A Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins - FNTTAA participou do seminário sobre Transição Justa na COP30 promovido pela CONTTMAF, realizado em Belém (PA) no dia 10 de novembro.
O seminário objetivou reforçar o papel dos trabalhadores na construção de uma economia mais sustentável. O evento Transição Justa nos Setores Marítimo e Portuário, organizado pela CONTTMAF, reuniu especialistas, representantes do governo, dirigentes sindicais e instituições nacionais e internacionais engajadas na agenda climática e social.
O encontro debateu caminhos para uma transição energética justa, que reduza as emissões do transporte marítimo e garanta oportunidades e proteção para os trabalhadores. A CONTTMAF tem defendido que a descarbonização do setor deve ser acompanhada de investimentos em qualificação profissional, inovação tecnológica e segurança laboral, assegurando que ninguém seja deixado para trás neste processo de transformação.
No mês de outubro, a Confederação participou da assinatura de um memorando de entendimento entre o Ministério dos Transportes, o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério de Portos e Aeroportos, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), consolidando o compromisso de cooperação entre governo e trabalhadores em torno da transição justa.
O seminário contou com três painéis principais, que abordaram diferentes dimensões da agenda:
1) Painel Marítimo, dedicado aos desafios da descarbonização da frota, à modernização da marinha mercante e à formação dos marítimos frente às novas tecnologias
2) Painel Portuário, o qual discutirá a adaptação dos portos, a sustentabilidade nas operações e as condições de trabalho em um cenário de transição energética
3) Painel Internacional, voltado para a troca de experiências e políticas de transição justa, integração regional e cooperação multilateral
O presidente da FNTTAA, Ricardo Ponzi, apresentou o painel "O Papel das Hidrovias Interiores na Integração Sul-Americana".
Ponzi destacou a importância das hidrovias interiores na integração sul-americana, funcionando como um modal de transporte eficiente, de baixo custo e sustentável, essencial para o desenvolvimento econômico e a competitividade regional. Elas conectam nações, facilitam o comércio e criam rotas logísticas alternativas aos sistemas rodoviário e ferroviário.
Ricardo destacou que as hidrovias são consideradas o modal de transporte mais sustentável e eficiente, sendo de quatro a cinco vezes menos poluentes que o transporte rodoviário e emitindo menos carbono que ferrovias, além de conectar o Brasil a países como Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, facilitando o acesso a portos no Atlântico e no Pacífico. Por fim, Ponzi destacou as hidrovias integradoras:
- Hidrovia Paraguai-Paraná: Uma das maiores vias navegáveis do mundo, estende-se por 3.442 km, atravessando Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. É vital para o escoamento da produção agrícola e de mineração do Centro-Oeste do Brasil e do Paraguai, embora ainda subutilizada pelo Brasil.
- Bacia do Amazonas-Solimões e Madeira: Essenciais para a integração na região Norte, conectando o interior do Brasil e outros países amazônicos, como Peru e Colômbia, aos portos e ao mar.
- Hidrovia do Mercosul (Lagoas dos Patos e Mirim): Cria uma rota de transporte e turismo entre o Sul do Brasil, Uruguai e Argentina.
