Cais do porto do Pecém

IMAGEM: CARLOS MARLON/DIÁRIO DO NORDESTE

Correios começam a transportar cargas pelo mar

Carga com 430 toneladas de livros didáticos saiu do Porto de Santos

Os Correios anunciaram o início de operações de transporte de cargas pelo mar, por meio da chamada “navegação de cabotagem”. Nesse meio de transporte são empregadas embarcações que fazem trajetos entre portos em diferentes locais do país.

O novo meio de transporte passou a ser usado de forma experimental em um projeto piloto. Foi levada uma carga de 430 toneladas de livros didáticos. A embarcação saiu do porto de Santos (SP) com a programação de deixar lotes nos portos de Salvador (BA), Suape (PE), Mucuripe (CE) e Manaus (AM).

Na avaliação da empresa, a modalidade marítima pode oferecer benefícios e vantagens, como a redução de custos operacionais, um menor índice de avarias, menos risco de roubos e outros delitos envolvendo a carga e menos dispêndio de energia.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

 

Há vagas de emprego com carteira assinada — Foto: Devanir Gino/EPTV

IMAGEM: Devanir Gino/EPTV

 

Mobilizadas em torno do “Fora Bolsonaro”, centrais se unem em Fórum para combater retrocessos e lutar por agenda de proteção dos trabalhadores, das instituições e pela vacinação contra a covid-19

Articuladas pelo Fórum das Centrais Sindicais, CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT estão determinadas a promover uma agenda de proteção dos trabalhadores e trabalhadores, da democracia e de combate à pandemia em curto prazo no Brasil. Diante de um momento de grandes desafios impostos por retrocessos do governo Bolsonaro, as centrais definiram como prioridade a união e a mobilização nas ruas para a defesa da saúde e das condições de trabalho para traçar um futuro. Em resgate aos quase 200 anos de história do sindicalismo do país.

Desde o ano passado, as centrais vêm atuando de perto junto ao Congresso Nacional em torno de pautas sociais. Em fevereiro de 2020, antes do estado de pandemia ser oficialmente decretado, partiu das entidades a proposta de uma renda básica destinada à população mais pobre, correspondente ao valor da cesta básica. O que se confirmou na política de auxílio emergencial em R$ 600. A partir de então, as centrais estão se reunindo com lideranças partidárias para implantação de outras propostas concretas sobre emprego e renda no país. 

Prioridades

O que, de acordo com o consultor sindical e assessor do Fórum das Centrais Sindicais, Clemente Ganz Lúcio, contribuiu para a definição da agenda de prioridades neste momento de crise. 

“O movimento sindical tem a tarefa de fazer a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras no contexto concreto dos postos de trabalho. Uma agenda importante também é a da proteção da democracia no Brasil, das instituições, do processo eleitoral, das garantias de liberdade. Proteger a sociedade dos ataques que estamos sofrendo no combate à pandemia. Foram os sindicatos que lutaram para a incorporação dos protocolos sanitários e de segurança. E agora atuam para a inclusão de grupos prioritários na vacinação e para que os Estados comprem vacinas”, afirma Clemente em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Fora Bolsonaro

Outra pauta das centrais, de acordo com o assessor do Fórum, é também pelo “Fora Bolsonaro”. Em nota conjunta, divulgada às vésperas dos atos nacionais na sexta (18), as entidades deram um basta e defenderam a união contra o presidente da República

“O movimento sindical fez o caminho contrário (do governo federal). Saiu em defesa da proteção da sociedade e da criação das condições para que pudéssemos enfrentar de maneira correta essa grave crise sanitária. E agora tem uma agenda fundamental de concluir esse processo de proteção pelo menos no curto prazo. É uma proteção que precisa ser produzida permanentemente, a crise não se esgota com a vacinação”, adverte Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Dieese. Ele conclui que, neste momento, as centrais têm em curso a produção “de uma estratégia econômica coerente para que o país retome o desenvolvimento econômico”.

Sob Bolsonaro, explica Clemente, o Brasil tem uma política “que destrói a economia, desmobiliza a indústria e tira a capacidade econômica de produzir bons empregos e massa salarial”.

 

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

 

Istanbul Super Saver: Excursão turística ao Bósforo e Istambul à noite

IMAGEM: VIATOR

 

A Turquia inaugurou no sábado (26/6) as obras de construção do Canal de Istambul, uma infraestrutura de 45 quilômetros que liga artificialmente a Europa e a Ásia pela primeira vez na história e abre uma nova rota navegável entre o Mar Negro e o Mar de Mármara.

A obra é descrita pelo próprio presidente do país, Recip Tayip Erdogan, como um "projeto maluco".

Desde 2011, quando Erdogan (que era primeiro-ministro na época) apresentou o projeto, esse ambicioso plano inspirado nos canais do Panamá e Suez e que corre paralelamente ao Estreito de Bósforo, vem avançando. As obras devem durar sete anos, segundo a imprensa local.

O projeto está longe de ser consenso na Turquia, com críticas sobre suas possíveis repercussões sociais, econômicas e ambientais.

Como é o projeto?

O vão entre os continentes criado pelo projeto transformará Istambul — que com mais de 12 milhões de habitantes é a maior cidade da Turquia — pelo menos tecnicamente, em uma ilha.

A nova via marítima terá 25 metros de profundidade e 250 a mil metros de largura, dependendo dos trechos.

O canal percorrerá na direção sul-nordeste através do chamado corredor Küçükçekmece-Sazlıdere-Durusu.

Parte da rota passará pelo Lago Küçükçekmece, perto do Mar de Mármara, desaguando no Mar Negro através da Barragem Sazlıdere.

Uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo

O governo turco defende seu projeto argumentando que servirá para aliviar o tráfego de navios no Bósforo, uma das rotas marítimas naturais mais estreitas e movimentadas do mundo.

O canal será construído a um custo de mais de US$ 8 bilhões, segundo as autoridades, e permitirá a passagem diária de 185 navios, contra 118 a 125 que cruzam o Bósforo hoje.

"O principal objetivo deste projeto é reduzir os riscos decorrentes da passagem de navios carregados com materiais perigosos pelo Bósforo", informou o Ministério dos Transportes turco em 2018, quando apresentou o traçado final do canal.

Em 2016, cerca de 42 mil navios viajaram na única hidrovia natural entre a Europa e a Ásia. No mesmo período, 16,8 mil navios cruzaram o Canal do Panamá e um número semelhante navegou pelo Canal de Suez.

O Bósforo — com 30 km de comprimento e largura que varia entre 750 metros 3,7 km — é a única saída do Mar Negro para países como Romênia, Bulgária, Ucrânia, Geórgia e os portos do sul da Rússia.

Em suas margens, estão planejadas áreas residenciais e serviços que irão estender a cidade de Istambul a oeste.

Megaprojetos de Erdogan

Os megaprojetos de engenharia urbana e civil foram, nos últimos anos, uma das ferramentas usadas pelo governo de Erdogan para impulsionar a economia turca.

Erdogan, líder do Partido Islâmico de Justiça e Desenvolvimento, de direita, governa a Turquia desde 2003 — antes de 2014 como primeiro-ministro e, desde então, como presidente do país.

Um novo aeroporto em Istambul ou a terceira ponte sobre o Bósforo e o túnel da Eurásia entre a Europa e a Ásia — ambos inaugurados em 2016 — são apenas uma amostra da política de grandes obras promovida pelo governo turco.

Os riscos ambientais do novo canal

O Canal Istambul é, no entanto, a maior de todas essas infraestruturas, e também uma das mais polêmicas.

O projeto provocou fortes críticas, tanto em termos científicos, ambientais, econômicos e urbanos.

O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, chamou o Canal de Istambul de um "projeto assassino", alertando que ele vai exacerbar a expansão urbana e gerar "receitas não merecidas" às custas do meio ambiente.

"Não encontrei nenhum cientista de verdade que não tenha dito que [o Canal de Istambul] destruirá o [Mar] de Mármara", declarou ele neste mês.

Alguns cientistas alertaram para os riscos que a alteração do nível de salinidade das águas pode representar para os ecossistemas costeiros do Mar Negro e do Mar de Mármara — muito mais salgados — em consequência da abertura de um canal.

"Existem duas correntes no Bósforo. É como quando a água e o azeite se separam. No fundo do Bósforo existe uma corrente (mais densa) na direção norte, do Mediterrâneo em direção ao Mar Negro, e na superfície outra rumo ao sul", disse Cemal Saydam, professor de Engenharia Ambiental da Universidade Hacettepe em Ancara, à revista National Geographic.

"Se você decidir unir os dois mares, você não pode estar pensando apenas nos próximos cinco ou dez anos, ou nas próximas eleições, ou no aniversário da república turca. Você tem que pensar em termos de tempo geológico, porque uma vez que você fizer isso, não há mais volta."

'Não é lógico'

Também foram feitas críticas sobre o impacto paisagístico e social da obra, que afetará uma área arborizada e obrigará o deslocamento de cerca de 1 milhão de pessoas.

"Esta é a última coisa de que precisamos para Istambul e para a Turquia. Não consigo entender como esse projeto está sendo proposto. Não é lógico nem viável", disse o urbanista Nuray Çolak, membro do grupo de Defesa da Floresta do Norte, em um artigo.

Çolak questiona ainda o potencial impacto da obra da barragem de Sazlidere, que fornece água potável a vários bairros da cidade e será atravessada pelo canal.

Reação Internacional

Desde o primeiro anúncio, há uma década, o Canal Istambul — que cobrará um pedágio dos navios que o utilizam — também levantou um debate sobre se o projeto viola a Convenção de Montreux, um acordo de 1936 que dá à Turquia o controle do Bósforo e dos Dardanelos, garantindo o livre trânsito de civis em tempos de paz.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria apontado a "importância de preservar" a Convenção de Montreux para "estabilidade e segurança regional" em uma conversa telefônica com Erdogan em 9 de abril.

A agência de notícias estatal russa Tass também disse que o projeto "pode ​​minar o apoio da Rússia a seus aliados regionais" e "ameaça" a política externa de Moscou.

O tratado restringe a passagem de embarcações militares de países fora do Mar Negro.

Até agora, o Executivo turco argumentou que "a Convenção de Montreux não precisaria de nenhuma correção como resultado do projeto" porque são questões "diferentes".

* Este artigo foi publicado originalmente em 2018 pela BBC News Mundo (o serviço em espanhol da BBC) e atualizado em junho de 2021 com as últimas notícias.

FONTE: BBC

 

IMAGEM: PORTAL STF

 

Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu vetar a extensão do auxílio-acompanhante para todos os tipos de aposentadorias. Por meio de votação virtual encerrada na sexta-feira (18), a Corte confirmou que benefícios e vantagens da Previdência Social só podem ser criados ou ampliados após aprovação de lei.

O STF julgou recurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2018, a Primeira Seção do tribunal decidiu que todos os aposentados poderiam ter direito ao auxílio-acompanhante, equivalente ao acréscimo de 25% no benefício mensal, desde que comprovem a necessidade de auxílio permanente de terceiros.

Antes da decisão do STJ, o acréscimo era garantido somente para aposentados por invalidez que precisam de auxílio permanente para pagar um cuidador, por exemplo, conforme está previsto na Lei de Benefícios Previdenciários, norma que específica os benefícios aos quais os segurados têm direito.

Ao analisar o caso, a maioria dos ministros do Supremo seguiu voto do relator, ministro Dias Toffoli.

Para o magistrado, o Poder Judiciário não pode criar benefícios previdenciários.

Além disso, a criação de benefícios deve respeitar o equilíbrio de sistema previdenciário, sendo precedida de aprovação por lei e indicação de fonte de custeio para cobrir a despesa.

Quem já recebeu

A maioria dos ministros também manteve o direito dos segurados ao benefício no caso de decisões transitadas em julgado até a data do julgamento.

Além disso, não será necessário realizar a devolução de valores que foram recebidos de boa-fé, por meio de decisão judicial ou administrativa até a proclamação do resultado do julgamento.

 

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

Vacinas

IMAGEM: GETTY IMAGES

 

"As vacinas são seguras e devem ser utilizadas", disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à TV Brasil. Ele também falou sobre a preferência entre vacinas: “vacina boa é a que está disponível no posto e é aplicada em cada um dos brasileiros”

 O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, convocou os 4 milhões de brasileiros que já tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 a procurarem um posto de saúde para receber a segunda dose do imunizante. “As vacinas são seguras e devem ser utilizadas”, destacou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta. “Vocês devem confiar nas vacinas”, afirmou.

Sobre os brasileiros que estariam escolhendo o imunizante, Queiroga disse que “vacina boa é a que está disponível no posto e é aplicada em cada um dos brasileiros”. O ministro lembrou que todos os imunizantes disponíveis para vacinação no Brasil receberam o aval da Anvisa e, portanto, são seguros e eficazes.

Marcelo Queiroga reiterou que, até setembro deste ano, todos os brasileiros com idade acima de 18 anos já terão tomado a primeira dose da vacina e, até dezembro, a segunda. “O Ministério da Saúde tem trabalhado fortemente para antecipar as doses de vacinas para fazer nossa campanha acelerar”. Segundo ele, já são mais de 600 milhões de doses contratadas, e o ministério já está se preparando para 2022.

Gestantes

O ministro falou também sobre a vacinação de gestantes pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Segundo ele, já foram aplicadas mais de 87 mil doses em grávidas em todo o Brasil. Queiroga lembrou que o Ministério da Saúde ainda recomenda que se vacinem apenas as gestantes com comorbidades, mas adiantou que a pasta deverá ter um posicionamento para a vacinação de grávidas sem comorbidades nas próximas semanas.

A imunização de gestantes que não são do grupo de risco foi interrompida em maio deste ano, após o falecimento de uma grávida que tomou a vacina da Oxford/AstraZeneca. Ainda não se sabe se realmente foi o imunizante que provocou a morte da mulher. Depois desse episódio, a vacinação com a AstraZeneca em grávidas foi interrompida.

De acordo com Queiroga as vacinas com o vírus inativo são seguras para as gestantes. “Hoje, a orientação é vacinar [as grávidas] com Pfizer e Coronavac”, afirmou o ministro. Segundo ele o PNI, por meio da Secretaria de Vigilância, acompanha as gestantes que fazem o uso da vacina. Queiroga disse que grávidas que tomaram a vacina da AstraZeneca antes da suspensão poderão tomar a segunda dose após o puerpério (45 dias depois do nascimento do bebê).

Estratégia diversificada

O ministro destacou as diversas frentes que o governo brasileiro vem adotando para a aquisição de vacinas. Entre elas estão a adesão ao mecanismo Covax Facility, a parceria com  farmacêuticas do exterior como Pfizer e Janssen, o contrato firmado com o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac e, sobretudo, o mecanismo de transferência de tecnologia firmado entre a Fiocruz e a AstraZeneca. “Isso resultou numa vacina segura, eficaz, efetiva e custo-efetiva, então o preço da vacina é bastante interessante, um preço menor que US$ 4 por dose”, disse. 

Estudos

No programa, Queiroga comentou os estudos com vacinas que estão sendo realizados em Botucatu (SP) e Paquetá (RJ), que contam com o apoio do Ministério da Saúde. “Mostrando o compromisso do governo brasileiro com a pesquisa,  a ciência e a evolução da  medicina de uma maneira geral e o fortalecimento do nosso complexo industrial da saúde”.

 

FONTES: BRASIL247/AGÊNCIA BRASIL

Movimentação nos portos públicos cresce 5,68% em 2020

IMAGEM: GOV.BR/PORTO DE SANTOS

 

De janeiro a abril, foram movimentados 380,5 milhões de toneladas

O setor portuário movimentou, de janeiro a abril, 380,5 milhões de toneladas. Isso corresponde a um aumento de 9,73% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números são do Painel Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).

No primeiro quadrimestre do ano, os portos privados movimentaram 249,7 milhões de toneladas, um aumento de 9,94% em relação aos primeiros quatro meses de 2020. Já os portos públicos movimentaram 130,8 milhões de toneladas, registrando uma melhoria de 9,33%.

“Os números continuam positivos, e a tendência é que a movimentação portuária mantenha o viés de alta ao longo do ano. O setor portuário brasileiro vem demonstrando resiliência e capacidade de superar até mesmo uma pandemia”, afirmou o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, reforçando que a Agência continuará trabalhando, no que couber, para dotar o setor de mais infraestrutura e para atrair investimentos.

Apenas em abril de 2021, o setor portuário brasileiro movimentou 100,5 milhões de toneladas, o que significou um aumento de 6,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Instalações portuárias

Santos (SP) foi o porto público que mais movimentou: 38,1 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre de 2021, um crescimento de 7,75% em comparação com o mesmo período de 2020. Em seguida, apareceu Paranaguá (PR): 16,5 milhões de toneladas (alta de 0,35%). Na terceira posição, figurou Itaguaí (RJ): 15,9 milhões de toneladas e um incremento de 34,7%.

Em relação aos terminais privados, Ponta da Madeira (MA) movimentou 54,4 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre do ano: alta de 5%. Na segunda posição, apareceu o Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (RJ): 22,7 milhões de toneladas movimentadas e crescimento de 8,52%. Depois veio o Terminal Aquaviário de São Sebastião (Almirante Barroso), em São Paulo. A instalação movimentou 18,1 milhões de toneladas, crescimento de 3,6%.

As cargas mais movimentadas neste primeiro quadrimestre foram minérios (+ 11,7%), combustíveis minerais (+ 15,87%) e sementes e frutos oleaginosos (- 3,38%).

Contêineres

A movimentação de contêineres em TEUs no primeiro quadrimestre de 2021 foi de 3,7 milhões, um crescimento de 10,54% em relação ao mesmo período de 2020.

Cabotagem

A movimentação via cabotagem foi de 94,3 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre do ano. Isso significou um crescimento de 12%. A carga mais movimentada foram os granéis líquidos e gasosos.

Já a navegação de longo curso transportou 262,6 milhões de toneladas entre janeiro e abril de 2021 (alta de 9,95%). Granel sólido foi a carga mais transportada nesse tipo de navegação.

FONTES: PORTOS&NAVIOS/ANTAQ

IMAGEM: Shutterstock

 

Homem estava internado há 43 dias em hospital do Maranhão; Ministério da Saúde já havia divulgado óbito de uma grávida de 42 anos

O Ministério da Saúde anunciou neste domingo, 27, que já foram registrados dois óbitos no país por Covid-19 pela variante Delta.

A pasta informa que a primeira morte foi a de uma grávida de 42 anos do Paraná, que passava pela 28ª semana de gestação

O caso, que só foi divulgado agora, ocorreu em 18 de abril, após a paciente ser submetida a cesárea de emergência. Na investigação, constatou-se que a mulher havia chegado de viagem do Japão.

A segunda vítima da nova variante foi um tripulante de 54 anos do navio chinês MVS Shandong, da ZMI. De acordo com o Ministério da Saúde, a notificação de óbito foi recebida no último sábado, 26. O tripulante 

estava internado há 43 dias em um hospital particular de São Luís (MA).

O paciente iniciou com os sintomas em 13 de maio, e teve resultado confirmado para Covid-19 em 17 de maio.

FONTE: VEJA

 

Vacina contra Covid-19

Foto: Dinuka Kaliyanawatte/Reuters

A pandemia interrompeu a agenda liberalizante que o governo Bolsonaro agora tenta reativar com a privatização da Eletrobras

vacinação contra o coronavírus está finalmente ganhando velocidade no Brasil, o que melhorou as perspectivas de crescimento econômico em uma perspectiva prejudicada por temores de uma terceira onda de infecções , alto desemprego e inflação acelerada, apesar da desaceleração econômica devido à pandemia. Após um aumento do PIB de 1,2% no primeiro trimestre, a agência Moody's projeta que encerrará 2021 com crescimento de 4,9%, o que representa uma melhora em suas projeções para uma economia que no ano passado caiu para 4,1%.

A pandemia interrompeu a agenda liberalizante que o governo Jair Bolsonaro agora tenta reativar com a privatização da Eletrobras e uma avalanche de licitações de infraestrutura. Mas o desemprego está em 14,7% (quase 15 milhões de desempregados) e a inflação avança rapidamente enquanto o Executivo considera estender o pagamento do coronavírus para os mais pobres por mais três meses . Desde o início da crise da COVID, Bolsonaro optou por priorizar a gestão econômica à saúde, insistindo na ideia de que “a fome também mata”. E ainda há poucos dias ele defendeu que se infectar é mais eficaz do que a vacina.

Surpreendeu a alta de 1,2% da economia registrada no primeiro trimestre. O Brasil, onde as restrições eram relativamente frouxas em relação à Argentina ou ao Chile, recupera o fôlego após um 2020 marcado pela pandemia em que apenas o setor agrícola cresceu, com a soja na liderança e impulsionada por um real que está entre as moedas mais desvalorizadas da o mundo.

Bolsonaro e seu czar econômico, o ultraliberal Paulo Guedes, iniciaram seus mandatos em 2019 com uma agenda agressiva para enxugar o Estado . Encerraram aquele ano com prestígio no mercado financeiro por terem realizado a reforma previdenciária . No entanto, a pandemia interrompeu esse plano. A dura realidade os forçou a fazer uma mudança de 180 graus. Eles implantaram um dos maiores programas de ajuda pública do mundo, com pagamento direto ao bolso de metade das famílias brasileiras. Esta iniciativa interrompeu brevemente o aumento da pobreza, mas a dívida pública aumentou, que terminou 2020 em quase 100% do PIB. O Governo prevê agora prorrogar por mais três meses aquela ajuda emergencial de 250 reais (cerca de 41 euros) que já chega a 45 milhões de famílias.

“O governo concedeu uma ajuda de emergência (covid pay), que teve um efeito de curto prazo. Porém, continuamos com escolas fechadas, não investimos em tecnologia e não nos preparamos para este momento com políticas públicas para a força de trabalho. Estruturalmente, estamos pior ”, diz a consultoria econômica Zeina Latif.

O otimismo nas projeções de crescimento é amenizado pelo avanço da inflação. Em maio, era de 0,83% e atingiu 8,03% em 12 meses. É um resultado bem acima da meta, que varia de 2,2% a 5,2% no país que domesticou a inflação na década de 1990. Para impedir, o Banco Central aumentou as taxas de juros pela terceira vez neste mês e uma quarta é esperada para agosto. “As taxas terão que ser aumentadas muito mais; e isso terá impacto no custo do crédito e atrasará a recuperação ”, explica Latif. “As projeções de melhora da economia são mais uma recuperação cíclica do que de crescimento”, completa.

A lei que vai permitir que o capital privado tenha 60% da Eletrobras caminha com firmeza para sua aprovação na Câmara dos Deputados, após ser aprovada na última quinta-feira pelo Senado.

Com a reforma previdenciária alcançada em seu primeiro ano de mandato, os outros dois grandes projetos econômicos da dupla Bolsonaro-Guedes (a reforma tributária e a reforma da administração pública) estão travados no Congresso e os termos originais foram diluídos. “As infra-estruturas podem ser o grande motor da recuperação”, garantiu no início do mês o ministro do sector, o engenheiro e militar da reserva Tarcisio Gomes Freitas. Naquele dia, ele anunciou uma série de licitações para aeroportos, ferrovias, portos, rodovias ... “O objetivo é a geração de empregos”, disse a um grupo de correspondentes. “O dinheiro não tem selo (de origem). Ele é bem-vindo de onde quer que venha ”, respondeu ele quando questionado sobre as declarações sinofóbicas do presidente.

Nas últimas semanas, a vacinação acelerou. Embora menos de 12% dos 210 milhões de brasileiros tenham recebido as duas doses, mais de dois milhões de pessoas foram imunizadas na última quinta-feira, depois que o processo começou com uma lentidão que exasperou o poder econômico que pediu ao governo que o leve a sério este ano . Em carta pública, os representantes dos setores econômicos afirmaram que, sem vacinação, não haveria recuperação econômica. A chamada de despertar entrou em vigor.

O Bolsonaro's é um governo que durante meses ignorou as ofertas das empresas farmacêuticas e no qual um ministro foi secretamente vacinado. Durante meses, as injeções vieram graças, sobretudo, à iniciativa dos governadores .

Essa demora na negociação das vacinas agora afeta o custo da recuperação, avaliam especialistas como Claudio Considera. A pandemia manteve setores como comércio e serviços desorganizados, com muitas vítimas devido à crise econômica. “Há 73% do PIB que não está funcionando na sua totalidade”, estima o economista do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas.

Tanto a taxa de vacinação quanto o manejo da recuperação do impacto da pandemia. O presidente Bolsonaro tem feito campanha contra o distanciamento social e, incentivado por ele, parte da população não usa máscara, nem acredita na existência do vírus. Isso pode atrasar a reabertura total da economia, porque o vírus vai continuar a circular e as infecções não vão ceder facilmente. Os economistas também não sabem qual será o impacto das 500 mil mortes pela pandemia no mercado de trabalho. A letalidade continua alta, com mais de 2.000 mortes por dia.

 

FONTE: EL PAÍS

IBGE: Com pandemia, desemprego alcança 14,2% em novembro e bate recorde

IMAGEM: DIÁRIO DE TAUBATÉ/REGIÃO

 

A melhora da atividade econômica e o crescimento da população ocupada não foram suficientes para reduzir o impacto provocado pela pandemia da covid-19 no mercado de trabalho, que segue com alta no desemprego, subocupação e desalento.

A avaliação faz parte da análise do desempenho recente do mercado de trabalho e perspectivas para 2021 apresentado, hoje (28), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em março, o estudo mostra que a taxa de desocupação ficou em 15,1%, o que representa 2,3 pontos percentuais acima do resultado do mesmo período do ano anterior.

O crescimento do contingente de desalentados também indica que o mercado de trabalho não se recuperou.

Desemprego

Segundo a pesquisadora do Grupo de Conjuntura do Ipea e autora do estudo, Maria Andréia Lameiras, os níveis de desemprego ainda estão ruins porque a cada dia que passa, mais gente volta para o mercado de trabalho para procurar emprego, o que não ocorria no período inicial da pandemia.

“Muita gente deixou de procurar emprego por medo de contágio, porque sabia que a situação econômica estava muito ruim e a probabilidade de conseguir um emprego era muito pequena e porque existiu o auxílio emergencial que, bem ou mal, deu segurança ao trabalhador de ficar em casa se protegendo e ter algum meio de subsistência”, informou em entrevista à Agência Brasil.

A movimentação da economia que apresentou sinais de melhora no primeiro trimestre de 2021, o avanço da vacinação e o valor menor do auxílio emergencial, segundo Maria Andréia, estão fazendo as pessoas procurarem mais o mercado de trabalho o que vai continuar impactando o nível de desemprego.

“Todas as pessoas que ficaram desempregadas na pandemia e, também têm chegado para este contingente, as pessoas que estavam inativas e sem procurar emprego. Quando chega ao mercado de trabalho sem uma colocação é considerado um desempregado e, por isso, o contingente de desempregados continua crescendo e vai continua crescendo, porque o movimento de retorno só tende a crescer nos próximos meses”, afirmou.

Informalidade

O estudo indica ainda que a recuperação da ocupação vem ocorrendo de maneira mais intensa entre os empregados sem carteira e os trabalhadores por conta própria, que integram os segmentos informais do mercado de trabalho.

O contingente de trabalhadores sem carteira e por conta própria registraram recuos menos expressivos no primeiro trimestre de 2021 com retrações de 12,1% e de 1,3% respectivamente, do que no trimestre móvel encerrado em agosto de 2020, quando os recuos foram de 25,8% e de 11,6%. Para a pesquisadora, a melhora da recuperação da ocupação pelos informais já era esperada.

“Porque primeiro foi o segmento mais afetado pela pandemia que foi o de serviços e de comércio. Segundo porque a gente já tinha visto que a pandemia causou menos estrago no setor formal. O emprego com carteira acabou sendo um pouco mais preservado durante a pandemia, porque é o trabalho com melhor qualificação, o trabalhador consegue fazer home office, então, foi de fato mais preservado. O informal foi mais atingido e é compreensível que, na retomada, acabe liderando”, comentou.

A pesquisadora destacou que, embora apresentasse sinais de recuperação no período de pré-pandemia, a situação do mercado de trabalho não era excepcional.

“Vem a pandemia e piora ainda mais, sendo que a gente já estava partindo de um ponto que não era excepcionalmente bom. Só que, quando a gente olha a foto do último trimestre, há indícios de melhora, porque a gente está vendo que a ocupação que caiu fortemente no segundo semestre, ela já começa a melhorar, claro que quando compara com o número de ocupados de um ano atrás a gente ainda está com taxa de negativa, mas quando olha a margem essa taxa negativa está cada vez menor”, disse.

Mais atingidos

A análise mostrou ainda que, no primeiro trimestre de 2021, se comparado ao mesmo período de 2020, a taxa de desocupação foi maior para as mulheres (17,9%) do que para os homens (12,2%).

 

Além disso, os mais jovens seguem como os mais prejudicados, com taxa de desocupação de 31%; enquanto o desemprego dos mais idosos é menor (5,7%).

Na escolaridade, os trabalhadores com ensino médio incompleto e completo foram os mais impactados pela pandemia na relação com as taxas de desocupação, que avançaram de 20,4% e 14,4% para 24,4% e 17,2%, de 2020 para 2021, respectivamente.

Já os trabalhadores com menor taxa de desemprego, no período, foram os que possuem ensino superior (10,4%).

Nas regiões, a alta do desemprego foi generalizada. Com exceção de Roraima e do Amapá, todas as unidades da federação registraram aumento da desocupação este ano. As maiores taxas ficaram com Pernambuco (21,3%), Bahia (21,3%), Sergipe (20,9%), Alagoas (20%) e Rio de Janeiro (19,4%).

Perspectivas

O cenário é favorável para 2021, de acordo com a economista Maria Andreia Lameiras. “Para os próximos meses, a expectativa é que o movimento de recomposição da força de trabalho se intensifique. O avanço da vacinação combinado à retomada mais forte da atividade econômica deve ampliar a geração de empregos”, destacou.

A expansão da ocupação, entretanto, não será suficientemente forte para reduzir a taxa de desemprego no período devido ao esperado aumento da força de trabalho (com mais pessoas procurando emprego).

Pré-pandemia

A pesquisadora acredita que, mantido o cenário atual, o mercado de trabalho poderá voltar ao nível pré-pandemia no primeiro trimestre de 2022.

“No primeiro trimestre de 2022, acho que a gente volta para o nível pré-pandemia. Mantido o cenário atual. A gente está imaginando que não vai ter nenhuma grande variante [de covid-19], nenhum distúrbio político no país. A gente está imaginando com as informações que tem hoje de uma economia que está ganhando força. Tudo leva a crer que a gente vai ter a ocupação aumentando no segundo semestre e no primeiro trimestre do ano que vem, de maneira que a gente deve pensar o primeiro trimestre de 2022 próximo do patamar que a gente tinha”, completou.

 

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

É o tema da IMO para o dia mundial da categoria

Para marcar o Dia Mundial do Marítimo, celebrado em 25 de junho, a Organização Marítima Internacional (IMO) lançou a campanha “Por um futuro mais justo para os marítimos”.

O objetivo é reforçar a importância do trabalho da categoria, que se tornou mais árduo por causa da pandemia do coronavírus.

Em muitos países, os marítimos sequer são considerados trabalhadores essenciais, o que os impede, por exemplo, de serem vacinados com prioridade. Em outros lugares, há restrições ao deslocamento de estrangeiros, o que tem levado tripulações a ficarem retidas em embarcações, sem poder sair ou voltar para casa.

 

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IMAGEM: PETROBRAS/FATOS E DADOS

 

Com a Petrobras pisando no freio dos investimentos e vendendo mais ativos, empresas petrolíferas estrangeiras estão ganhando espaço no Brasil. Juntas, Shell, Repsol Sinopec, Petrogal e TotalEnergies já respondem por 20% da produção nacional de petróleo e gás. Em conjunto, a iniciativa privada responde, hoje, por 27% do total, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O novo retrato da indústria revela ainda a transferência dos investimentos para o pré-sal e a queda do número de descobertas de reservatórios. Mudou também a distribuição dos royalties entre municípios.

Representante das grandes petrolíferas, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) espera que a participação das estrangeiras cresça ainda mais à medida que o pré-sal avançar.

Os investimentos da Petrobras estão caindo desde 2014, quando a empresa passou a ser alvo de denúncias de corrupção na Operação Lava Jato, a cotação do petróleo despencou e seu endividamento ultrapassou US$ 100 bilhões. Seus gestores reduziram os investimentos, que passaram de US$ 236,7 bilhões (para o período de 2014 a 2018) para os atuais US$ 55 bilhões (de 2021 a 2025).

A estatal abandonou o plano de ser uma empresa integrada em cadeia, vendeu campos terrestres e em águas rasas e colocou menos dinheiro na exploração de novas reservas, que responderiam por descobertas futuras. Houve poucas aquisições nos últimos anos, exceto em áreas gigantes do pré-sal da Bacia de Santos, como em Búzios, tido como seu melhor ativo.

A participação da Petrobras na produção nacional passou de 84% em abril de 2016 para 73% em igual mês deste ano, uma queda de 11 pontos porcentuais em cinco anos. Em contrapartida, a da Shell, que, há cinco anos, respondia por 7% da produção interna de óleo e gás, hoje está com 12%. Parte desse avanço se deve à compra da BG, em 2016. Em seguida, aparecem a Petrogal (cuja participação passou de 1,4% para 3,4%) e TotalEnergies, que saiu do zero para quase 2%. A Repsol Sinopec ocupa a quarta colocação, mas o volume extraído por ela caiu 0,2% no período.

Há ainda uma série de companhias estrangeiras de grande porte – como Chevron, Equinor e Exxon, que apostam em campos em águas profundas, inclusive no pós-sal – e brasileiras, como Enauta, PetroRio e Dommo, que vêm crescendo, principalmente, com a compra de áreas da Petrobras. 

Naturalidade

A Petrobras afirmou ser “natural” o crescimento de concorrentes estrangeiras no mercado, “assim como a entrada de novas empresas em ativos vendidos” por ela. A estatal trabalha para manter sua liderança na produção de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas, incluindo o pré-sal, como informou por sua assessoria de imprensa.

A estatal afirmou que atuar em sociedade é uma solução para reduzir a exposição ao risco e agregar o conhecimento e capital dos parceiros. Segundo a companhia, esse modelo de negócio ajuda a empresa a “estar presente em um maior número de oportunidades e agregar competência”.

A Petrobras argumenta que sua produção de petróleo cresceu nos últimos anos, com exceção de 2018, e que deve manter a liderança no segmento de refino, mesmo após se desfazer de metade da sua capacidade de produção de derivados. “A Petrobras continuará sendo a maior companhia integrada no Brasil, utilizando seu parque para maximizar o retorno e otimizar suas operações”, afirmou.

A Shell, por meio de sua assessoria, afirmou ter ativos no Brasil, em todas as fases, da exploração à desmobilização de plataformas. Dois deles estão na fase de produção: Parque das Conchas e Bijupirá-Salema, na Bacia de Campos. “Também planejamos para este ano um poço exploratório no bloco CM-791, na Bacia de Campos, arrematado na 15.ª rodada de concessão (em 2018), o que demonstra que o nosso interesse vai além do pré-sal”, destacou.

Já a TotalEnergies afirmou ter um “compromisso de longo prazo com o Brasil” e que o País “oferece grandes oportunidades, especialmente no pré-sal”. A empresa prevê investir US$ 500 milhões por ano em exploração e produção até 2024 e elevar o volume extraído para 150 mil barris por dia no futuro.

A norueguesa Equinor, sétima maior produtora nacional, disse que o Brasil é estratégico para ela. “Desde 2001, a Equinor vem construindo uma organização local forte”, afirmou a empresa, em resposta ao Estadão/Broadcast. “A empresa já investiu mais de US$ 11 bilhões no Brasil até agora e espera investir mais US$ 15 bilhões até 2030”, acrescentou.

Para William Nozaki, coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a retração da Petrobras tem impactos negativos importantes na produção. “O primeiro efeito é a redução da taxa média de investimento total, já que as estrangeiras têm investido menos e não compensam a retração da estatal. Além disso, caiu a produção fora da Bacia de Santos (onde está o pré-sal). Na Bacia de Campos, por exemplo, Shell, Equinor, Dommo reduziram o volume extraído, e Chevron deixou de ser operadora no ano passado (a empresa mantém participação em um campo)”, afirmou.

O especialista em Petróleo e Gás Luciano Losekann, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca a importância da continuidade do investimento para a manutenção das receitas de royalties. O Rio de Janeiro continua a ser o Estado mais favorecido. Internamente, no entanto, a arrecadação de compensações financeiras migra do norte fluminense para a região metropolitana. No topo da lista das mais beneficiadas estão, agora, as cidades de Maricá e Niterói.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

Taxa de desemprego chegou a 14,2% em novembro, diz IBGE

IMAGEM: AMANDA PEROBELLI/REUTERS

 

O ânimo com o desempenho melhor da atividade fez pouca diferença nas avaliações sobre o mercado de trabalho, que deve seguir em reação lenta e com uma taxa de desemprego elevada, a despeito de um PIB que pode crescer mais de 5% em 2021. Segundo a mediana de estimativas de 28 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, a fatia de desempregados na força de trabalho ficará em 14,3% na média do ano. Este seria o nível recorde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, iniciada em 2012.

Embora o Brasil não esteja vivenciando uma “jobless recovery” – expressão em inglês para uma recuperação sem geração de vagas -, economistas apontam que a dinâmica desigual da retomada, em que setores mais informais da economia estão patinando, faz com que o emprego responda com defasagem ainda maior ao aquecimento da atividade. Nesse cenário, enquanto o PIB já recuperou as perdas da pandemia no primeiro trimestre, a população ocupada só deve voltar ao nível pré-covid no fim do ano ou no começo de 2022.

 

Coordenadora técnica do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), Silvia Matos afirma que a visão sobre o mercado de trabalho segue negativa, em contraste à percepção mais favorável em relação à atividade. A entidade projeta que a taxa média de desemprego vai aumentar de 13,5% no ano passado para 14,7% neste ano.

“Temos mais PIB, mas sem emprego”, diz Silvia. O motivo para o descasamento maior entre os dois indicadores, para ela, é a recuperação heterogênea: “outros serviços”, serviços de transporte e construção civil estão crescendo em ritmo mais fraco e são setores mais intensivos em mão de obra, o que prejudica a retomada do emprego e da renda.

“Apesar da melhora das projeções macroeconômicas, continuamos com uma visão cautelosa sobre o mercado de trabalho brasileiro, que permanece muito fragilizado”, diz Lucas Assis, economista da Tendências Consultoria. A Tendências começou o ano projetando expansão de 2,7% para o PIB em 2021, número que hoje está em 4,4%. No mesmo período, a estimativa para o avanço da população ocupada no ano quase não mudou: passou de 3,7% para 4%.

Caso essa perspectiva seja concretizada, o contingente de 92,2 milhões de ocupados que havia no país no primeiro trimestre de 2020 será retomado apenas ao fim do ano, aponta Assis, enquanto o PIB recuperou o patamar pré-pandemia em março. Naquele mês, o total de pessoas ocupadas era de 85,6 milhões, ainda 7% abaixo do nível anterior ao surto de covid-19.

Já a taxa de desemprego deve subir a 14% na média anual para a consultoria. “A economia está mais resiliente por outros fatores que não o mercado de trabalho, que vai demorar para retomar”, afirma Assis. Ele destaca a dificuldade dos trabalhadores informais, especialmente de serviços, em se recolocar no mercado como um fator limitante para crescimento mais expressivo da geração de vagas, em sentido contrário ao maior dinamismo observado no mercado formal.

Gabriel Couto, economista do Santander, pondera que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) estão alinhados à recuperação mais rápida da atividade. Por essa métrica, que registra o saldo entre admissões e demissões de empregados com carteira, após a perda de 1,15 milhão de vagas celetistas entre março e junho do ano passado, houve recuperação de 2,31 milhões desde então. “Mas o mercado informal está em situação muito ruim. É uma parcela que, em tempos normais, representa 40% do total dos empregos no Brasil e não mostrou quase nenhuma recuperação.”

No trimestre terminado em março, enquanto a população ocupada diminuiu 7,1% sobre igual intervalo do ano anterior, a ocupação de trabalhadores sem carteira na iniciativa privada caiu 12,1%. Nos trabalhadores domésticos informais, a retração chega a 17,1%. Segundo Couto, as medidas de distanciamento social penalizaram mais atividades que dependem de interação, o que se reflete negativamente no nível de emprego desses setores.

Conforme a vacinação avançar e a economia tiver reabertura maior no segundo semestre, o emprego informal tende a crescer em ritmo mais alinhado ao formal, diz Couto, mas o desemprego deve seguir alto. Isso porque a crise e as medidas de isolamento fizeram muitas pessoas desistir de buscar uma vaga. Com uma parcela maior da população vacinada, elas devem voltar ao mercado, que não vai absorver todo esse contingente. Por isso, com o ajuste sazonal do banco, o Santander estima que a taxa de desemprego vai subir um ponto entre 2020 e 2021, a 14,2%.

O caráter atípico da crise da covid-19, que retirou muitas pessoas da força de trabalho, e o método de coleta da Pnad, agora feita por telefone, adicionam ainda mais incertezas para estimar o comportamento do desemprego daqui em diante, observa Cosmo Donato, economista da LCA Consultores. De qualquer forma, o cenário melhor para a atividade – a LCA passou a trabalhar com alta de 5% do PIB este ano – vai ajudar na retomada do mercado de trabalho, que deve ganhar mais tração a partir do terceiro trimestre, avalia Donato.

Mesmo assim, ainda há um longo caminho a percorrer, diz o economista, para quem o total de ocupados só vai voltar ao nível anterior à covid no primeiro trimestre de 2022. Na série dessazonalizada por ele, a população ocupada era de 93,9 milhões em fevereiro de 2020 – o patamar pré-crise -, caiu a um piso de 81,9 milhões em agosto e, em março, estava em 86,3 milhões. “O mercado de trabalho está demorando mais para responder à retomada da atividade do que num ciclo recessivo normal.”

 

FONTE: VALOR ECONÔMICO