IMAGEM: CODERN AUTORIDADE  PORTUÁRIA

 

O Terminal Salineiro de Areia Branca (TERSAB) foi arrendado pelo Consórcio Intersal, nesta sexta-feira (05), em leilão promovido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O evento aconteceu na Bolsa de Valores de São Paulo, ao todo serão investidos R$ 164 milhões ao longo do contrato. Espera-se que o volume de sal salte de 2 milhões anuais de toneladas para 6 milhões por ano. 

O Terminal arrematado é administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN) e está localizado no Oceano Atlântico, a 14 km da costa de Areia Branca (em linha reta), e a 330 km de Natal. Foi inaugurado em 01 de março de 1974 e sua primeira operação se deu em 04 de setembro do mesmo ano. 
 
De acordo com represetantes do Consórcio Intersal na coletiva de imprensa, serão gerados mais 3 mil empregos e ao longo dos 25 anos serão mais de 100 mil em toda a cadeia produtiva da indústria salineira. 
 
O Diretor-Presidente Substituto da CODERN, Ulisses Danilo Silva Almeida, comemorou o acordo e como será o desenvolvimeto socieconômico dentro do estado. “É um dia de comemoração pelo que representa o Porto-Ilha para a indústria de sal do Brasil,  gerando emprego, renda e oferecendo infraestrutura para se manter o protagonismo do sal potiguar junto ao mercado nacional e internacional. Ficamos felizes também por saber que as empresas acreditam no Porto-Ilha, na CODERN”, comentou Ulisses.
 
Porto de Maceió
Também foi arrendado por nesta sexta-feira (05) um espaço de 71 mil metros quadrados (MAC13) destinado à movimentação e armazenagem de açúcar no Porto de Maceió (AL), que estava representado pelo administrador Dagoberto Omena. Serão R$ 59 milhões em investimentos. 
 
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
 

Logotipo da OMS

O ritmo atual de transmissão do coronavírus na Europa é “muito preocupante” e pode causar mais meio milhão de mortes no continente até fevereiro – alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (4).

“Estamos, de novo, no epicentro”, advertiu o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, em entrevista coletiva virtual.

“O ritmo atual de transmissão nos 53 países que formam a região europeia é muito preocupante (…) Se mantivermos esta trajetória, poderemos ter outro meio milhão de mortos por covid-19 na região até fevereiro”, acrescentou.

Para a OMS, o aumento de casos se explica pela combinação de uma vacinação insuficiente com a flexibilização das medidas anticovid-19.

De acordo com os dados da OMS Europa, as hospitalizações ligadas ao coronavírus “dobraram em uma semana”.

O número de novos casos por dia está há quase seis semanas consecutivas em alta na Europa, e o número de mortes diárias continua a subir, já há sete semanas. Esta alta é puxada, principalmente, pelos números de Rússia, Ucrânia e Romênia.

Registra-se, em média, 250.000 novos casos e 3.600 óbitos por dia, de acordo com dados oficiais coletados pela AFP.

A organização pediu que a máscara continue a ser usada.

“Dados confiáveis mostram que, se continuarmos usando em 95% a máscara na Europa e na Ásia Central, poderemos salvar até 188.000 vidas do meio milhão que corremos o risco de perder até fevereiro de 2022”, frisou Kluge.

 

FONTE: AFP

Megaleilão do pré-sal fracassa e Petrobrás banca mais de 90% dos bônus arrecadados pelo governo

IMAGEM: FUP

 

O Ministério da Economia disse à Petrobras que não há estudos ou avaliações para a privatização da estatal neste momento, contradizendo declarações repetidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas últimas semanas.

A série de falas de Bolsonaro sobre privatização, em meio a críticas sobre a política de preços dos combustíveis, é alvo de investigações na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que avalia o cumprimento das exigências legais de divulgação de fatos relevantes ao mercado.

As manifestações do presidente vêm gerando oscilações no preço das ações da companhia. No último dia 25, por exemplo, após entrevista de Bolsonaro, os papéis chegaram a bater alta de 7,7%. No fim do pregão, as ações preferenciais fecharam em alta de 6,84%.

No mesmo dia, a CVM abriu um processo para investigar a Petrobras, levando a empresa a cobrar do governo um posicionamento sobre o tema. Um outro processo foi aberto no dia 27, logo após Bolsonaro dizer que sabia antecipadamente de reajuste nos preços dos combustíveis. 

À Petrobras, o Ministério da Economia diz "não haver fato relevante a ser comunicado ao mercado pela União neste momento ou recomendação de inclusão da desestatização da Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos."

Afirma ainda, segundo a estatal, que "não há estudos ou avaliações em curso que tratem do tema no âmbito da Secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do ME [Ministério da Economia]".

Já o Ministério de Minas e Energia, órgão ao qual a Petrobras é subordinada, diz "não ter conhecimento da existência de qualquer decisão, ato ou fato relevante da União Federal que deva ser comunicado à Petrobras para subsequente divulgação ao mercado".

Na segunda-feira (1º), Bolsonaro afirmou em entrevista na Itália ter pedido ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para "começar a tomar as medidas para ir por parte tirando das garras do Estado a Petrobras". A resposta do ministério à estatal foi dada nesta quinta (4).

Bolsonaro passou as últimas semanas questionando a estatal em entrevistas e lives em redes sociais. No dia 27 de outubro, data de abertura do segundo processo na CVM, disse que a empresa só dá "dor de cabeça " e está "prestando serviço para acionistas e ninguém mais".

Com a popularidade afetada pela escalada dos preços dos combustíveis, o presidente vem buscando transferir a responsabilidade desde o início do ano, atacando governadores, postos e distribuidoras. Agora, o alvo virou a estatal.

"Eu indico o presidente, passa pelo conselho, e tudo de ruim que acontece lá cai no meu colo. O que é de bom, nada cai no meu colo", reclamou nesta segunda-feira (1º) em entrevista concedida na Itália, na qual disse ter conhecimento antecipado sobre preços dos combustíveis.

A CVM tem processos abertos também para investigar declarações do presidente da República no início do ano, quando ele decidiu demitir o então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, por redes sociais, sem cumprir os ritos de divulgação de fatos relevantes ao mercado.

Naquela ocasião, a empresa perdeu em apenas um dia R$ 102,5 bilhões em valor de mercado, como resposta aos sinais de interferência política na gestão da companhia.

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

Foram 312 votos a favor e 144 contra

Por 312 votos a favor e 144 contra, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (4), em primeiro turno, o texto-base do relator Hugo Motta (Republicanos-PB), da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 23/21. Conhecida como PEC dos Precatórios, ela limita o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela Taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos.

Para concluir a votação da matéria, os deputados precisam analisar e votar os destaques apresentados pelos partidos, que podem ainda mudar trechos da proposta. A sessão poderá ocorrer ainda hoje.

De acordo com o texto-base aprovado, os precatórios para o pagamento de dívidas da União relativas ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), atual Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), deverão ser pagos em três anos, sendo 40% no primeiro ano, 30% no segundo e 30% no terceiro ano.

Precatórios são dívidas do governo com sentença judicial definitiva, podendo ser em relação a questões tributárias, salariais ou qualquer outra causa em que o poder público seja o derrotado.

A redação aprovada hoje engloba o texto da comissão especial segundo o qual o limite das despesas com precatórios valerá até o fim do regime de teto de gastos (2036). Para o próximo ano, esse limite será encontrado com a aplicação do IPCA acumulado ao valor pago em 2016 (R$ 19,6 bilhões). A estimativa é que o teto seja de quase R$ 40 bilhões em 2022. Pelas regras atuais, dados do governo indicam um pagamento com precatórios de R$ 89 bilhões em 2022, frente aos R$ 54,7 bilhões de 2021.

Segundo o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, cerca de R$ 50 bilhões devem ir para o programa Auxílio Brasil e R$ 24 bilhões para ajustar os benefícios vinculados ao salário mínimo.

 

FONTE: Agência Câmara de Notícias

Porto-Ilha movimenta granéis sólidos minerais, em especial, o sal

IMAGEM: ARQUIVO JORNAL TRIBUNA DO NORTE

 

Depois do leilão da Rodovia Via Dultra Rio/Santos, realizado no último dia 29 de outubro e do leilão do 5G, o Terminal Salineiro de Areia Branca-Tersab, no Rio Grande do Norte, será leiloado nesta sexta-feira (5) na expectativa de alcançar R$ 164 milhões em investimentos no contrato com duração de 25 anos, prazo do arrendamento da estrutura. O leilão do Tersab, também conhecido como Porto-Ilha, acontece a partir das 15h na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no mesmo pacote de privatizações dos portos de Fortaleza/CE e Maceió/AL.

O porto-ilha potiguar tem 35.114 m², subdividido em uma parte offshore e outra onshore, dedicado à armazenagem e movimentação de granéis sólidos minerais, especialmente o sal, sendo a principal plataforma de escoamento do minério produzido no Estado, com capacidade de 150 mil toneladas, o que faz do RN o maior produtor de sal do País. Estima-se que o leilão gere 3.257 empregos ao longo dos 25 anos do contrato de arrendamento, entre diretos, indiretos e efeito-renda.  
 
Uma das justificativas para a privatização do porto salineiro é a necessidade de garantir as exportações porque o governo argumenta que há o risco de perder mercado nacional e principalmente internacional com a expansão do comércio do sal do Chile.
 
A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que administra o terminal, informou que não se pronunciaria momentaneamente até que o resultado do certame seja anunciado, mas relembrou que a entrega ao arrendatário não é imediata, já que é necessário todo um trâmite depois do leilão.
 
Em comunicado anterior, a Codern havia dito que a concessão do Tersab à iniciativa privada proporcionará uma série de investimentos em infraestrutura, resultando em mais receita para que a que a companhia tenha condições  de fazer melhorias no Porto de Natal. 
 
A concessão anima o setor da industria do sal. “O setor salineiro como um todo enxerga com muito otimismo o processo de arrendamento e os resultados positivos que trará. Nossa expectativa é de crescimento da atividade a partir da desestatização. A operação do porto pelo setor privado nos traz expectativa de que a operação, como um todo, vai melhorar, com mais investimento em equipamentos que devem permitir a operação com maiores volumes, aumentando a carga”, declarou o presidente do Sindicato das Industrias de Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (Siesal/RN), Airton Torres.
 
O estudo para o leilão do terminal salineiro vem se estendendo desde 2019, obedecendo uma série de requisitos como a realização de audiências públicas. O empreendimento foi qualificado na 13ª reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos - PPI, por meio da Resolução nº 121, de 10/06/2020. Esse documento opina pela qualificação de empreendimentos públicos federais do setor portuário e do setor de transporte rodoviário no âmbito do PPI e previa o leilão do terminal salineiro no primeiro semestre de 2021. 
 
Por outro lado, todo esse processo de privatização preocupa os trabalhadores portuários. Eles ainda estão em negociação com a Codern para saber como ficará a situação da categoria, caso não sejam absorvidos pela empresa arrendatária que assinar o contrato. São trabalhadores celetistas, que não têm a mesma estabilidade dos funcionários efetivos.
 
Sindicato dos Portuários teme demissão em massa
 
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Portuários do RN (Sinporn), Pablo Barros, diz que há o temor do desemprego em massa porque o edital do leilão não prevê que a empresa vencedora absorva os atuais trabalhadores. Além disso, uma reestruturação administrativa no quadro da Codern deve eliminar 105 dos 115 cargos hoje em operação no porto.
 
“Até o momento não temos nada resolvido sobre a situação dos trabalhadores. Nossa preocupação maior é que ocorram demissões em massa. No dia 15 de outubro nós tivemos uma audiência pública da Assembleia Legislativa e no dia 27 nós tivemos uma Audiência com o Ministro da Infraestrutur, mas não temos nada de oficial”, disse ele.
 
A Codern garantiu que o diálogo com o sindicato é permanente, inclusive, com participação em audiências públicas, como ocorreu no mês passado em Areia Branca, onde o Diretor-Presidente substituto da companhia, Ulisses Danilo Silva Almeida,  apresentou possibilidades para os colaboradores com o arrendamento do terminal.
 
“Nós vamos discutir individualmente com cada um e oferecer possibilidades, como o Plano de Desligamento Voluntário do Empregado (PDVE), que proporcionará a abertura de vagas em Natal e Maceió, de forma que se possa ofertar esses postos àqueles que hoje estão em Areia Branca, além da possibilidade de Cessão e Movimentação para outros órgãos”, afirmou na ocasião destacando que alguns órgãos do Governo têm interesse em receber o pessoal do Porto Ilha, porém, ainda não há definição sobre o destino dos trabalhadores.
 
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
 

IMAGEM: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Saldo de vagas abertas no Brasil recuou de quase 142,7 mil para 75,9 mil

Depois de passar por revisões, o saldo de empregos formais gerados no Brasil, em 2020, caiu quase pela metade se comparado ao número divulgado inicialmente pelo governo federal. É o que indicam estatísticas do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O saldo mede a diferença entre contratações e demissões em postos de trabalho com carteira assinada.

Segundo dados divulgados em janeiro pelo Ministério da Economia, o indicador havia ficado positivo em 142.690 vagas em 2020. O resultado positivo foi amplamente comemorado pelo governo à época. 

O número decorreu da comparação entre 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos no ano passado.

Depois das revisões, o saldo encolheu 46,8%, para 75.883 vagas. A diferença ficou menor devido ao aumento nos registros de demissões.

O número de cortes ficou 2,2% maior, pulando para 15.361.234. Já as contratações aumentaram 1,8%, para 15.437.117.

Empresas que perderam o prazo para declaração das informações podem enviar os dados ao governo fora do período em questão.

Os atrasos costumam ser corriqueiros, mas a magnitude da revisão chama atenção, analisa o economista Daniel Duque, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Em 2020, ano marcado pela chegada da pandemia, companhias atravessaram período de crise, e os números podem ter sido "subdeclarados", conclui o pesquisador.

"Ao longo do ano passado, muitas empresas fecharam, principalmente após a primeira onda da pandemia, outras hibernaram ou paralisaram as operações. Então, fazer a lista de contratações e demissões para o Caged virou a última tarefa da lista de obrigações."

Em janeiro, ao divulgar os dados de 2020, o ministro Paulo Guedes (Economia) comemorou o saldo positivo de empregos formais, mesmo com a retração na atividade econômica causada pela Covid-19.

Para o ministro, foi fundamental a criação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda –que estabeleceu regras para empresas cortarem salários e jornadas ou suspenderem contratos de trabalho, com pagamento de um benefício ao trabalhador afetado.

"De um lado, o auxílio emergencial fez a maior transferência direta de renda. E, por outro lado, o programa de empregos preservou 11 milhões de empregos", disse Guedes à época.

Em nota, o Ministério do Trabalho e Previdência, recriado em julho, atribui a queda no saldo de empregos gerados em 2020 a declarações realizadas por empresas fora do prazo.

"Ressaltamos que, mesmo com a mencionada revisão, o saldo do Caged de 2020 se mantém positivo, em que pese o pior momento da pandemia da Covid-19", aponta a pasta.

No ano passado, o Caged passou por alterações metodológicas, o que, segundo especialistas, impede a comparação com anos anteriores.

"A entrada de dados fora do prazo acontece quando as empresas declaram as informações de admissão e demissão após a competência em que a movimentação se realizou. A possibilidade de realizar esse tipo de declaração já existia no antigo Caged, havendo uma ocorrência um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021", diz o Ministério do Trabalho e Previdência.

A pasta afirma ainda que os dados anunciados "são reais e obedecem às informações declaradas pelas empresas, podendo ser ajustados para 2020 até o final de 2021".

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

Corrupção e Custo Brasil: Estamos fadados a Viver Crises de Confiança?

IMAGEM: DINHEIRAMA SITE

Chefe de grupo da OCDE diz que aumento da corrupção no Brasil contribui para piora na economia

Drago Kos, da divisão antissuborno, mostrou-se cético em relação à acessão no curto prazo e chamou o país de 'mau aluno'

O aumento de corrupção no Brasil contribui para a piora na economia do país, disse nesta quinta-feira (4) o esloveno Drago Kos, chefe do grupo antissuborno da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o chamado clube das nações ricas.

Em evento promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso e pela Transparência Internacional, o xerife anti-corrupção da OCDE também se mostrou cético em relação à entrada do Brasil na entidade no curto prazo, comparando o país a um "mau aluno".

"Os critérios dos estados membros [para aceitar novos membros na OCDE] se tornaram mais rígidos recentemente, nós realmente não queremos ter maus alunos na classe. Já temos um número suficiente de maus alunos, não precisamos de mais um", disse Kos, indagado sobre a possibilidade de o Brasil iniciar seu processo de entrada na OCDE no ano que vem.

A acessão à OCDE é uma das prioridades do governo Bolsonaro, porque funcionaria como uma espécie de selo de qualidade para investidores, já que os países que ingressam na entidade precisam cumprir uma série de exigências e padrões de qualidade em políticas públicas. 

O Brasil iniciou o processo de adesão em 2017, e obteve apoio do ex-presidente americano Donald Trump. Mas a União Europeia insiste para que candidatos do leste europeu, como Romênia, Bulgária e Croácia, tenham prioridade e sejam admitidos antes que Brasil, Argentina e Peru.

Além disso, a política ambiental do governo Bolsonaro e a percepção da OCDE sobre o enfraquecimento do combate à corrupção no país tornaram-se obstáculos para a acessão, que também enfrenta grande resistência dos legisladores democratas nos EUA.

No início do ano, a OCDE, pela primeira vez, criou um grupo de trabalho especialmente dedicado ao monitoramento da corrupção no Brasil. A entidade citou preocupação com o fim "surpreendente" da Lava Jato, o uso da lei contra abuso de autoridade e as dificuldades no compartilhamento de informações de órgãos financeiros para investigações, segundo revelou a BBC Brasil.

As apreensões só aumentaram, diz Drago Kos. "Estou preocupado com o Brasil", disse o esloveno.

"O Brasil era um caso típico de um país altamente corrupto, que explodiu, no sentido positivo, provando, com a Lava Jato, que estaria disposto a lidar até com os casos mais difíceis de corrupção."

Segundo ele, esse "entusiasmo na luta contra corrupção" parece estar desaparecendo, levando-se em conta acontecimentos recentes. Ele citou especificamente a proposta de mudanças no Conselho Nacional do Ministério Público, que poderia enfraquecer o poder do órgão.

"A quantidade de problemas no Brasil está aumentando: os últimos foram as mudanças propostas para o conselho superior do Ministério Público, além de acusações de corrupção envolvendo políticos importantes no país."

"Se você me perguntasse há três ou quatro anos sobre o combate à corrupção no Brasil, eu teria uma resposta muito simples: o Brasil é um dos melhores, provou que pode ir do zero na luta contra corrupção para 100% e isso podia ser dito sobre todas as instituições do país. Agora, há apenas alguns indivíduos e uma ou duas instituições engajadas no combate à corrupção."

O chefe do grupo da OCDE advertiu que o aumento da corrupção tem efeitos devastadores na economia, e isso também vai acontecer no Brasil. "Talvez não seja tão visível, porque vocês também estão lidando com consequências da pandemia, mas o aumento da corrupção no Brasil tem um papel na piora da situação econômica brasileira".

O Brasil enfrenta inflação acumulada superior a 10% e as projeções de crescimento para 2022 já estão abaixo de 1%. 

Indagado sobre a possibilidade de o Brasil iniciar o acesso à OCDE no ano que vem, ele disse ser impossível, por causa dos procedimentos necessários para o processo. "Teremos que esperar mais alguns anos para a entrada do Brasil", disse.

"Eu já vi países com menos problemas, e problemas menos importantes, que foram barrados. Mas já vi países com problemas maiores que o Brasil que receberem sinal verde. Depende dos estados-membros", disse Kos.

"Mas os critérios dos estados membros se tornaram mais rígidos recentemente, nós realmente não queremos ter maus alunos na classe. Já temos um número suficiente de maus alunos, não precisamos de mais um."

Indagado pelo moderador, o diretor-geral da Fundação FHC, Sérgio Fausto, se os abusos da Lava Jato, como o uso indiscriminado de delação premiada, foram uma das causas do retrocesso no combate à corrupção, Kos afirmou: "Isso sempre acontece, quando há uma instituição muito eficiente no combate à corrupção, o império, ou seja, os corruptos, contra-atacam. Na Romênia aconteceu algo muito semelhante", disse.

Ele disse esperar que policiais, juízes e promotores que combatem a corrupção respeitem a lei 100% do tempo. Mas afirmou que, por enquanto, ouviu apenas rumores, e vai esperar que as investigações sejam concluídas.

"Vi comunicações entre juízes e promotores, que podem ser entendidas como não muito éticas, mas, mesmo assim, não acho que isso seja um argumento forte o suficiente para dizer que todo o processo [da Lava Jato] era corrupto e juízes e promotores estavam violando a lei e abusando de seu poder. Acho que precisamos esperar por elementos mais concretos."

Chile, México e Colômbia são os únicos países da América Latina que conseguiram entrar na OCDE.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO 

 
 
 

IMAGEM: DIVULGAÇÃO/COMEX DO BRASIL

Preços disparam 229% no terceiro trimestre

A gigante dinamarquesa Maersk tem alcançado os melhores números dos últimos sete anos, e isso deve-se ao aumento dos preços do alugueis dos seus contêinres pela crise na cadeia de abastecimento mundial.

A empresa admitiu que “o fim da crise dos contêineres não está à vista” e que a atual crise ainda se pode agravar devido à necessidade de muitas empresas tentarem aumentar o seu estoque a todo o custo, revela o ‘elEconomista’.

De acordo com a Maersk, no terceiro trimestre de 2021 apenas 0,6% dos cargueiros da frota total mundial permaneceram inativos, “um número sem precedentes”.

De acordo com os dados do China Composite Freight Index (CCFI), que analisa as taxas dos portos chineses, o preço do frete aumentou 229% no terceiro trimestre em relação ao ano passado devido à elevada procura por este serviço.

A Maersk admitiu que a indústria marítima não tem de momento capacidade para administrar o aumento do volume de carga que se desencadeou após a pandemia.

“Os portos não estão funcionando tão bem quanto deveriam, e assim não podemos descarregar contêineres tão rápido quanto gostaríamos. É difícil ver exatamente quando a situação vai melhorar. Os nossos clientes estão a lidar com uma procura muito alta de clientes e também têm um stock muito baixo”, explicou o CEO da Maersk, Soren Skou, segundo o ‘elEconomista’.

A empresa revelou que o número de contêineres em circulação aumentou 7% e que um contêiner que custava o aluguel cerca de 1.650 euros, quase duplicou de valor e tem agora um custo de quase 3.100 euros.

 

FONTE: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

Símbolo da Justiça

IMAGEM: SÍMBOLO DA JUSTIÇA/TST

 

De acordo com a decisão, a questão ultrapassa o interesse privado passível de negociação entre as partes.

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Minas Gerais (Sindpas) contra a invalidação de cláusulas de convenção coletiva que excluíam as funções de motorista e de auxiliar de viagem/trocador da base de cálculo da cota destinada, por lei, a pessoas com deficiência e a aprendizes. Segundo o colegiado, as cláusulas regulam direito não relacionado às condições de trabalho da categoria profissional e, portanto, não devem constar de instrumento normativo autônomo.

Exclusão

De acordo com a convenção coletiva de trabalho firmada entre o Sindpas e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, Urbanos, Vias Internas e Públicas de Barbacena e Região, a função de motorista não integraria a base de cálculo da cota de pessoas com deficiência. A justificativa era a exigência legal de habilitação profissional específica. 

No caso dos aprendizes, foi excluída, também, a função de trocador, com o argumento de que eles não poderiam manusear ou portar valores nem trabalhar em período noturno, em trajetos de longa distância.

Mascaramento

Em ação anulatória, o Ministério Público do Trabalho (MPT) sustentou que o detalhamento das cláusulas, com “pretensas justificativas”, visava apenas mascarar a diminuição intencional do quantitativo de aprendizes e de pessoas com deficiência.

Habilitação

Ao anular as cláusulas, o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) afirmou que as únicas funções excetuadas da base de cálculo da cota de aprendizes são as que demandam habilitação de nível técnico ou superior e cargos de direção, confiança ou gerência. Em relação às pessoas com deficiência, a decisão registra que a Lei 8.213/1991 não faz menção à exclusão de determinados cargos ou atividades para o cômputo do percentual.

Interesse difuso

A relatora do recurso do Sinpas, ministra Kátia Arruda, explicou que, ao excluir funções da base de cálculo das cotas, a convenção coletiva tratou de matéria que envolve interesse difuso - direito indivisível dos quais são titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (no caso, as pessoas com deficiência e os aprendizes). “Ou seja, a regra transpassa o interesse coletivo das categorias representadas, para alcançar e regular direito difuso”, assinalou.

Ordem pública

Segundo a ministra, trata-se, também, de matéria de ordem e de políticas públicas, e, por isso, não é passível de regulação pela via da negociação coletiva. Ela observou que houve violação do artigo 611 da CLT, que autoriza a pactuação de instrumento normativo autônomo (convenção coletiva de trabalho) entre as categorias econômicas e profissionais, a fim de fixar condições aplicáveis às relações individuais de trabalho. 

Falta de capacidade

Outro ponto observado foi que as cláusulas não atendem aos requisitos de validade estabelecidos no artigo 104 do Código Civil, sobretudo quanto à falta da capacidade das partes para tratar da questão. De acordo com a relatora, a SDC já se pronunciou algumas vezes para declarar a nulidade de cláusula que trata de matéria estranha ao âmbito das relações bilaterais de trabalho. 

Proteção

Sobre os aprendizes, a relatora assinalou que a convenção coletiva foi firmada já na vigência da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), que considera objeto ilícito de negociação as medidas de proteção legal de crianças e adolescentes, que incluem as cotas de aprendizagem.

A decisão foi unânime.

(MC, CF)

Processo: ROT-10139-07.2020.5.03.0000

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos é composta de nove ministros. São necessários pelo menos cinco ministros para o julgamento de dissídios coletivos de natureza econômica e jurídica, recursos contra decisões dos TRTs em dissídios coletivos, embargos infringentes e agravos de instrumento, além de revisão de suas próprias sentenças e homologação das conciliações feitas nos dissídios coletivos.

 

FONTE: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

IMAGEM: SENADO NOTÍCIAS

 

O Tribunal Superior do Trabalho começará a exigir, a partir de hoje (3/11), a apresentação de comprovante de vacinação contra a covid-19 para ingresso e circulação em suas dependências. A medida está prevista no Ato GP.GVP.CGJT 279/2021, assinado pela presidente do TST, ministra Maria Cristina Peduzzi, pelo vice-presidente, ministro Vieira de Mello Filho, e pelo corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Aloysio Corrêa da Veiga. O ato foi editado nos mesmos termos da Resolução 748, de 26 de outubro de 2021, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A exigência leva em conta, entre outros aspectos, o estágio atual de vacinação da população do Distrito Federal e o poder-dever da administração pública de proteger a saúde e a integridade física de servidores, colaboradores e usuários de seus serviços.

A vacinação será comprovada mediante a apresentação de certificado físico ou digital (ConecteSUS) que contenha a vacina, a data da aplicação, o lote e o nome do fabricante do imunizante. O acesso de pessoas não vacinadas se dará mediante apresentação de testes RT-PCR ou de antígeno não reagentes para covid-19 realizados nas últimas 72h.

O uso de máscaras de proteção facial para ingresso e permanência nas dependências do Tribunal continua obrigatório, inclusive aos que apresentarem comprovante de vacinação. As demais determinações estabelecidas nos Atos Conjuntos TST.GP.GVP.CGJT 316/2020 e 217/2021, que tratam da retomada gradual dos serviços presenciais, também deverão ser observadas integralmente. 

FONTE: TST

afrmm-01

Os valores arrecadados no Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) totalizaram R$ 3,4 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

O montante ficou 178% acima dos R$ 1,2 bilhão arrecadados no mesmo período de 2020. No acumulado de janeiro a setembro, o AFRMM arrecadou R$ 8,9 bilhões, 137% a mais que os R$ 3,7 bilhões contabilizados nos nove primeiros meses do ano passado.

As informações constam no relatório trimestral do Ministério da Infraestrutura.

 

A arrecadação líquida nos nove primeiros meses do ano ficou em R$ 8,6 bilhões, 150% superior ao período de janeiro a setembro do ano passado (R$ 3,4 bilhões). No terceiro trimestre, a arrecadação líquida subiu 195% sobre mesmo período de 2020, passando de R$ 1,1 bilhão para quase R$ 3,3 bilhões.

Esses valores incluem os itens relativos à emenda constitucional 93/2016, que desvincula os 30% das receitas de contribuições sociais, impostos, taxas e multas da União até o final de 2023 (DRU), bem como a parcela que cabe ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) referente aos fundos: Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT (3%); do Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo – FDEPM (1,5%); e Naval – FN (0,4%).

   

O quantitativo de recursos arrecadados ao FMM (receita total) nesse trimestre foi de quase R$ 4,5 bilhões, ante R$ 1,88 bilhão no mesmo período do ano passado (+138%). No acumulado do ano até setembro (tabela abaixo), essas fontes de recursos são da ordem de R$ 9,9 bilhões, montante 59% superior aos R$ 6,2 bilhões contabilizados no período de janeiro a setembro do ano passado.


O relatório traz ainda que, de julho a setembro de 2021, foram aplicados R$ 210,6 milhões de recursos do FMM, 15,7% acima dos R$ 182 milhões de desembolsos no mesmo período de 2020. Do total no 3T21, R$ 102 milhões (+33%) foram para financiamento de projetos de embarcações e não houve empréstimos para projetos de estaleiros. No acumulado do ano, os desembolsos somam R$ 417 milhões, 25,8% de queda ante os R$ 562 milhões registrados nos nove primeiros meses do ano passado. Não houve nenhum ressarcimento às empresas brasileiras de navegação (EBNs) da parcela que lhes cabe do AFRMM nos nove primeiros meses do ano. Esses valores correspondem às parcelas que deixaram de ser recolhidas em razão dos casos de não incidência previstas nas leis 9.432/1997 e 10.893/2004.

 

(1) Ressarcimento às Empresas Brasileiras de Navegação – EBN da parcela que lhes cabe do AFRMM que deixarem de ser recolhidas em razão dos casos de não incidência de que trata o caput do art. 17 da Lei nº 9.432, conforme dispõe o art. 52-A da Lei n o 10.893, de 2004.

Fonte: Portos e Navios – Danilo Oliveira

IMAGEM: ONYX LORENZONI/Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

A portaria do Ministério do Trabalho que proíbe empregadores de exigir o certificado de vacinação dos funcionários contra a covid-19 provoca insegurança jurídica e é inconstitucional, segundo advogados consultados pelo Estadão. Isso porque a portaria traz uma regra que deveria vir por meio de lei, pelo Legislativo – e não pelo Executivo, como ocorreu. Além disso, especialistas apontam que a medida contradiz a Constituição: vai na direção oposta ao artigo que determina que empregador tem a obrigação de garantir ambiente de trabalho seguro e saudável.

“Portaria não é lei. Então, por si só, se a portaria contraria a lei, ela não pode ser considerada válida. Em termos de hierarquia, a portaria é um mero decreto administrativo e ela será muito questionada”, diz o sócio do escritório Soto Frugis Advogados Antonio Carlos Frugis. Ele destaca, sobretudo, que esse não é o único problema. O advogado lembra que ela também contraria portaria prévia do Ministério da Saúde, que obriga empregados a apresentar carteira de vacinação antes da contratação. “A portaria nasceu equivocada e poderá ser revista em breve.”

A portaria foi publicada na segunda-feira em edição extraordinária do Diário Oficial da União. Em postagem no Twitter, o ministro Onyx Lorenzoni disse que “ameaçar de demissão, demitir ou não contratar por exigência de certificado de vacinação é absurdo”.

Daniela Yussa, sócia do Stocche Forbes Advogados e especialista em Direito Trabalhista, afirma que chamou atenção a comparação que o texto trouxe com uma lei que proíbe a exigência de atestados de gravidez para efeito admissional. “Para mim, é uma aberração fazer essa comparação. Uma grávida não traz um risco de saúde ao ambiente de trabalho.”

POPULISMO

Para o advogado Maurício Pepe De Lion, sócio da área Trabalhista do Felsberg, a portaria é populista. Isso porque já havia decisões permitindo a demissão de quem não apresentasse o comprovante de vacinação. “Todos os princípios mencionados na portaria envolvem a questão individual, e não o direito coletivo, que é o caso da pandemia.” Ele explica que, se um funcionário ficar doente e passar para outras pessoas ou se alguém morrer, a empresa pode ser responsabilizada. “Isso traz insegurança.”

Além do fato de a portaria não ser lei, o sócio da área trabalhista do escritório Tocantins & Pacheco Advogados, Bruno Tocantins, afirma que o texto desagrada aos empregados e empregadores e aumenta as chances de a legalidade ser questionada na Justiça do Trabalho. “A portaria dispõe que a demissão por justa causa, no caso de não apresentação do comprovante de vacinação, é entendida como ato discriminatório. Mas o texto nada estabelece sobre dispensa sem justa causa.”

O advogado Rodrigo Nunes, da Cascione Pulino Boulos Advogados, também destaca esse ponto, pois a portaria não fala de demissão sem justa causa. “Antes mesmo dessa medida, já vinha orientando as empresas a fazerem os desligamentos sem justa causa.” Para Nunes, a decisão política cria insegurança e estressa a relação entre patrão e funcionários.

Para Marcus Chiavegatto, sócio do MLA – Miranda Lima Advogados, a portaria, “mesmo sendo bem-intencionada, gera desconforto para as relações entre empregado e empregador e não deve surtir efeito, pois, além de algumas questões controversas, uma portaria não pode excluir ou criar direito não previsto em lei”.

 

FONTE: jornal O Estado de S. Paulo