IMAGEM: PORTO DE SANTOS/DIVULGAÇÃO/CNN

Com o Brasil trabalhando em diretrizes para descarbonizar seu transporte marítimo, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) anunciou progresso em cinco portos na redução das emissões de GEE (gases de efeito estufa). Os portos foram selecionados para um estudo de descarbonização em andamento, implementado em cooperação entre Brasil e Alemanha por meio da agência de desenvolvimento alemã GIZ. A ANTAQ e a GIZ assinaram, em 2023, um acordo de cooperação técnica para auxiliar na tradução das recomendações do estudo em políticas portuárias.

Até o momento, três fases do estudo foram concluídas. A primeira fase, concluída em 2021, revisou a experiência internacional em descarbonização portuária. A segunda fase, em 2024, avaliou as iniciativas de redução de emissões nos portos, bem como a prontidão das infraestruturas portuárias para receber embarcações que utilizam combustíveis limpos. Os resultados da terceira fase foram divulgados na semana passada, envolvendo um estudo de caso de cinco portos brasileiros líderes em descarbonização e prontidão para a transição verde.

Os portos selecionados incluem Itaqui, Terminal de Uso Privado do Pecém, Paranaguá, Santos e o porto privado do Açu. Os portos foram escolhidos por seu forte Índice de Desempenho Ambiental (IDA), projetos de transição energética em andamento e infraestrutura para hidrogênio verde. Além disso, os portos oferecem incentivos para navios com menor pegada de carbono, incluindo descontos tarifários e atracação prioritária, o que demonstra alinhamento gradual com as metas globais de redução de emissões.

Novamente, os portos estão em processo de desenvolvimento de planos de descarbonização. O Porto do Açu já concluiu seu plano. As principais iniciativas que se destacaram para os portos são a instalação de painéis solares, a substituição de equipamentos movidos a motor de combustão por elétricos e o desenvolvimento de iniciativas estratégicas para avaliar e implementar o uso de combustíveis de baixo carbono.

Mais importante ainda, dos cinco portos avaliados, três possuem inventários de emissões de GEE. Entre eles, estão o Porto de Santos, Itaqui e Açu. Os dois restantes estão em processo de contratação do serviço.

Algumas das recomendações do estudo incluem a criação de um Plano Nacional de Hidrogênio Verde e incentivos fiscais para acelerar o fornecimento e a adoção de combustíveis limpos. Em relação às parcerias, o estudo incentivou a implementação de corredores verdes, que ajudariam as cidades e os portos brasileiros a reduzir as emissões do transporte marítimo global, ao mesmo tempo em que melhorariam a qualidade do ar para as comunidades costeiras.

FONTE: THE MARITIME EXECUTIVE