queda nos pedidos, com os proprietários ansiosos para ver como a guerra tarifária de Donald Trump se desenrola antes de se comprometer com novas construções, bem como os planos do Representante Comercial dos EUA em torno da tonelagem vinculada à China e taxas portuárias americanas mais altas.

A ambiguidade em torno das futuras regulamentações ambientais e a adoção de combustíveis alternativos também está fazendo com que os armadores hesitem em fazer novos pedidos.

Os pedidos de novas construções como um todo nos primeiros cinco meses de 2025 caíram cerca de 50% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Clarksons Research, embora em relação aos níveis de 2024, que representaram o ano com maiores pedidos desde 2008, e com os estaleiros, em geral, mantendo uma cobertura de carteira de pedidos futura muito forte.

Os dados da Clarksons (veja abaixo) mostram que, com exceção dos transportadores de veículos, os granéis sólidos, o maior segmento do transporte marítimo, registraram a maior queda em novos pedidos este ano.

Os preços gerais de novas construções diminuíram recentemente, com a Clarksons acompanhando a queda de 1% nos preços desde o início do ano.

A Danish Ship Finance também prevê que os preços da construção de novos navios cairão no curto prazo, com o número de estaleiros garantindo novas encomendas provavelmente diminuindo, à medida que o apetite por novas embarcações diminui, juntamente com o que a empresa considera uma redução nas taxas de frete.

"Esperamos que as atuais incertezas globais prevaleçam, com uma pressão renovada sobre os mercados de frete atrasando as decisões de investimento. A nova onda de expansão da construção naval terá um impacto negativo nos preços da construção de novos navios, que devem cair em mais de 10% ao longo de 2025, dependendo do tipo e tamanho dos navios, apesar da resistência que permanecerá devido às consideráveis ​​carteiras de pedidos", previu a corretora BRS em sua revisão anual publicada no final de março.

FONTE: SPLASH247.COM

IMAGEM: RÁDIO ALVORADA

Esta é uma data de extrema importância para a nação, pois homenageia a Marinha do Brasil, uma das Forças Armadas responsável por proteger as fronteiras marítimas do país, com mais de 8,5 mil quilômetros de extensão.

A principal missão da Marinha é proteger a pátria. Em períodos de paz, a Marinha atua como guarda costeira, protegendo o litoral brasileiro de possíveis invasões.

Atualmente, o Brasil possui 16 portos principais e 4 grandes terminais, por onde circulam aproximadamente 26 mil navios por ano. 

Para celebrar o Dia da Marinha, data que rememora os feitos heroicos dos marinheiros brasileiros na Batalha Naval do Riachuelo, em 11 de junho de 1865, o Comando do 1º Distrito Naval realizará uma série de eventos ao longo do mês de junho, no Rio de Janeiro. As ações integram o “Mês da Marinha”.

 Entre as atividades programadas, destaca-se a visitação pública e gratuita a alguns dos principais Navios de Guerra da Marinha do Brasil, dentre eles a Fragata “União”, o Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) “Apa”, o Navio de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) “Almirante Sabóia” e o Navio Hidroceanográfico Faroleiro (NHoF) “Almirante Graça Aranha”.

O público terá a oportunidade de conhecer de perto embarcações que contribuem para a soberania nacional, por meio da proteção das Águas Jurisdicionais Brasileiras, a nossa “Amazônia Azul”.

FONTE: DEFESA AÉREA&NAVAL

 

IMAGEM: MINASPETRO BLOG

Neuriberg Dias*

Está pautado para votação no Plenário da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 1663/2023, de autoria do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), que tem como objetivo atualizar dispositivos ultrapassados da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), adequando-os à Constituição Federal e à nova legislação trabalhista vigente desde a reforma de 2017.

O texto recebeu dois pareceres do relator, deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE): um favorável, na forma de substitutivo, em relação ao texto original, e outro pela rejeição das quatro emendas apresentadas. Tais emendas, contudo, ainda podem ser incorporadas, caso sejam votados destaques para votação em separado.

Dentre essas emendas, destaca-se a Emenda de Plenário nº 1, de autoria do deputado Rodrigo Valadares (União-SE), que vem gerando controvérsias por propor a criação de mecanismos digitais para o cancelamento da contribuição sindical. A proposta estabelece que o pedido de cancelamento possa ser feito por meio de portais ou aplicativos do Governo Federal, como o “gov.br”, por plataformas digitais mantidas pelos sindicatos, aplicativos de empresas privadas autorizadas, ou até mesmo via e-mail. Para garantir a autenticidade, seriam exigidos mecanismos de validação como certificação digital (ICP-Brasil), autenticação via “gov.br”, outras formas eletrônicas legalmente reconhecidas ou assinatura física acompanhada de documento oficial.

Embora apresentada como medida de modernização, a proposta traz sérias contradições. Primeiramente, insere um novo regramento em um projeto que visa apenas revogar trechos obsoletos da CLT, ampliando indevidamente o escopo da proposição. Em segundo lugar, trata de uma matéria já resolvida pela Reforma Trabalhista: desde 2017, a contribuição sindical deixou de ser obrigatória, e qualquer desconto só pode ocorrer mediante autorização prévia e expressa do trabalhador. Assim, a criação de um sistema de cancelamento soa redundante, ao pressupor uma cobrança indevida generalizada que não corresponde à atual realidade normativa.

Além disso, a emenda invade a competência temática de outras propostas em tramitação na Câmara dos Deputados, especialmente na Comissão de Trabalho (CTRAB), sob relatoria do deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), atropelando debates técnicos e audiências com entidades representativas. Seu conteúdo sugere ainda um esforço para afastar o trabalhador dos sindicatos, ao permitir o cancelamento sem qualquer tipo de interação institucional ou espaço para mediação. Isso abre margem para pressões patronais contrárias à organização coletiva, criando um cenário propício a práticas antissindicais.

O exercício desse direito não pode ser banalizado nem incentivado por meio de tecnologias que dificultam a reflexão. A economia comportamental demonstra os efeitos dessas ferramentas na manifestação de vontade dos indivíduos, podendo gerar distorções que comprometem a liberdade de decisão. Por fim, a medida fragilizaria ainda mais os sindicatos, já enfraquecidos financeiramente, comprometendo sua atuação em negociações salariais, ações judiciais em defesa de direitos trabalhistas e articulação de greves legítimas.

Assim, a insistência na votação dessa emenda no Plenário da Câmara é incompatível com os princípios que regem as relações de trabalho no Brasil. Trata-se de uma manobra legislativa que, sob o disfarce da modernização tecnológica, busca enfraquecer as bases da representação coletiva. Sua rejeição não apenas está em consonância com os objetivos do PL 1663/2023, como é essencial para proteger o direito dos trabalhadores à organização e à defesa de seus interesses.

*Jornalista, analista político e diretor de Documentação do DIAP.

FONTE: DIAP

IMAGEM: UKRAINIAN SHIPPING MAGAZINE

UE pressiona por teto de US$ 45 no preço do petróleo russo e amplia repressão à frota paralela

A União Europeia propôs uma nova rodada de sanções contra a Rússia, incluindo aquelas visando mais de 70 navios da chamada frota paralela e reduzindo o teto de preço do petróleo marítimo russo.

A proposta mais recente, revelada na terça-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pela alta representante, Kaja Kallas, coloca mais 77 navios na lista negra, elevando o total para mais de 400.

Em maio, como parte do abrangente 17º pacote de sanções, 189 navios, a maioria petroleiros antigos, foram colocados na lista negra.

Se aprovado pelos Estados-membros, este se tornará o 18º pacote de sanções da UE desde fevereiro de 2022.

A Comissão Europeia também propõe uma redução significativa no teto de preço do petróleo russo transportado por via marítima, imposto pelo Grupo dos Sete (G7) — de US$ 60 por barril para US$ 45 — em um esforço para reduzir as receitas de energia russas. Von der Leyen confirmou que o ajuste do teto de preço será discutido na cúpula do G7 na próxima semana, no Canadá.

“Minha suposição é que faremos isso juntos, como G7. Começamos como G7, foi um sucesso como medida do G7, e quero continuar essa medida como G7”, disse ela.

A redução do teto de preço, se implementada, pode ter um impacto misto para a frota de petroleiros em conformidade, já que a negociação de barris de petróleo Urais russos abaixo do teto de US$ 60 incentivou a negociação desses barris em conformidade nos últimos meses, de acordo com o Skandinaviska Enskilda Banken (SEB).

“Um limite reduzido provavelmente reduziria a participação da frota em conformidade neste mercado. No entanto, caso sanções mais rígidas à Rússia levem à redução das exportações gerais, exigindo a substituição de barris ‘em conformidade’ de origens alternativas, vemos isso como um ponto positivo para a frota em conformidade”, afirmaram analistas do SEB.

O novo pacote de sanções também visa 22 bancos russos e estende restrições financeiras a entidades fora da Rússia que ajudem a contornar as sanções existentes. Além disso, o plano inclui a proibição do uso direto ou indireto dos oleodutos Nord Stream, que conectam a Rússia à Alemanha.

A medida segue esforços semelhantes do Reino Unido, que no mês passado sancionou mais de 120 petroleiros envolvidos em embarques secretos de petróleo e sinalizou negociações com aliados para reforçar a aplicação do teto de US$ 60 para o preço do petróleo. Globalmente, mais de 700 petroleiros já foram colocados na lista negra como parte dos esforços para limitar as receitas petrolíferas da Rússia.

FONTE: SPLASH247.COM

IMAGEM: AMBLEGIS

Na manhã deste sábado (7), o Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora deu início às suas atividades com um importante debate sobre a Convenção nº 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A palestra foi proferida por Camila Galetti, doutora em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), pesquisadora das novas direitas, do antifeminismo e do neoliberalismo, mestre pela mesma instituição, onde estudou os movimentos feministas contemporâneos e o ciberativismo.


A Convenção 190, ratificada por diversos países, é o primeiro tratado internacional a reconhecer formalmente o direito de todos a um mundo de trabalho livre de violência e assédio. O texto destaca que a violência de gênero afeta desproporcionalmente mulheres, meninas e outros grupos vulneráveis que sofrem discriminações múltiplas e interseccionais.


Durante a apresentação, Galetti reforçou que a convenção deve ser compreendida como uma “ferramenta estratégica de resistência”. Para ela, reconhecer a violência de gênero como um problema coletivo é fundamental para a construção de soluções também coletivas, com papel central do movimento sindical.
“O ambiente de trabalho precisa problematizar e pensar soluções para que as mulheres estejam nesses espaços sem sofrer ataques ou violência pelo simples fato de serem mulheres”, afirmou a socióloga. Segundo ela, é papel dos sindicatos não apenas defender direitos trabalhistas, mas também atuar ativamente na transformação cultural e estrutural dos ambientes de trabalho.


O debate marca o compromisso do Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora em pautar temas urgentes para a luta das mulheres no mundo do trabalho, reforçando a necessidade de políticas públicas, legislação efetiva e ação sindical contínua para combater todas as formas de opressão.

FONTE: FASUBRA