Refinaria Landulpho Alves, à venda pela Petrobras

IMAGEM: PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

Sindicatos e partidos de oposição questionam valor oferecido por fundo Mubadala

Sob protestos de sindicatos e partidos da oposição, o conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quarta (24) a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, a primeira privatização de uma unidade de refino feita pela estatal.

O negócio, de US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 9,1 bilhões, pela cotação atual), é parte de um plano iniciado pelo governo Michel Temer e acelerado pelo governo Jair Bolsonaro para reduzir a presença estatal no setor.

O acordo para a transferência do ativo ao fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, foi anunciado no início de fevereiro e gerou uma onda de protestos, incluindo o ingresso, por sindicatos, de ações judiciais para suspender as negociações.

Na noite de terça (23), ao tomar conhecimento de que o assunto seria debatido pelo conselho nesta quarta, sindicatos e partidos de oposição iniciaram uma campanha para tentar reverter a operação. Eles alegam que o preço ficou abaixo de projeções de mercado.

 

"É muita estranha a atitude do atual presidente da Petrobrás de querer consumar a venda, a preço de banana, e às pressas, a menos de 20 dias para a sua substituição do comando da empresa”, disse o coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar.

O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, foi demitido por Bolsonaro em meados de fevereiro, em meio a críticas sobre a escalada dos preços dos combustíveis no país. Mas ele decidiu permanecer no cargo até a aprovação em assembleia de acionistas de seu sucessor, o general Joaquim Silva e Luna, que deve ocorrer no próximo dia 12.

Líder da minoria no Congresso, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) também questionou, em ofício à Petrobras, a venda "sem transparência no processo licitatório, por valor abaixo da referência de mercado, num período de transição entre mandatos do presidente e de membros de seu conselho administrativo".

A Petrobras diz que as negociações seguiram sistemática de venda de ativos aprovada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e foi analisada pela AGU (Advocacia Geral da União), além de contar com avaliações de bancos e pareceres de consultorias especializadas.

Prates também questionou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que assinou em junho de 2019 acordo com a Petrobras determinando a venda de refinarias em troca de suspensão de investigações sobre abuso de poder econômico.

"Em se confirmando prejuízo ao erário derivado de atos de gestão temerária, estar-se-ia inclusive, em nosso entendimento, diante da problemática situação de que este Conselho tenha sido utilizado perante atores públicos e privados como salvo-conduto para manobras em conflito com a lei e com a moralidade pública", escreveu.

O Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) chegou a divulgar o envio de notificações extrajudiciais a conselheiros da estatal questionando o valor da operação.

"O Sindipetro-NF lembra aos conselheiros da necessidade de cuidado em relação a decisão a ser tomada que deve respeitar aos interesses da companhia, às exigências do bem público e da função social da empresa", disse a entidade.

Os sindicalistas defendem que o valor da operação chegou a ser questionado por bancos de investimento, como o BTG Pactual e a XP Investimentos, além do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, que é ligado à FUP.

Em nota, a Petrobras defendeu que contou com avaliações independentes dos bancos Citibank, Rotschild e Santander, pareceres técnicos da consultoria global IHS-Markit e da Fundação Getulio Vargas e parecer jurídico do advogado Francisco Costa e Silva, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários e especialista em Direito Societário.

"É importante ressaltar que, em todos os processos de venda de ativos, a Petrobras estabelece uma faixa de valor que norteia a transação e que considera as características técnicas, de produtividade e o potencial de geração de valor do ativo em diferentes cenários corporativos de planejamento", diz a empresa.

O negócio depende ainda de aprovação dos órgãos de defesa da concorrência e terá seu valor final definido em função de variações do capital de giro, da dívida líquida e de investimentos até o fechamento da transação.

"Hoje é um dia muito feliz para a Petrobras e o Brasil. É o começo do fim de um monopólio numa economia ainda com monopólios em várias atividades", disse, na nota, Castello Branco, defendendo que a venda reduz riscos de interferência política nos preços dos combustíveis.

"A Petrobras não está inovando, uma vez que, há mais de uma década, grandes empresas privadas de petróleo no mundo vêm alienando expressiva parcela de sua capacidade de refino, na busca da maximização do retorno do seu capital. A transação satisfaz sem dúvida os melhores interesses dos acionistas da Petrobras e do Brasil”, concluiu.

O diretor-executivo da Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren, disse que a refinaria se tornará "um fio condutor para novos investimentos na cadeia de valor de energia, gerando impactos positivos para o setor, a sociedade e para a economia regional".

Segundo ele, a empresa pretende maximizar o uso dos ativos da refinaria e investir em projetos de expansão e melhorias das instalações.

A refinaria da Bahia é parte de um conjunto de oito unidades de refino que a Petrobras colocou à venda em 2019, como parte de uma estratégia para focar esforços no pré-sal e concentrar suas operações no negócio de combustíveis nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

A empresa defendeu que, mesmo após a venda de todas elas, permanecerá com uma capacidade de refino de 1,15 milhão de barris por dia em outras cinco unidades, "com foco na produção de combustíveis mais eficientes e sustentáveis".

Até que a venda seja aprovada, a Petrobras diz que manterá normalmente a operação da refinaria. Após a conclusão do negócio, apoiará a compradora durante um período de transição, sob um contrato de prestação de serviços.

A estatal afirmou ainda que a transferência do controle não culminará com demissões, mas que um plano de desligamento voluntário, "com pacote de benefícios", será oferecido aos empregados da unidade. Os empregados que decidirem permanecer na companhia poderão optar por transferência para outras áreas.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

Preços de navios com srubbers disparam - Transportes & Negócios

IMAGEM: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

 

O  número de navios equipados com scrubbers praticamente duplicou desde o início de 2020, e a tendência será para manter, regista a BIMCO.

Entre 1 de Janeiro de 2020 e 1 de Março de 2021, os navios com scrubbers passaram de 2 011 para 3 935, refere a organização.

Actualmente, 15,9% dos navios porta-contentores, 11,4% dos graneleiros, 24,5% dos petroleiros e 4.2% dos navios-tanque estão equipados com scrubbers.

Em regra, os armadores optaram por equipar os navios de maiores dimensões, maiores consumidores de combustível. E daí que a percentagem da frota de porta-contentores equipada com sucrbbers, medida em TEU, seja de 28,7%, por exemplo. Nos demais segmentos, considerando a DWT, as percentagens chega, aos 22,5% nos graneleiros, 29,9% nos petroleiros e 13,4% nos navios-tanque.

Com a entrada em vigor dos novos limites de enxofre impostos pela IMO, a 1 de Janeiro do ano passado, a instalação de scrubbers foi a solução encontrada por muitos armadores para continuarem a queimar o combustível tradicional, de alto teor de enxofre (HSFO), mais barato que o bunker de baixo teor de enxofre (VLSFO).

À altura, e considerando a diferença de preços dos combustíveis, o investimentos nos filtros de gases de escape pagava-se a si mesmo, entre 12 e 18 meses.

As contas foram, entretanto, baralhadas pela pandemia, tendo-se assistido a um aproximar dos preços dos dois tipos de combustível.

Mas agora esse diferencial parece ter estabilizado ligeiramente acima dos 100 dólares por tonelada, o que volta a justificar o investimento. Daí que a BIMCO preveja que os novos navios tendam cada vez mais a ser equipados com scrubbers.

FONTE: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

O cargueiro Ever Given no canal de Suez em 24 de março de 2021

IMAGEM: CANAL DE SUEZ CANAL/AFP

Operações para desencalhar um navio cargueiro no Canal de Suez estavam em andamento nesta quarta-feira (24) nesta rota comercial, uma das mais movimentadas do mundo, onde dezenas de navios aguardam – disseram as autoridades locais.

Em um comunicado divulgado esta manhã, o presidente da Autoridade Egípcia do Canal de Suez (SCA), almirante Ossama Rabie, informou que “as unidades de resgate e os rebocadores da Autoridade continuam seus esforços” para desbloquear o Ever Given, um navio de 400 metros de comprimento com bandeira do Panamá.

A embarcação de mais de 220 mil toneladas, que se dirigia para Roterdã procedente da Ásia, encalhou depois de ser levada por uma rajada de vento, quando acabava de cruzar a entrada sul do Canal de Suez, segundo o site Vesselfinder.

De acordo com a SCA, o incidente se deveu a um vento de areia, fenômeno comum no Egito nesta época do ano, que teria gerado um problema de visibilidade.

Falta de visibilidade

O encalhe “aconteceu principalmente pela falta de visibilidade, devido às condições meteorológicas, enquanto os ventos atingiram 40 nós (74 km/h), o que afetou o controle do navio”, relatou a SCA no comunicado.

“O navio cargueiro encalhou acidentalmente, provavelmente depois de ser atingido por uma rajada de vento”, havia dito mais cedo à AFP a companhia Evergreen Marine Corp, que opera o navio.

Julianne Cona, usuária do Instagram, postou uma foto do navio encalhado do Maersk Denver, que ficou bloqueado atrás do Ever Given.

Após o incidente, dezenas de navios esperam para usar o canal, segundo uma fonte marítima.

De acordo com fontes marítimas, 30 navios estão parados na entrada norte do Canal, e outros três, na entrada sul.

Ao mesmo tempo, as autoridades anunciaram que o trecho histórico do canal, localizado na parte central da hidrovia, foi reaberto nos dois sentidos de navegação. Neste momento, porém, não está claro como isso ajudará a absorver a perturbação criada pelo Ever Given.

Tal atraso pode ter consequências para o fluxo do tráfego marítimo em uma rota de navegação que concentra cerca de 10% do comércio marítimo internacional, segundo especialistas.

“A passagem por Suez é sempre levada em consideração e, quando há um grande incidente como este, cria atrasos e um efeito dominó”, explicou à AFP Camille Egloff, especialista em transporte marítimo do Boston Consulting Group, com sede em Atenas.

Ela informou que o atraso é apenas “questão de horas”, porque “estamos em um ambiente hipercontrolado”. Ainda assim, deve ter um custo, “porque bloqueia o tráfego atrás”.

– Fonte de renda –

Em resposta a uma política de grandes obras, uma nova seção escavada em 2014 e 2015 facilitou a travessia dos comboios e reduziu o tempo de trânsito das embarcações.

Quase 19.000 navios passaram pelo Canal de Suez em 2020, de acordo com a SCA.

Este canal é uma fonte de receita essencial para o Egito, com o qual arrecadou 5,61 bilhões de dólares em 2020.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, anunciou em 2015 um projeto para desenvolver o canal com o objetivo de reduzir o tempo de espera e dobrar o número de navios que o utilizam até 2023.  

As autoridades anunciam regularmente novos recordes de tonelagem. Em agosto de 2019, passaram por ele 6,1 milhões de toneladas em um dia.

Idealizado por Ferdinand de Lesseps, empresário e diplomata francês, o colossal projeto de ligação dos Mares Vermelho e Mediterrâneo durou dez anos (1859-1869). Participaram dele um milhão de egípcios, segundo as autoridades de hoje.

Dezenas de milhares deles morreram durante este projeto titânico, estimam os especialistas.

Com 164 quilômetros de extensão, o Canal de Suez “não é prerrogativa de uma nação: (…) pertence a uma aspiração da humanidade”, lançou Ferdinand de Lesseps em 1864, cerca de 4.000 anos após os primeiros projetos de canal dos Faraós.

Ligação marítima entre a Europa e a Ásia, esta rota permitiu não se ter de contornar outro continente, a África, através do Cabo da Boa Esperança. Também conheceu várias guerras e anos de inatividade.

Essa história foi particularmente marcada pelo ano de 1956: em 26 de julho, Gamal Abdel Nasser, recém-eleito presidente, nacionalizou o Canal de Suez.

FONTES: AFP/ISTOÉDINHEIRO

Imagem: Bansky

 

O presidente dos EUA, Joe Biden, exigiu que a Amazon não intimide ou ameace os funcionários votantes para criar um sindicato em um armazém do Alabama.

“A elegância americana média foi construída através de funcionários do sindicato”, disse ele.

A votação ocorre entre 6. 000 funcionários em um armazém em Bessemer, perto de Birmingham, e marcou o início de um movimento sindical. A Amazon resistiu dizendo que pagava um salário mínimo e benefícios, por isso não haveria necessidade de um sindicato.

Seu medo da criação do sindicato a levou a lançar uma página online anti-sindical e colocar cartazes no local, e forçou os funcionários a se reunirem com os trabalhadores para dissuadi-los de criar o sindicato. 

A posição de Biden é clara. Em sua opinião, não caberia ao presidente se alguém se juntou ou não a um sindicato, mas também não cabe ao empregador decidir.

As reações da oposição à Amazon limitaram-se ao presidente, e uma gigantesca organização de investidores também insistiu que a Amazon se preocupasse com as discussões.

Por trás desses conflitos está um ponto central na recuperação dos EUA: o desejo de criar empregos inteligentes e o mercado interno.

De fato, a perda de notoriedade da economia dos EUA e a ascensão da economia chinesa devem-se a más decisões estratégicas; internamente, houve uma expansão do financiamento da economia e um enfraquecimento da força dos sindicatos industriais. devido à opção de contratar empresas gigantes dos EUA para fabricar seus produtos na China e ásia.

Houve reflexões sobre a economia doméstica, que perdeu força, na questão geopolítica, com as vulnerabilidades dos EUA em setores de alta tecnologia, como a fabricação de chips, diante dos problemas políticos, com o fortalecimento da direita americana.

Agora que as novas tecnologias estão provando ser destruidoras de tarefas, sindicatos fortes e remodelados serão obrigatórios. No caso brasileiro, o enfraquecimento dos sindicatos industriais, iniciado no governo Temer, enfraqueceu radicalmente as demandas da indústria. Em tempos, empresas, associações pró e sindicatos industriais eram parceiros na defesa da industrialização.

O centro do capitalismo ocidental é claro: melhorar situações corporativas, individualmente, com o extermínio de direitos, quebrou a economia como um todo, apenas corporações gigantes sem pátria se beneficiaram, mas como um meio de exterminar estados nacionais, ou exterminar eleitores, ainda não foi inventado, o resultado automático é o enfraquecimento do mercado interno e das democracias.

Por Luis Nassif

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IMAGEM: Lloyd's List

 

A Organização Marítima Internacional (IMO) publicou a lista dos Estados que anunciaram suas candidaturas à eleição para o Conselho da entidade. A lista atual não é definitiva e será atualizada com regularidade. Até 22 de março de 2021, 26 países enviaram suas candidaturas.

A eleição dos membros do Conselho será realizada durante a 32ª sessão da Assembleia da IMO, que acontecerá de 6 a 15 de dezembro de 2021.

Os membros do Conselho da IMO serão eleitos em três categorias.

A Categoria A tem 10 Estados com maior interesse na prestação de serviços de transporte marítimo internacional. Nesta categoria, o Panamá se candidatou.

A Categoria B tem 10 Estados com maior interesse no comércio marítimo internacional. São candidatos Austrália, Brasil,
Canadá, França, Espanha e Emirados Árabes Unidos.

A Categoria C comporta 20 Estados não eleitos de acordo com as categorias A ou B acima e que tenham interesses especiais no transporte marítimo ou navegação e cuja eleição para o Conselho garantirá a representação de todas as principais áreas geográficas do mundo.

O Conselho da IMO é eleito pela Assembleia para mandatos de dois anos, começando após cada sessão regular da assembleia. O Conselho é o órgão executivo da IMO e é responsável, no âmbito da assembleia, pela supervisão do trabalho da organização.

Candidataram se Bahamas, Bélgica, Chile, Chipre, Egito, Indonésia, Jamaica, Reino da Arábia Saudita (KSA), Malásia, Malta, México, Marrocos, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Catar, Cingapura, Tailândia, Peru e Vanuatu.

 

FONTE: PORTOS&NAVIOS

IMAGEM: BACIA DE CAMPOS - CRÉDITO PETROBRAS

 

A Petrobras deu início nesta segunda-feira (22) à fase vinculante para venda de suas participações nas concessões de Albacora e Albacora Leste, localizadas em águas profundas na Bacia de Campos.

De acordo com comunicado ao mercado enviado pela estatal à Comissão de Valores Mobiliários(CVM), o campo de Albacora possui uma área de 455 km2 e está situado na área norte da Bacia de Campos, a uma distância de cerca de 110 km do Cabo de São Tomé, no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. No ano passado, Albacora produziu em média 23,2 mil barris de óleo por dia e 408,5 mil m3/dia de gás. A Petrobras é operadora do campo com 100% de participação.

O campo de Albacora Leste possui uma área de 511,56 km quadrados e está situado na área norte da Bacia de Campos, a uma distância de cerca de 120 km do Cabo de São Tomé. Em 2020, Albacora Leste produziu em média 30,9 mil barris de óleo por dia e 598,0 mil m3/dia de gás. A estatal é operadora do campo com 90% de participação e 10% pertencem à Repsol Sinopec Brasil.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

IMAGEM:LABORATÓRIO UERJ DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA/ARQUIVO

Guedes pretendia usar recursos do seguro-desemprego, mas desenho desagradou Bolsonaro

O Ministério da Economia teve que repensar o novo programa de manutenção de empregos, que permite corte de salário e jornada ou suspensão de contrato. A medida, que seria financiada com uma redução da assistência aos demitidos, agora pode ficar sem compensação e ser criada por créditos extraordinários —que ficam fora do teto de gastos.

Bancar o programa com créditos extraordinários não reúne consenso no Ministério da Economia. Parte dos membros ouvidos pela Folha diz que a situação da pandemia atende os requisitos de imprevisibilidade e urgência, mas outra ala diz que a iniciativa contraria o espírito do teto de gastos.

Os créditos extraordinários são permitidos pela Constituição para pagamento de despesas urgentes e imprevisíveis. O instrumento foi usado nas medidas anticrise de 2020, quando as regras fiscais haviam sido suspensas para combater a pandemia e seus efeitos —o que não é o caso agora.

Entre os técnicos favoráveis, é dito que o crédito poderia ser acionado antes mesmo da eventual decretação do estado de calamidade pública.

 

A argumentação usada é que o governo já liberou créditos extraordinários neste ano por outras razões, como para o Ministério da Saúde (que pediu os recursos dizendo que o estado da pandemia em 2021 não era certo no ano passado, quando foi elaborado o Orçamento, tendo em vista a redução no número de mortes no segundo semestre 2020 e a "perspectiva de imunização").

O tema ainda deve passar por mais discussões e uma decisão só deve ser anunciada após o Congresso aprovar o Orçamento de 2021 (o que está previsto para esta semana).

De qualquer forma, o desenho original do ministro Paulo Guedes (Economia) para bancar o programa, com uso de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e da reformulação do seguro-desemprego, foi para a gaveta.

A ideia era cortar recursos pagos hoje no seguro-desemprego e direcionar o dinheiro para o programa e manter os trabalhadores na empresa. Guedes estudava o tema desde antes do Carnaval e dava sinais de estar prestes a lançar a medida, chamada por ele de seguro-emprego.

“Por que não dar R$ 500 para ter um seguro-emprego? Em vez de esperar alguém ser demitido e dar R$ 1.000, vamos evitar a demissão pagando R$ 500 antes. Em vez de uma cobertura de quatro meses, como é o seguro-desemprego, vamos fazer uma cobertura de 11, 12 meses, pela metade do custo”, disse no dia 11.

O objetivo do ministro era compensar a criação do novo programa e poupar recursos públicos. O valor do seguro-desemprego seria reduzido por meio de um escalonamento decrescente de 10% nos valores. Caso o trabalhador recebesse R$ 1.911,84 na primeira parcela, por exemplo, receberia R$ 1.720,65 na segunda, R$ 1.548,58 na terceira e assim por diante.

Conforme mostrou a Folha, o Ministério chegou a estudar também a equiparação do salário-desemprego de domésticos ao dos demais trabalhadores, o que poderia reduzir a rejeição a outras medidas em estudo.

Atualmente, o empregado doméstico demitido tem direito a três parcelas do salário mínimo (R$ 1.100). Já os demais podem receber entre três e cinco parcelas (dependendo do tempo no trabalho), com valores que variam de R$ 1.100 a R$ 1.911,84 (conforme o salário).

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, foi perguntado na semana passada (dia 16) se as mudanças no seguro-desemprego iriam compensar todos os custos do novo programa.

"Estamos estudando, tudo isso depende de um crivo bastante apurado. Mas rapidamente teremos as respostas", afirmou durante entrevista sobre os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Mas a reformulação não foi adiante pelas resistências do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e agora o programa deve ter os mesmos termos do lançado em 2020. A diferença é que teria duração menor, de dois meses, com possibilidade de prorrogação por mais dois meses.

Até as últimas semanas, as estimativas do Ministério da Economia eram que o programa deveria demandar entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões e durar quatro meses.

O programa do ano passado custou R$ 33,5 bilhões e não precisou de compensações por ter sido criado quando as regras fiscais haviam sido suspensas.

Pelas projeções do Ministério da Economia, entre 2,7 milhões e 3 milhões de trabalhadores seriam incluídos no programa.

 FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 
 
 

 

Lockdown, endividamento público e comida na mesa do brasileiro

Deste modo, se não há dinheiro em caixa, é mais do que necessário o endividamento público a nível nacional, estadual e municipal. Não é preciso ser doutor em economia para saber disto.

Por diferentes vezes me manifestei através do Facebook pela defesa de um lockdown nacional e, na impossibilidade deste, de um lockdown estadual ou municipal. Hoje a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado de São Paulo chegou a 89%, ou seja, estamos realmente à beira de um colapso. Muitos outros estados têm situação semelhante. Teremos sorte se essas taxas não subirem a partir desta semana, o que daria início a uma fase de caos e desespero para os paulistas e para boa parte dos brasileiros.

De toda forma, quando defendi o lockdown, não me esqueci em nenhum momento das dificuldades pelas quais vêm passando os pequenos e médios comerciantes e prestadores de serviço, que dependem de seus negócios para sustentar suas famílias. Sei que um lockdown total, restringindo até mesmo as atividades consideradas essenciais, seria benéfico do ponto de vista da saúde pública, mas extremamente nocivo aos indivíduos que vivem de suas modestas fontes de renda.

Gostaria, portanto, de lembrar aos governantes que este lockdown, que tanto martelei, deveria ser seguido de medidas de fomento à economia. A união, o estado e o município têm a obrigação de financiar ações capazes de proteger as pessoas das classes médias e pobres, que dependem de seu negócio para sobreviver. Não adianta nada reduzir a taxa de ocupação de leitos de hospital se houver gente morrendo de fome.

Deste modo, se não há dinheiro em caixa, é mais do que necessário o endividamento público a nível nacional, estadual e municipal. Não é preciso ser doutor em economia para saber disto. Estamos cansados da velha ladainha, que nega comida ao povo brasileiro. Estima-se que o endividamento público nacional estará perto de 86% do PIB ao final do ano, segundo levantamento do Itaú-Unibanco. Que atinja os 90% e depois ajustamos as contas. Se não há dinheiro, que se assuma a posição de estadista, desocupada há tanto tempo, em busca da negociação da dívida.

A união, os estados, os municípios e a elite empresarial têm a obrigação de colocar comida na mesa dos brasileiros, de criar empregos, de oferecer crédito facilitado com juros mais baixos às famílias, entre outras ações capazes de conter a crise humanitária de fome e empobrecimento pela qual estamos passando. Estamos em guerra e é necessário que o governo aja de acordo com o tamanho dos desafios que se apresentam. O lockdown é necessário e, além disto é imperativo o fomento à economia por parte do estado.

FONTE: GGN/RAFAEL TAUIL

 

senado pandemia coronavirus

IMAGEM: DIAP

 

65 senadores assinam documento

Pedido de ajuda vai para 11 grupos

O Senado aprovou moção de apelo internacional nesta 3ª feira (23.mar.2021) pedindo ajuda de 11 grupos do mundo para enfrentar a pandemia no Brasil. O documento foi aprovado simbolicamente , quando não há contagem de votos, e tem assinatura de 65 senadores.

“Nesta crise sanitária sem precedentes que atinge o mundo, barreiras fronteiriças não nos podem proteger da propagação do vírus e do surgimento de possíveis variantes. A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população.”

De autoria da senadora Kátia Abreu (PP-TO), o texto é endereçado a Governos do G20, a ONU (Organização das Nações Unidas), em especial OMS (Organização Mundial de Saúde), OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Parlamento Europeu, Parlamento do Reino Unido, Congresso dos Estados Unidos da América, Assembleia Popular Nacional da China. Eis a íntegra (431 KB).

Também são destinatários postos diplomáticos brasileiros no exterior, representações diplomáticas estrangeiras no Brasil, comissões de Relações Exteriores nos parlamentos nacionais dos países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas e  empresas produtoras de vacinas de combate à covid-19 em fase clínica –etapa 3 ou já em comercialização.

Na justificativa do requerimento, a senadora diz que o Brasil precisa urgentemente vacinar pelo menos 1/3 de sua população, o que seria algo em torno de 100 milhões de vacinas e apela que outros países ajudem o Brasil a obter o número necessário de imunizantes.

“A ordem internacional pode mostrar que é capaz de enfrentar os desafios com uma visão grandiosa, baseada na paz, na solidariedade, na tolerância, e na razão que é a matriz de todo o direito. Só assim vamos seguir adiante com o fortalecimento de uma consciência de cidadania planetária, alicerçada em valores universais.”

Eis os senadores que assinaram o documento:

Ao todo, 65 senadores e senadoras apoiaram o requerimento aprovado

senador (a)partidoEstado
Alessandro Vieira Cidadania SE
Alvaro Dias Podemos PR
Angelo Coronel PSD BA
Carlos Fávaro PSD MT
Carlos Portinho PL RJ
Carlos Viana PSD MG
Chico Rodrigues DEM RR
Ciro Nogueira PP PI
Daniella Ribeiro PP PB
Davi Alcolumbre DEM AP
Dário Berger MDB SC
Eduardo Braga MDB AM
Eduardo Girão Podemos CE
Eliziane Gama Cidadania MA
Elmano Férrer PP PI
Flávio Arns Podemos PR
Humberto Costa PT PE
Izalci Lucas PSDB DF
Jaques Wagner PT BA
Jarbas Vasconcelos MDB PE
Jayme Campos DEM MT
Jean Paul Prates PT RN
Jorge Kajuru Cidadania GO
José Serra PSDB SP
Kátia Abreu PP TO
Lasier Martins Podemos RS
Leila Barros PSB DF
Lucas Barreto PSD AP
Luiz do Carmo MDB GO
Mailza Gomes PP AC
Mara Gabrilli PSDB SP
Marcelo Castro MDB PI
Marcos do Val Podemos ES
Marcos Rogério DEM RO
Maria do Carmo Alves DEM SE
Mecias de Jesus Republicanos RR
Nelsinho Trad PSD MS
Omar Aziz PSD AM
Oriovisto Guimarães Podemos PR
Otto Alencar PSD BA
Paulo Paim PT RS
Paulo Rocha PT PA
Plínio Valério PSDB AM
Randolfe Rodrigues Rede AP
Reguffe Podemos DF
Renan Calheiros MDB AL
Roberto Rocha PSDB MA
Rodrigo Cunha PSDB AL
Romário Podemos RJ
Simone Tebet MDB MS
Soraya Thronicke PSL MS
Styvenson Valentim Podemos RN
Tasso Jereissati PSDB CE
Telmário Mota Pros RR
Vanderlan Cardoso PSD GO
Wellington Fagundes PL MT
Weverton PDT MA
Zenaide Maia Pros RN
Zequinha Marinho PSC PA

fonte: Senado Federal

 

FONTE: PODER 360

Com safra recorde de soja, Bahia tem fila de navios cargueiros no Porto de Cotegipe

IMAGEM: ESTADO DA BAHIA/PORTAL DE NOTÍCIAS

 

Os embarques de madeira e grãos têm sido carregados em um tipo de navio normalmente reservado para outras cargas, pois a forte demanda para transportar commodities causa deslocamentos na oferta de embarcações.

Madeira do Uruguai e grãos do Brasil devem ser enviados nos chamados cargueiros Capesize neste mês ou no próximo, de acordo com dados de embarque da S&P Global Platts.

Esses navios são normalmente usados para transportar carvão e minério de ferro, as duas principais cargas do setor. Em contraste, a madeira normalmente é transportada em embarcações menores, segundo o diretor-presidente da Genco Shipping & Trading, John Wobensmith.

“Isso apenas mostra o quão apertado está o mercado de granéis sólidos em geral, que deve ficar ainda apertado”, disse Wobensmith em entrevista na quinta-feira. As elevadas taxas de frete “não são algo apenas para os próximos três meses”, disse o executivo, segundo o qual a tendência deve persistir ao longo de 2022 por causa da menor disponibilidade de navios.

Em média, as taxas de frete de navios Capesize estão em cerca de US$ 18 mil por dia neste ano, um aumento de quase 40% em relação à média em 2020, disse Wobensmith.

As tarifas devem subir ainda mais, impulsionadas pelos fortes volumes de importação de carvão da Índia e do Vietnã e pelas crescentes exportações de grãos e minério de ferro do Brasil, disse.

A Genco, listada em Nova York, possui 41 navios, de acordo com o site da empresa, cujo preço das ações mais do que dobrou nos últimos 12 meses.

Em tempos normais, cargas de nicho, como madeira, tendem a ser entregues em navios menores, como o Panamax, que tem o tamanho máximo permitido para o Canal do Panamá. Mas os custos desses navios subiram tanto que agora superam as taxas dos Capesizes.

Novos pedidos para graneleiros representam 6,8% da tonelagem de porte bruto da frota total, perto do menor nível desde 2005, de acordo com dados da IHS Markit.

Há relutância em comprar novos navios devido às mudanças nas regulamentações ambientais e à incerteza sobre o cenário com o combustível limpo dominante, disse Wobensmith. A Genco acredita que a amônia será usada pela indústria no futuro, acrescentou.

O fornecimento de navios de granéis sólidos já estava sob pressão, pois as restrições da Covid-19 relacionadas a trabalhadores marítimos e portuários desaceleraram as entregas de cargas, de acordo com Gerry Craggs, diretor-gerente da Stemcor S.E.A. O estímulo dos governos para recuperar as economias abaladas pela Covid-19 também impulsiona a demanda por matérias-primas, disse.

“Estamos na fase de estímulos fiscais praticamente no mundo todo”, disse Craggs em entrevista na sexta-feira. “A demanda tem aumentado por praticamente tudo, e vemos esse efeito no setor de aço e em commodities.”

Granéis sólidos começaram 2021 com o pé direito, disse Lee Klaskow, analista da Bloomberg Intelligence, em relatório na semana passada. “A China e a esperada recuperação econômica global estabeleceram um dos começos de trimestre mais fortes para a demanda por granéis sólidos em uma década.”

 

 FONTE: MONEY TIMES
 

 

 
 

Comércio e atividades consideradas não essenciais fecham as portas durante lockdown no Distrito Federal.

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

As federações sindicais dos petroleiros – FUP e FNP – estão convocando a categoria para aderir na quarta-feira, 24, ao “Lockdown em Defesa Da Vida e dos Direitos”, que será realizado pelas centrais sindicais. O movimento cobra a vacinação em massa e a retomada do auxílio emergencial com parcelas de, no mínimo, R$ 600,00, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

 “Além de fortalecer as greves regionais que a categoria petroleira vem realizando desde o dia 5 de março, a mobilização será mais uma forma de denunciar a irresponsabilidade do governo federal, que levou o País ao pior colapso sanitário e hospitalar de sua história”, disse a FUP em nota nesta terça-feira.

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) também confirmou que vai aderir ao movimento.

Desde o início de março, segundo a FUP, quatro bases da entidade (Bahia, Amazonas, Espírito Santo e Unificado de São Paulo) estão em greve e ganharam na segunda-feira, 22, o reforço dos trabalhadores de Minas Gerais, que iniciaram por tempo indeterminado uma greve sanitária.

 

Segundo a FUP, houve 70% de adesão na greve da Regap, uma das oito refinarias que a Petrobras precisa vender este ano, de acordo com o Termo de Cessação de Conduta assinado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Seguindo as orientações do Sindipetro MG, trabalhadores próprios e terceirizados, não compareceram à Regap (Refinaria Gabriel Passos), onde mais de 200 companheiros já foram infectados pela Covid-19. Atualmente, 12 trabalhadores da refinaria estão internados em decorrência da Covid e três deles estão em unidades de tratamento intensivo, intubados”, informou a FUP.

Conforme a Petrobras, desde maio de 2020 são aplicados testes rápidos em todos os colaboradores da Regap, como triagem para evitar a contaminação dentro das instalações da unidade, além de outras medidas sanitárias para evitar a contaminação. A empresa não confirmou a paralisação na unidade.

“Todos os colaboradores (da Regap) passam por avaliação de saúde, com medição de temperatura, diariamente, na entrada da refinaria. Foi adotado o turno de 12 horas, diminuindo o rodízio de pessoas na refinaria. Foram reforçadas as medidas de higiene e distanciamento, além do uso obrigatório de máscaras”, informou a estatal, afirmando que a refinaria contratou agentes que fiscalizam diariamente o cumprimento dessas medidas durante a parada para manutenção.

Surto na P-38

Também há uma grande preocupação dos sindicatos nas unidades offshore das petroleiras. O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), filiado à FUP, entrou com requerimento no Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a Petrobras seja notificada e preste esclarecimentos sobre o avanço da covid-19 em unidades de exploração e produção da empresa.

 

As últimas denúncias recebidas pela FUP de casos de contaminação em unidades offshore envolvem a plataforma P-38, que está operando parcialmente por causa da contaminação, P-43, P-63, P-25 e P-35, todas na bacia de Campos.

O caso mais recente, segundo a FUP, é um surto na P-38, no campo de Marlim Sul, também na bacia de Campos. A Petrobras confirmou a contaminação e informou que todos os colaboradores com resultado de teste positivo foram desembarcados da plataforma P-38.

“Todos os contactantes de bordo, mesmo que com teste negativo, também foram desembarcados. Todos esses ficarão em isolamento e sendo monitorados pela equipe médica da Petrobras. O serviço de desinfecção da plataforma está em andamento”, informou a estatal em nota.

De acordo com a Petrobras, os protocolos sanitários de prevenção ao Covid estão sendo intensificados, com medidas adicionais de limpeza, higienização e distanciamento na P-38. Novos integrantes já assumiram as funções essenciais do contingente desembarcado, assegurando o atendimento aos requisitos legais e a segurança da unidade.

“As plataformas P-40 e P-56 tiveram sua produção reduzida, porém já voltaram a operar normalmente. A P-38 é uma unidade do tipo FSO, sigla em inglês para a unidade flutuante que estoca e transfere o óleo produzido por outras unidades, portanto não tem produção própria”, explicou a Petrobras, afirmando que as medidas da companhia estão “entre as mais rigorosas no segmento de petróleo”. A empresa não comentou sobre as outras plataformas denunciadas pela FUP.

Em apenas um dia na semana passada, foram confirmados 83 novos casos em atividades offshore do País (Petrobras e outras operadoras), segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Do total de 67 plataformas de petróleo em operação no país, 56 são da Petrobrás (83%). O recorde, segundo dados da agência, foi no dia 26 de dezembro do ano passado, quando 108 pessoas foram contaminadas em plataformas offshore.

De acordo com o Boletim de Monitoramento do Covid-19 do Ministério de Minas e Energia (MME) da segunda-feira, na Petrobras, já foram registrados 5.684 casos de contaminação, com 17 óbitos, ou cerca de 12,2% do total de empregados da estatal (46.416).

FONTE: Estadão Conteúdo

Vista da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim

(Imagem Reprodução/Street View)

 

Com mais de 200 casos de covid-19 entre funcionários contratados e terceirizados, os petroleiros da refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, anunciaram que entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Na semana passada, petroleiros do Rio de Janeiro também pediram que a estatal ofereça mais segurança em plataformas alegando que o risco de exposição ao coronavírus para os trabalhadores é alto.

m um comunicado, o Sindipetro-MG (Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais) informou que pediu ao MPT (Ministério Público do Trabalho) que a Petrobras seja chamada a prestar esclarecimentos sobre o avanço da doença na refinaria. Segundo levantamento da entidade, na semana de 15 de março foram registrados mais de 100 casos positivos no local, sendo 84 deles de um mesmo setor. Desses, 11 funcionários seguem internados por complicações.

Atualmente a Regap passa por uma parada de manutenção, o que gerou um grande número de pessoas no local, incluindo profissionais de outros estados. A manutenção começou em 28 de fevereiro e deve durar 30 dias. Devido a isso, houve um aumento presencial de mais de 2 mil trabalhadores, um efetivo que quase dobrou o tamanho.

Para o sindicato, o aumento na circulação de trabalhadores coloca todo o efetivo em risco. A entidade alega que conversou desde o início do ano com a gerência local afirmando que "que não haveria possibilidade de manter" a manutenção "sem que os trabalhadores, ao cumprirem seu serviço, se vissem expostos a altas taxas de contaminação".

Em nota enviada ao UOL, a Petrobras informou que "vem adotando medidas para proteger a saúde dos seus colaboradores, mitigar a propagação do vírus na companhia e assegurar a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis à sociedade brasileira".

Na refinaria Gabriel Passos (Regap), a estatal diz que "desde maio de 2020 são aplicados testes rápidos em todos os colaboradores, como triagem para evitar a contaminação dentro das instalações da unidade". Outras ações implantadas no local são: avaliação de saúde e medição de temperatura de todos os colaboradores; adoção do turno de 12 horas, diminuindo o rodízio de pessoas na refinaria; reforço nas medidas de higiene e distanciamento, além do uso obrigatório de máscaras; fiscalização das medidas e reforço das equipes de saúde.

Em relação ao movimento grevista, a Petrobras "informa que a Regap opera com equipes de contingência sem impacto na produção". Ainda segundo a empresa, a greve "causa enorme estranheza à Companhia visto que o Acordo Coletivo de Trabalho 2020-2022 foi pactuado há cerca de 6 meses".

 

Todas as regiões do estado de Minas Gerais estão na onda roxa, após decreto do governador Romeu Zema (Novo). A medida visa reduzir a circulação de pessoas para tentar conter a transmissão da covid-19 e conter o colapso do sistema de Saúde. O estado vive, atualmente, o momento mais grave desde o início da pandemia, em março do ano passado.

 

Na última quinta-feira (18), os petroleiros da Bacia de Campos também pediram ao MPT que a estatal apresente ações para combater a covid-19 em plataformas. Os petroleiros querem que a Petrobras apresente protocolos mais rigorosos, como testes em três momentos distintos: no embarque, na metade do período da escala e no desembarque. Atualmente, a empresa realiza a testagem somente no embarque às plataformas.

Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que os casos de covid-19 em plataformas de petróleo e gás do Brasil voltaram a apresentar tendência de alta desde o início de março, revertendo um movimento de queda visto no início do ano.

FONTES: UOL/Reuters.