Vacinas; vacina covid-19; vacina coronavírus

IMAGEM: Paul Biris/Getty Images

 

O governo federal disse a empresários, em reunião virtual realizada ontem e promovida pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que a aquisição de vacinas por empresas para imunização de funcionários será proibida, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Respondendo à principal dúvida de executivos e donos de negócios, alguns dos quais já se movimentavam para importar doses, representantes dos Ministérios da Saúde, das Comunicações e da Casa Civil foram taxativos: a vacinação ficará a cargo do governo, que garantiu ter imunizantes para toda a população.

A reportagem conversou com duas fontes que participaram da reunião. Um deles disse ter saído do encontro "mais tranquilo" do que entrou. Alguns dos presentes, no entanto, fizeram críticas à comunicação contraditória do governo em relação à vacinação.

Além de afastar a possibilidade de o setor privado fazer uma vacinação paralela, o governo também afirmou que já tem cerca de 500 milhões de doses contratadas. Outro recado foi de que, pelo fato de ter um programa de imunização já estabelecido, o Brasil poderá recuperar o "tempo perdido" em relação a nações que já vêm vacinando há mais de um mês.

Do lado do governo, participaram o ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto; o ministro das Comunicações, Fábio Faria; e o secretário-geral do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Os empresários convidados para a reunião fazem parte de um grupo reunido pela Fiesp, chamado Diálogo Brasil, que visa a aproximar o setor produtivo das decisões do Palácio do Planalto.

Uma das propostas das empresas, na tentativa de ajudar a acelerar a imunização, era doar uma dose para o programa nacional de imunização para cada vacina aplicada em um funcionário. No entanto, o argumento oficial para descartar a oferta foi de que, com a produção tanto pelo Instituto Butantan quanto pela Fiocruz, não haverá falta de imunizantes. A expectativa do governo é de que o País possa até se tornar exportador de vacinas mais para o fim deste ano.

A exemplo do que foi comunicado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazzuello, a previsão da reunião foi de que a vacinação no País deverá começar ainda na semana que vem, entre os dias 19 e 20.

Dilema

Desde o início desta semana, o jornal O Estado de S. Paulo teve conversas com diversos empresários, que se dividiam em dois grupos: o primeiro já se movimentava para importar imunizantes para seus funcionários e suas famílias; o segundo considerava antiético "furar a fila" dos grupos de risco definidos: idosos, profissionais de saúde e portadores de doenças crônicas.

Uma grande varejista, com dezenas de milhares de empregados, chegou a dar os primeiros passos para importar vacinas para funcionários e seus familiares. A reportagem também apurou que uma empresa ligada ao setor automotivo também estava buscando alternativas para seus 3 mil colaboradores. Agora, essas iniciativas devem ser abandonadas.

Por outro lado, outras companhias, mesmo antes do veto oficial, já tinham descartado usar seu poder econômico para que seus funcionários "furassem a fila" da imunização. O presidente de uma grande indústria disse, em condição de anonimato, que, após uma reunião de diretoria, ficou acordado que a empresa não buscaria comprar vacinas. "Isso faria sucesso com o nosso público interno, mas achamos que, em relação aos grupos de risco, seria antiético. Então, não faremos."

Os empresários consultados disseram estar dispostos a dar apoio financeiro para agilizar a vacinação. As companhias aéreas já anunciaram que vão fazer o transporte das vacinas gratuitamente. Procurados, os ministérios da Saúde, das Comunicações e da Casa Civil não se pronunciaram até o fechamento da edição da quinta-feira, 14, do jornal O Estado de S. Paulo. 

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

 

 

INSS prorroga atendimento remoto até 10 de julho

IMAGEM: Arquivo/Agência Brasil

 

Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que recebem acima de um salário mínimo terão reajuste de 5,45% neste ano. O aumento corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação oficial do País e cujos dados de 2020 foram divulgados nesta terça-feira, 12, pelo IBGE. A confirmação do reajuste consta de portaria da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia publicada no Diário Oficial da União (DOU). De acordo com o documento, a correção tem efeito a partir de 1º de janeiro deste ano e permite que o teto do INSS passe de R$ 6.101,06 para R$ 6.433,57.

A portaria ainda mantém o salário mínimo em R$ 1.100,00, que não cobre a inflação do ano passado. O valor representa um aumento de apenas 5,26%. Isso significa que a alta no piso não repõe o poder de compra, como assegurado pela Constituição. Para isso, o piso deveria subir para R$ 1.101,95 ou R$ 1.102, após arredondamento. A reportagem procurou o Ministério da Economia para saber se o governo definirá um novo valor para o salário mínimo, como foi feito em 2020, mas ainda não obteve resposta.

A norma da Economia dispõe também sobre valores de auxílio-reclusão, pensão por morte e salário-família, além de benefícios pagos a aeronautas, pescadores, seringueiros, entre outros; e divulga a tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

FOTO: Leo Munhoz / Diário Catarinense

 

O governo de Santa Catarina prevê para fevereiro o lançamento de uma nova proposta de utilização do transporte marítimo na Grande Florianópolis, informou o secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Vieira, em entrevista à NSC TV nesta quarta-feira (13).

O projeto deve ser apresentado às prefeituras da região. Ele informou ainda que o governo pretende ter um projeto pronto para implantação até 2022. O funcionamento segue sem data exata estabelecida.

"Não dá pra se admitir que a Ilha de Santa Catarina, que tem o seu potencial turístico, econômico e que é a Capital do estado, não tenha transporte aquaviário. É certo que até 2022, se nós não tivermos marcado o gol [feito a implantação do sistema], vamos deixar a bola sem goleiro na marca do pênalti... que aí é só fazer a implantação do processo do sistema aquaviário de concessão", explicou.

"Nós teremos um esforço todo concentrado para o transporte aquaviário, para que a gente possa dar passos firmes na implantação do processo de concessão. Já no próximo mês, a gente já vai ter por parte do governador do estado informações sobre o sistema. O estudo está bem consolidado e agora a gente passa para uma próxima etapa de apresentação de uma proposta inicial para todos os atores impactados", disse o secretário.

Em março de 2019 ainda eram necessárias as licenças ambientais do projeto e em outubro a Secretaria de Infraestrutura havia anunciado estudo com possíveis rotas do transporte marítimo.

O primeiro estudo sobre o transporte marítimo em Florianópolis, realizado em 2010, estava preso em uma série de licenças ambientais e de uso de áreas costeiras.

O Departamento de Transportes e Terminais (Deter) chegou a anunciar a operação de catamarãs, uma empresa fez testes, mas o serviço não foi implementado.

FONTE: G1

Plataforma de petróleo - Petrobras

IMAGEM: Rich Press/Bloomberg

Exploração em terra será responsável pela perfuração de 20 poços, investindo R$ 163 milhões, e pela realização das sísmicas 2D, ou R$ 120 milhões; enquanto a exploração no mar programa 18 poços, ao custo de R$ 5,1 bilhões, e sísmicas 3D ao valor de R$ 44 milhões

 

Em 2021, mesmo com a pandemia, 38 novos poços deverão ser abertos em campos de petróleo e gás no Brasil, investimento que pode chegar a R$ 5,2 bilhões, segundo informações declaradas pelos operadores à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As petroleiras preveem ainda a realização de 450 quilômetros de sísmicas 2D e 2.475 quilômetros quadrados de sísmica 3D, que vão demandar mais R$ 164 milhões.

A exploração em terra será responsável pela perfuração de 20 poços, investindo R$ 163 milhões, e pela realização das sísmicas 2D, ou R$ 120 milhões; enquanto a exploração no mar programa 18 poços, ao custo de R$ 5,1 bilhões, e sísmicas 3D ao valor de R$ 44 milhões.

Os dados foram divulgados nesta manhã pela ANP, que atualizou as previsões anuais sobre atividades de exploração de petróleo e gás natural com dados relativos a 2021.

Para este ano, as operadoras declaram a entrada de mais três plataformas de produção, uma a mais do que em 2020. Está prevista também a desativação de 133 campos de petróleo (arrasamento e abandono de poços) e 338 novas perfurações, quase o dobro do verificado no ano passado.

A produção de petróleo em 2021 deverá atingir 463,9 milhões de metros cúbicos por dia, subindo para 571,5 milhões de m3 em 2025. Já o gás natural deve registrar este ano 121,9 milhões de m3, atingindo 173,2 milhões de metros cúbicos em 2025.

"Em função das incertezas inerentes às variáveis consideradas, bem como à possibilidade de apresentação de atualizações e revisões destas estimativas pelos operadores, não há garantia de efetivação das estimativas ao longo do período simulado", informou a ANP.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

 

Plataforma FPSO Cidade de Itaguaí é um navio petroleiro adaptado - Foto André Motta/Petrobras

IMAGEM: André Motta/Petrobras

 

Entre as 100 maiores transacionais

Lista da revista Science Advances

Entre as 100 maiores corporações transnacionais que operam nos oceanos mundo afora, a Petrobras aparece em 2º lugar. A lista, divulgada nesta 4ª feira (13.jan.2021), é parte de uma pesquisa publicada na renomada revista Science Advances, feita por cientistas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e das Universidades de Estocolmo e Uppsala, na Suécia.

Foram avaliados 8 principais setores que operam nos oceanos: petróleo e gás offshore, equipamentos e construção navais, produção e processamento de pescados e frutos do mar, transporte de contêineres, construção e reparo de navios, turismo de cruzeiros, atividades portuárias e energia eólica.

Combinadas, essas indústrias geraram ganhos de 1,9 trilhão de dólares em 2018 (10,4 trilhões de reais). A brasileira Petrobras faturou 46 bilhões de dólares naquele ano, o equivalente a cerca de 250 bilhões de reais.

O estudo, que tem como objetivo avaliar a concentração da indústria no ambiente marítimo e os perigos que isso representa, mostrou ainda que Arábia Saudita, Brasil, Irã, México e Estados Unidos são, respectivamente, sede das maiores transnacionais de petróleo e gás offshore.

Para os cientistas, esse nível de concentração na economia oceânica, fortemente dependente de recursos naturais, particularmente pesca, apresenta riscos para a sustentabilidade e uso global dos mares.

“Essa tendência inclui o potencial que essa economia concentrada tem de retardar o progresso rumo às metas globais de acesso e uso equitativos dos recursos e espaços oceânicos e, de forma mais ampla, para seu uso sustentável”, detalha à DW Brasil John Virdin, principal autor do estudo.

Soma-se a esse cenário o fato de a indústria do petróleo ser fonte considerável de gases do efeito estufa, que aceleram as mudanças climáticas. Além disso, a queima dos combustíveis fósseis produzidos pelas petroleiras, junto com carvão, é responsável por 60% das emissões globais.

QUEDA E ASCENSÃO DA PETROBRAS

Depois de anos de crise financeira e de credibilidade a partir de 2014, quando o grande esquema de desvio de dinheiro dentro da empresa veio à tona, a recuperação recente da Petrobras impressionou.

Segundo um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os lucros caíram rapidamente a partir de 2012, o que levou a brasileira a ter a maior dívida do mundo entre as petroleiras.

Em 2020, porém, ano de pandemia de covid-19, a Petrobras atingiu seu maior nível de produção anual de petróleo e gás natural – foram 2,28 milhões e 2,84 milhões de barris por dia, respectivamente.

O recorde, segundo a própria empresa, se deve ao “foco em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas”, áreas onde a Petrobras considera ter diferencial competitivo.

“O advento do pré-sal colocou a empresa no mapa mundial. Não é de se surpreender que a Petrobras seja a 2ª maior do mundo quando se consideram atividades no oceano”, comenta Arthur Wieczorek, pesquisador associado ao Centro de Geociências Aplicadas ao Petróleo da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Com 87% do total de suas operações concentradas na produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas no Brasil, a petroleira planeja investir 46,5 milhões de dólares entre 2021 e 2025 em exploração e produção. O foco, informou à DW Brasil, é o pré-sal.

Sobre os rumores recentes de privatização, fontes internas ouvidas pela DW Brasil dizem que, embora haja o desejo do ministro da Economia Paulo Guedes, os militares seriam contra. Atualmente, o Conselho da Administração da Petrobras é presidido por Eduardo Leal Ferreira, que foi Almirante de Esquadra da Reserva e Comandante da Marinha até janeiro de 2019.

EFEITOS DA CONCENTRAÇÃO DE PODER

Para Henrik Wachtmeister, um dos autores do estudo publicado na Science Advances, o caso do Brasil mostra como o esgotamento dos recursos força a produção a se deslocar para operações cada vez mais complicadas, mais distantes e em maiores profundidades.

“O momento de aumento da produção do Brasil e da Petrobras também ilustra o difícil dilema de muitos países produtores de petróleo no que diz respeito à mitigação das mudanças do clima e ao Acordo de Paris. Como um dos poucos países com potencial de produção de petróleo convencional, os níveis de produção do Brasil devem aumentar até 2030, possivelmente tornando a Petrobras a maior empresa petrolífera de capital aberto do mundo” afirma Wachmeister à DW.

A preocupação é que, devido ao seu tamanho e poder desproporcionais, companhias transnacionais, como a Petrobras, possam gerar grandes impactos ambientais e sociais.

“O domínio de um pequeno número empresas (…) pode permitir o lobby direcionado dos reguladores para enfraquecer os padrões sociais ou ambientais”, citam os autores, dando como exemplo a imposição de barreiras a práticas sustentáveis ​​em nível nacional ou internacional.

No caso brasileiro, opina Wieczorek, que não fez parte do estudo, a concentração da exploração de petróleo na mão da Petrobrás não seria tão negativa.

“O controle de segurança e de meio ambiente sobre várias empresas operando seria muito difícil no Brasil, onde nem sempre suas entidades reguladores funcionam bem. Aqui, esse comportamento tem que ser uma questão da empresa”, argumenta, adicionando que a petroleira teria um histórico pequeno de vazamentos em comparação às grandes empresas do ramo.

“Toda produção de petróleo e gás, porém, tem perigo de grandes vazamentos. E, quanto maior a produção, maior o risco”, adverte Wieczorek.

Para o pesquisador John Virdin, o estudo ressalta que a economia nos oceanos é semelhante a muitos setores da economia global: um número relativamente pequeno de grandes corporações detêm o controle.

“Embora isso represente riscos para as metas globais de uso sustentável dos oceanos e equidade, também fornece outra razão para essas grandes empresas assumirem um papel de liderança ajudando a conservar e restaurar os ecossistemas oceânicos e apoiar as comunidades que dependem deles”, pontua.

FONTE: PODER360

Golfo da Guiné já registou 78 ações de pirataria no primeiro semestre

IMAGEM: REUTERS

 

O Golfo da Guiné tornou-se em 2020 a zona marítima mais perigosa do mundo.

Os ataques de piratas contra navios petroleiros aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos meses.

 

O golfo da Guiné conta com reservas consideráveis de petróleo. Cinco dos onze países da região são produtores de combustível.

Cerca de uma dezena de grupos fortemente armados opera na região. A região mais afeta é o delta do Níger

As principais atividades dos piratas são a venda de armas, o contrabando de petróleo e os raptos.

Os piratas procuram principalmente petroleiros de média dimensão.

A maior parte dos ataques tem lugar em águas territoriais nigerianas e da Guiné Equatorial.

A França faz parte de uma força internacional formada para combater esta ameaça.

FONTE: EURO NEWS

 

Brasil vai na contramão dos países emergentes - Getty Images/iStockphoto/sefa ozel

Imagem: Getty Images/iStockphoto/sefa ozel

Segundo a agência Moody's, fim do auxílio emergencial para os mais vulneráveis também representa riscos

 

Os atrasos contínuos do Brasil na distribuição de uma vacina contra o coronavírus irão aumentar os riscos negativos para a recuperação econômica projetada para este ano, afirmou nesta quarta-feira (13) a principal analista para o Brasil da agência de classificação de risco Moody's.

Em entrevista com jornalistas sobre as perspectivas para a maior economia da América Latina, Samar Maziad também disse que o fim do auxílio emergencial para os mais vulneráveis poderia representar alguns riscos para a recuperação e que abandonar o mecanismo do teto de gastos teria implicações negativas para o perfil de crédito soberano do Brasil.

Em 8 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo ajuda para antecipar a entrega ao Brasil de um lote de 2 milhões de vacinas contra a Covid-19 produzidas por um laboratório indiano.

O imunizante é produzido pelo Serum Institute, mas foi desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca.

 

A vacina AstraZeneca/Oxford sempre foi a preferida de Bolsonaro, que ao longo do ano passado atuou contra a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan (SP) em parceria com o laboratório chinês Sinovac e no centro da "guerra da vacina" entre o governador João Doria (PSDB) e Bolsonaro.

A disputa, agora, gira em torno da vacinação, ainda que Bolsonaro sempre tenha colocado imunizantes em dúvida. O governo federal incluiu a Coronavac, todas as 46 milhões de doses já encomendadas da China prontas ou em insumos, no Programa Nacional de Imunização.

Ao mesmo tempo, há dúvidas no governo paulista sobre os empecilhos da Anvisa ao uso emergencial da Coronavac.

Sobre o auxílio emergencial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem tratando como positiva a não aprovação do Orçamento deste ano pelo Congresso, o que impõe uma trava para as despesas do governo.

Com a limitação nas contas, a equipe econômica afirma não trabalhar com a possibilidade de fazer novos pagamentos do auxílio emergencial a trabalhadores informais afetados pela pandemia do novo coronavírus.

Sem controle da crise sanitária e com a taxa de desemprego em alta, o fim do auxílio emergencial foi criticado por políticos e especialistas. Nas negociações para a sucessão do comando do Congresso, parlamentares pressionam pela aprovação de novas parcelas da assistência.

As disputas políticas no Legislativo no ano passado travaram a tramitação do Orçamento de 2021, que ainda não foi aprovado. Com isso, a norma prevista na legislação limita os gastos discricionários dos ministérios —como custeio da máquina pública e investimentos— a um doze avos do valor previsto para o ano. Pela regra, o governo não tem autorização para ampliar despesas, se desejar.

 

FONTES: REUTERS/FOLHA DE S.PAULO

 

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Acompanhando o anúncio do fechamento das fábricas remanescentes da Ford no Brasil, nesta segunda-feira (11), já vão se acumulando, mal 2021 teve início, indicações de que a economia brasileira terá mais um ano de crescimento insuficiente. Um longo período, no qual a atividade tem sido incapaz de ocupar a capacidade produtiva instalada, tem provocado um círculo vicioso em que o desemprego - de mão de obra e de outros fatores de produção - tem resultado em contração da demanda, causando novos desinvestimentos que a reduzem ainda mais.

Com a paralisação das atividades com a pandemia, o mergulho foi ainda mais profundo. A retomada intermitente não tem conseguido mudar o quadro de sensação recessiva vigente desde que a economia saiu oficialmente da recessão, iniciada em 2014, em fins de 2016. Essa sensação parece apontar para uma continuidade em 2021, com números mais tímidos do que os recentemente projetados.

Em relatório desta semana a clientes de sua consultoria, o economista Affonso Celso Pastore, professor que formou gerações de profissionais, na USP e na FGV, já alerta para a perspectiva de frustração das projeções para o comportamento da economia em 2021. É bom levar em consideração as conclusões de Pastore, um dos mais conceituados analistas da conjuntura econômica brasileira, com sólida experiência acumulada.

Pastore concluiu que: 1) assistiremos a uma nova desaceleração da economia; e 2) as projeções de crescimento em 2021 serão revistas para baixo. No momento, de acordo com o Boletim Focus, publicação do Banco Central que divulga projeções dos economistas de bancos e consultorias, as previsões para a evolução do PIB (Produto Interno Bruto), neste ano, é de uma expansão de 3,41%, num recuo dos 3,5% previstos há quatro semanas.

Há pelo menos dois fatores que se movem na direção de frear algum tipo de esboço de recuperação da economia brasileira, em um ambiente de incertezas como raramente se tem notícia. O primeiro é a o recrudescimento dos casos de Covid-19, inclusive com mutações mais contagiosas do coronavírus. O outro é a perda de tração da atividade econômica no fim do ano passado.

A pandemia tem avançado numa segunda onda e levado países da Europa a decretar lockdowns mais severos. Nos Estados Unidos, os casos de infecção e mortes, antes da posse do no presidente, o democrata Joe Biden, avançam em números inéditos. Mesmo com o início da vacinação em quase 50 países, o processo de contenção do contágio é naturalmente lenta. O impacto negativo sobre as economias será inevitável.

No Brasil, a descoordenação reinante no governo federal, além de seu envolvimento em disputas políticas com governadores em torno de vacinas e da vacinação, tende a provocar pelo menos dois efeitos indesejáveis. Um aumento dos casos de infecção e morte por Covid-19, pela ausência de ações consistentes de distanciamento social, e atrasos nas campanhas de vacinação. A combinação dos dois elementos tende a resultar em barreiras para a recuperação da economia, com aumento do desemprego e consequentes restrições da demanda.

Como na primeira onda, agora na segunda, e com maior intensidade, Manaus, a capital do Amazonas, tem sido uma amostra antecipada do que pode ocorrer no resto do país. Depois de um movimento de comerciantes que impediu o fechamento do comércio, a ocupação hospitalar por casos de Covid-19 explodiu na cidade. Falta de oxigênio e de leitos, inclusive para outras enfermidades, potencializou as mortes. No começo do ano, a Justiça decretou o fechamento de atividades não essenciais por 15 dias. Dificilmente situações semelhantes não acontecerão em outras regiões do país. O outro elemento que pode levar a revisões baixistas nas previsões para o crescimento da economia é o conjunto de sinais de desaceleração na atividade, no fim de 2020. Ainda não foram divulgadas informações do movimento concreto da economia no último trimestre do ano passado, mas se acumulam indicações no sentido de que a retomada, depois do mergulho no primeiro semestre do ano passado, perdeu tração, no terço final de 2020.

Informações preliminares sobre as vendas de Natal, por exemplo, apontam essa desaceleração. As vendas físicas, no período natalino, de acordo com levantamentos da Serasa Experian, recuaram mais de 10%, em relação ao mesmo período de 2019, no pior desempenho desde 2003. O mesmo mostrou o Índice Cielo de Varejo, que capta movimentação de vendas do varejo e de serviços. Depois de uma alta em setembro sobre setembro de 2019, o índice recuou também mais de 10%, em outubro e novembro, na comparação com os mesmos meses do ano anterior.

Pastore, em seu relatório, menciona uma série de indicadores de confiança com perda de força no terço final de 2021. Um destaque foi o índice de confiança do consumidor que, já em dezembro, antes mesmo do fim do auxílio emergencial, caiu 3,2 pontos, descendo para 78,5 pontos e se afastando dos 87,8 pontos pré-pandemia. O retrocesso na confiança do consumidor alcançou não só as faixas de renda que perderiam o auxílio, mas em todas abaixo de R$ 9.600.

É de se notar que as projeções para o crescimento da economia em 2021 se apoiam no carregamento estatístico derivado de uma aceleração na recuperação econômica, no fim do ano, depois de reverter o mergulho provocado pela pandemia. Essa transmissão de um ano para o ano produziria, de acordo com a mediana das estimativas, uma base de expansão equivalente a 2,5%.

Assim, a expectativa de expansão econômica autônoma para 2021 não passaria de 1%, totalização, em números redondos, 3,5%, no ano. Possíveis perdas começam a ser esperadas tanto na parcela do carregamento do ano anterior, pela desaceleração já captada no fim do ano, quanto no crescimento independente imaginado para 2021 - um recuo resultante do agravamento da pandemia e do atraso na imunização da população.

Uma reversão parcial desse quadro menos promissor, que já começa a ser projetado, poderia vir de adoção de algum tipo de renda básica, a exemplo do auxílio emergencial de 2020, ainda que em valor unitário mais baixo, e alcançando menor número de beneficiados. Para isso seria necessário alguma manobra legal que liberasse gastos públicos dos limites da regra do teto de gastos. As duas possibilidades - um novo auxílio e a flexibilização da regra do teto de gastos - estão na mesa do xadrez político, neste começo de ano, mas ainda não é certo que sejam concretizadas.


JOSÉ PAULO KUPFER

FONTE: UOL ECONOMIA

Vacina coronavirus moderna

IMAGEM: Dado Ruvic/Reuters

 

Diretoria Colegiada irá realizar para autorizar ou não o uso emergencial das vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta terça-feira, 12, que sua Diretoria Colegiada irá realizar reunião no próximo domingo para autorizar ou não o uso emergencial das vacinas contra a Covid-19, a partir dos pedidos feitos na última sexta-feira.

 

A reguladora tem até a próxima segunda-feira para dar uma resposta à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), parceira da britânica AstraZeneca no Brasil para a produção da vacina de Oxford; e ao Instituto Butantan, responsável pelo imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac, a Coronavac.

Se a autorização de uso emergencial for liberada, os imunizantes serão liberados para serem aplicados nos grupos de risco da doença. Mas, para que a campanha de imunização em massa ocorra, as vacinas ainda precisam do registro definitivo, ainda sem solicitação.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não garantiu quando se dará o início da vacinação nacional. Segundo ele, “a vacina começará no dia D, na hora H”, afirmou durante discurso em Manaus.

FONTE: Jornal GGN

 

Ford

IMAGEM: FORD/DIVULGAÇÃO

 

O anúncio do fechamento das fábricas da Ford em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE) pegou de surpresa os sindicatos que representam os trabalhadores afetados.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, se pronunciou em vídeo no Facebook, na tarde de ontem. “É muito difícil. Foi algo que bateu agora nas nossas costas de forma muito forte, estamos tentando ainda absorver essa porrada, algo que a gente nunca imaginaria que aconteceria no Brasil”, disse.

Segundo Bonfim, 12 mil empregos, diretos e relacionados ao setor de autopeças, serão afetados pelo fechamento na região metropolitana de Salvador. Entre as unidades a ser encerradas, a baiana é a que concentrava o maior número de trabalhadores.

A mensagem foi gravada por ele após uma reunião com a presidência da Ford na América do Sul, a chefia de recursos humanos e representantes e dirigentes sindicais da fábrica.

Bonfim não deu detalhes sobre a conversa, mas anunciou uma assembleia para as 5h30 desta terça-feira, 12, na porta da Ford, em Camaçari, para dar direcionamentos, tirar dúvidas e repassar informações da reunião para os trabalhadores. “É pedir a Deus que a gente consiga construir soluções, por mais que a empresa bata aqui na mesa e diga que é um encerramento sem nenhum tipo de intervenção.”

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté realizou uma assembleia geral ainda no fim da tarde desta segunda, 11, para discutir o assunto. A reportagem não conseguiu ainda contato com os representantes dos trabalhadores da fábrica de Horizonte.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, considerou absurda a decisão da Ford de fechar suas operações no Brasil e cobrou reação de diferentes esferas de governo. Para a entidade, a companhia agiu sem dialogar com os sindicatos e demonstrou “total falta de sensibilidade social”.

“É um absurdo a Ford encerrar sua produção no Brasil, fechando mais de 7 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, e aumentando ainda mais a tragédia social no País causada pelas persistentes crise econômica e pandemia do coronavírus”, afirmou Torres. “Esperamos que o governo federal e os governos estaduais de São Paulo, da Bahia e do Ceará intervenham para cobrar da Ford o compromisso produtivo com o País e um recuo diante de um anúncio tão grave como este.”

Bahia

O governo da Bahia emitiu um comunicado na tarde de ontem em que diz já trabalhar em busca de “alternativas” para assumir a fábrica da Ford em Camaçari. Uma das tentativas seria atrair um investidor chinês. De acordo com o texto, o governador Rui Costa (PT) entrou em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a criação de um grupo de trabalho onde serão avaliadas as possibilidades. O governo estadual, segue a nota, também entrou em contato com a embaixada chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia.

 

Investidores chineses já chegaram a ser apontados como prováveis compradores da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP), em negócios que nunca foram concretizados. A área acabou sendo comprada por uma construtora e uma gestora de recursos.

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB), sem citar demissões na fábrica de Taubaté, onde a montadora emprega 740 funcionários, afirmou que a empresa manterá 700 trabalhadores em atividades no município de Tatuí (SP), onde fica o campo de provas da empresa, e na capital do Estado, onde está a sede administrativa. “A medida afeta o fechamento de fábricas no Ceará, Bahia e SP. Foi decisão global da Ford Motors”, escreveu Doria em sua conta no Twitter.

FONTE: Estadão Conteúdo

 

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quarta-feira (13) que a retomada de lockdowns no continente para conter o avanço da covid-19 devem durar até o fim do primeiro trimestre. Segundo ela, o cenário já estava previsto e, por isso, não altera as projeções econômicas da autoridade monetária. “Nossas projeções ainda são muito plausíveis”, disse em evento virtual promovido pela agência Reuters, quando questionada sobre a retomada de medidas restritivas rígidas em países como a Alemanha.

 Lagarde defendeu que 2021 começa em uma perspectiva melhor em relação ao ano passado, diante do processo de vacinação contra o novo coronavírus no bloco. A União Europeia já faz uso dos profiláticos da Pfizer/BioNTech e da Moderna e deve autorizar, até o fim do mês, o uso emergencial das doses da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

“Algumas incertezas de 2020 já foram resolvidas, como o Brexit e as eleições nos Estados Unidos”, apontou a presidente do BCE. Para ela, mais do que a certificação do presidente americano eleito, Joe Biden, a definição do controle do Congresso – conquistada pelos democratas – foi um ponto fundamental para a definição das possibilidades econômicas do mundo nos próximos quatro anos.

Ainda assim, Lagarde reiterou que é preciso cautela neste momento de pandemia persistente e que muita incerteza continua no radar do BCE. “Temos grande preocupação com uma eventual ineficiência do programa de vacinação contra a covid-19”, alertou, durante o evento.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

Há ainda 1.642 casos sendo investigados - Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images

Imagem: Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images

 

A contaminação por covid-19 nas plataformas da Petrobras fez mais uma vítima, subindo para quatro o número de óbitos declarados pela estatal. A informação sobre a morte de mais um petroleiro ocorre uma semana após a companhia ultrapassar a marca de 4 mil casos de contaminação.

Segundo o Boletim de Monitoramento da covid-19, divulgado semanalmente pelo Ministério de Minas e Energia (MME), dos 46.416 empregados efetivos da empresa, 4.158 já tiveram a doença – 148 a mais do que há uma semana -, sendo que 3.906 já estão recuperados, 252 confirmados e em quarentena, e 17 hospitalizados.

Na sexta-feira, 16 trabalhadores desembarcaram da plataforma P-35, na bacia de Campos, com a confirmação de dois casos positivos e cinco negativos, e nove ainda aguardavam o resultado. Outros cinco trabalhadores com suspeita de covid-19 desembarcaram da plataforma P-61, também na bacia de Campos.

A Petrobras confirmou as informações do sindicato, mas destacou que diante do aumento no número de casos de covid-19 em várias regiões do Brasil, a companhia está reforçando as ações de prevenção ao coronavírus.

Segundo o Boletim do MME, até agora o maior número de mortes pelo vírus foi registrado na Eletrobras, ao todo 15, seguido pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), com seis vítimas fatais.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO