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O governo dinamarquês anunciou ontem que está reforçando as inspeções ambientais e de segurança de petroleiros — especialmente navios mais antigos e de alto risco — que passam por suas águas ou ancoram em Skagen Red, um ancoradouro importante na passagem entre o Mar Báltico e o Mar do Norte.
O ministro do Meio Ambiente, Magnus Heunicke, afirmou que embarcações mais antigas representam ameaças específicas ao meio ambiente marinho da Dinamarca, destacando a necessidade de uma supervisão mais rigorosa. As regras agora se estendem aos padrões ambientais básicos: gestão de resíduos, água de lastro, emissões, qualidade do combustível e verificação de certificados.
O ministro da Indústria, Morten Bødskov, foi ainda mais direto, afirmando: "Precisamos pôr fim à máquina de guerra de Putin. Isso também se aplica à frota paralela russa". Bødskov descreveu muitos desses navios como "velhos e desgastados".
Após as recentes incursões de drones em seus aeroportos, provavelmente de navios-fantasma, a Dinamarca está mudando a política para embarcações que antes evitavam escalas ancorando fora de Skagen, muitas vezes além dos limites tradicionais de inspeção. Agora, as autoridades abordarão e inspecionarão navios que "não podem ser considerados em uma viagem pacífica", incluindo aqueles ancorados.
Os dados coletados por meio dessas inspeções poderão ser compartilhados com parceiros internacionais para identificar e sancionar embarcações específicas da frota-fantasma, informou o governo dinamarquês ontem.
O Boracay, um petroleiro de 18 anos ligado à Rússia, ganhou as manchetes na semana passada quando foi apreendido por comandos franceses ao largo de Brest. O navio é apontado como envolvido em uma recente incursão de drones no aeroporto de Copenhague.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi o primeiro a acusar a Rússia de usar navios-fantasma para "lançar e controlar drones sobre cidades europeias", um alerta que parece cada vez mais presciente.
Além disso, a tripulação a bordo de certos petroleiros paralelos está começando a causar preocupação, com um piloto dinamarquês declarando à revista Foreign Policy na semana passada: "Estamos vendo pessoal uniformizado usando o uniforme camuflado da Marinha Russa". Os oficiais uniformizados não aparecem nas listas oficiais da tripulação.
Em Copenhague, na semana passada, o primeiro-ministro polonês Donald Tusk declarou: "Precisamos acabar com essas ilusões. Não, isso é guerra. Um novo tipo de guerra, muito complicado, mas isso é guerra". Ele disse que a Polônia já havia abatido drones em seus próprios céus e alertou que incidentes estavam acontecendo "quase todos os dias" em torno de infraestruturas críticas.
O presidente francês Emmanuel Macron – falando na mesma cúpula na semana passada – disse: "Uma parcela muito significativa do financiamento de guerra da Rússia vem desses petroleiros da frota paralela. Cortá-los não é uma opção, é uma necessidade". Macron afirmou que entre "30% e 40%" do esforço de guerra da Rússia é financiado por meio de operações da frota paralela.
FONTE: SPLASH247.COM