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O setor global de transporte de contêineres está vivenciando níveis sem precedentes de utilização da frota, com a capacidade ociosa comercial atingindo a impressionante marca de apenas 0,6% da frota mundial de 32,0 Mteu, segundo a Alphaliner. Esse desenvolvimento ocorre em meio a uma complexa interação de tensões geopolíticas e interrupções na cadeia de suprimentos que afetam o comércio marítimo.

De acordo com a última pesquisa da Alphaliner, de 2 de junho, apenas 70 navios, representando 185.157 TEU, permanecem ociosos comercialmente. Essa taxa de ociosidade excepcionalmente baixa "confirma que o setor de transporte regular está 'em pleno funcionamento', com a ociosidade ocorrendo apenas por motivos operacionais incidentais", afirmou o analista.

Vários fatores estão restringindo a capacidade: a suspensão das tarifas entre EUA e China aumentou o transporte marítimo transpacífico, à medida que as empresas se apressam para transportar mercadorias antes do possível restabelecimento das tarifas em agosto. Os desvios no Mar Vermelho e o congestionamento global dos portos pressionam ainda mais a disponibilidade de embarcações, com estimativas indicando que os navios que reencaminham pela África estão reduzindo a capacidade global de transporte em 8%.

O relatório da Alphaliner destaca que a pressão da demanda é particularmente aguda no segmento de navios de grande porte, onde praticamente nenhum navio com capacidade superior a 12.500 TEU está ocioso. Curiosamente, a única exceção notável é o MSC ARIES, que permanece fora de serviço após sua apreensão pelas autoridades iranianas no ano passado.

No entanto, analistas do setor expressam cautela quanto à incerteza no mercado atual. "Embora o setor de transporte regular esteja atualmente se beneficiando das interrupções e incertezas, não está claro por quanto tempo a situação durará", observa o relatório. A Alphaliner alerta que "na ausência de fatores de absorção de capacidade, a tonelagem disponível provavelmente superará a demanda".

A potencial reintrodução de tarifas ainda este ano pode impactar significativamente os padrões comerciais e as estratégias de implantação de navios nas principais rotas de navegação.

FONTE: GCAPTAIN