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População ocupada por conta própria bate recorde, diz IBGE

Em uma lista com seis tipos de ocupação, o trabalho por conta própria é o único que supera o patamar pré-pandemia no Brasil, sinalizam dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o levantamento nesta quarta-feira (27).

No trimestre encerrado em agosto, o número de trabalhadores por conta própria (com e sem CNPJ) voltou a bater recorde no país, alcançando 25,4 milhões. O contingente é o maior da série histórica iniciada em 2012. 

Em igual trimestre de 2019, antes da pandemia, o número de trabalhadores por conta própria era de 24,3 milhões. Ou seja, na comparação entre os dois períodos, o grupo teve variação positiva de 4,6% (mais 1,1 milhão). 

Outras cinco categorias pesquisadas registraram variações negativas. Isso significa que ainda apresentam população ocupada menor ou relativamente estável frente ao pré-crise.

A maior redução, em termos percentuais, foi registrada pelos empregadores. No trimestre até agosto de 2021, o número de profissionais atuando nessa condição foi de 3,8 milhões, 12,9% abaixo de igual período de 2019 (4,3 milhões).

Também houve variações negativas na população ocupada nos seguintes setores: trabalho doméstico (-12,1%), empregados no setor privado (-6,7%), trabalho auxiliar familiar (-6,6%) e empregados no setor público (-0,7%).

Segundo economistas, o avanço do trabalho por conta própria pode ser associado principalmente aos efeitos da crise econômica.

Diante da escassez de empregos, abrir um negócio foi a alternativa de renda encontrada por parte dos trabalhadores.

"Muitas pessoas vão para essa linha porque não dependem de processos seletivos para trabalhar. Isso foi intensificado pela necessidade na pandemia", afirma o economista Rodolpho Tobler, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

A maior parcela dos profissionais por conta própria é formada por informais. Dos 25,4 milhões no trimestre até agosto, 19,4 milhões (76,3%) não tinham CNPJ. A parcela com o registro era de 6 milhões (23,7%).

Em igual trimestre de 2019, o país também tinha cerca de 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ. Esse grupo encolheu na fase inicial da pandemia, mas vem sinalizando retomada nos últimos meses.

Já a parcela com CNPJ era de 4,9 milhões no trimestre até agosto de 2019. Ou seja, avançou em torno de 23,9% durante a crise sanitária.

"Há uma tentativa de formalização dessas pessoas para ter acesso a algum tipo de benefício. Mas esse patamar tão alto do trabalho por conta própria tem a ver com o processo de saída da crise", analisa Tobler.

Segundo o IBGE, a população ocupada, em termos gerais, chegou a 90,2 milhões de pessoas no trimestre até agosto.

A marca significa crescimento de 10,4% (mais 8,5 milhões) frente a igual período de 2020. Contudo, ainda está 3,7% abaixo (menos 3,4 milhões) do mesmo intervalo de 2019.

"A gente tem uma melhora na margem no mercado de trabalho, mas ainda não é uma recuperação plena. O trabalho por conta própria é a forma que muitas pessoas encontram para se virar ou até fazer bicos", observa Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

Segundo ele, o baixo desempenho da economia antes da Covid-19 já dificultava um quadro mais confortável para o emprego. Com a crise sanitária a partir de 2020, a situação se agravou, e só agora dá sinais mais positivos.

O problema, diz Vale, é que a piora recente nas projeções macroeconômicas para 2022 traz riscos adicionais para o mercado de trabalho.

Essa piora ganhou força na semana passada, após o governo Jair Bolsonaro (sem partido) decidir driblar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil.

Na visão do mercado financeiro, a incerteza fiscal tende a comprometer o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022 e, consequentemente, ameaça a reação no mercado de trabalho.

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

barcaças-com-soja

IMAGEM: MNP MOVIMENTO NACIONAL DE PRODUTORES

 

Sinconapa prevê potencial para produção de 2.000 barcaças e 120 empurradores até 2030. Presidente do sindicato recomendou atenção a propostas de alterações em mecanismos de financiamento.

O Sindicato da Indústria da Construção Naval do Pará (Sinconapa) aponta a perspectiva de construção de 2.000 barcaças e 120 empurradores até 2030. A projeção leva em conta a tendência de aumento das exportações de grãos pelo Arco Norte e projetos de ampliação da infraestrutura local. O presidente do Sinconapa, Fábio Vasconcellos, destacou que parte dessa demanda já vem ocorrendo, considerando que a construção de barcaças para a frota de transporte de grãos e fertilizantes se manteve firme este ano e já existem contratos assinados para 2022.

A avaliação é que a perspectiva de construção de barcaças e empurradores gere 3.000 empregos diretos, 12.000 indiretos e investimentos da ordem de R$ 12 bilhões. Vasconcellos ressaltou que os recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) são fundamentais e representam, em média, 80% do total dos projetos construídos nos últimos anos.

Ele comparou que as bacias Amazônica e do Mississipi (EUA) possuem proporções semelhantes, portos com localizações estratégicas parecidas e distâncias similares para destinos como Roterdã, Xangai e Suez. O eixo entre Barcarena, Santarém e Itacoatiara exporta 25 milhões de toneladas por ano, enquanto o porto de New Orleans, no Mississipi, exporta 60 milhões t/ano. A bacia norte-americana concentra aproximadamente 18.000 barcaças cobertas, ante 1.100 barcaças na região amazônica.

“Isso dá ideia do potencial para o futuro com o desenvolvimento da logística, do crescimento da produção do Arco Norte. Com as iniciativas projetadas para os próximos anos, a tendência de escoamento da safra pela região é muito grande e dá perspectiva de que o crescimento da frota para escoamento de grãos será grande”, disse Vasconcellos, na última semana, durante o12º Seminário Internacional de Transporte e Desenvolvimento Hidroviário Interior, promovido pela Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena).

Na ocasião, ele lembrou que entre 2013 e 2020 foram produzidas cerca de 500 barcaças, 20 empurradores de grande porte e 15 empurradores de pequeno porte, somente para o agronegócio. Os projetos somaram R$ 2,2 bilhões de investimentos, dos quais 80% foram provenientes do FMM, resultando na geração de 1.800 empregos diretos e 7.200 indiretos.

Vasconcellos lamentou o que classifica como ‘ataques sistemáticos’ no Congresso em iniciativas tentando acabar ou minimizar recursos alocados pelo fundo e com sucesso na utilização pela indústria. “O FMM é fundamental para o desenvolvimento da indústria naval e da logística do Brasil”, afirmou. Entre 2010 e 2020, houve crescimento de 118% na frota de barcaças, a maior parte unidades para transporte de grãos. De acordo com dados da agência Nacional de Transportes Aquaviários, houve 72% de crescimento na construção de empurradores nesse período.

Para viabilizar as novas demandas, ele destacou a concessão da BR-163 e a manutenção permanente do Rio Madeira no curto prazo. No médio prazo, Vasconcellos espera o aumento paulatino do calado de Vila do Conde e o derrocamento do Pedral do Lourenço e do Pedral Marabá. Ele também defendeu que o setor permaneça atento aos projetos de lei e emendas no Congresso que visam reduzir a arrecadação ou até acabar com a principal fonte de recursos da construção naval brasileira. “O FMM tem sido fundamental para a logística brasileira, inclusive para o agronegócio. Infelizmente, parte desses ataques acontecem pela bancada do agronegócio. Só imputo isso à falta de conhecimento da importância que o FMM tem para frota de agronegócio, que foi feita com utilização de recursos do FMM”, salientou.

 

Fonte: Portos e Navios – Danilo Oliveira

A Covid-19 vaccine

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Em relação ao final de 2019, período anterior à pandemia, perda equivale a 137 milhões de vagas

“Os avanços registrados no processo de vacinação representam um fator primordial para a recuperação do mercado de trabalho”, diz a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em novo relatório, divulgado nesta quarta-feira (27), sobre os impactos da covid-19. Mas a entidade alerta que esse processo tem sido desigual entre os países, variando de 1,6% a 59,8% de pessoas completamente imunizadas. A média mundial estava em 34,5% no início deste mês.

A OIT cita estimativas segundo as quais um aumento de 10 pontos percentuais na proporção da população vacinada propicia uma recuperação de 1,9% de horas trabalhadas. Isso equivale a aproximadamente 52 milhões de empregos com jornada integral. Assim, no segundo trimestre deste ano, por exemplo, a cada 14 vacinados criou um posto de trabalho.

Recuperação ‘estancou’

Em escala mundial, porém, a recuperação do mercado de trabalho após os efeitos da pandemia “estancou” neste ano. “Foram registrados avanços escassos desde o quarto trimestre de 2020”, informa a OIT. “Estima-se que a quantidade de horas trabalhadas em 2021 continue em nível muito inferior ao alcançado no último trimestre de 2019.”

A diferença entre aquele período e o primeiro trimestre de 2021 está em torno de 4,5%. Isso equivale a 131 milhões de empregos, de acordo com a estimativa da entidade. E aumenta para 4,8% em relação ao segundo trimestre (menos 140 milhões) – seria de 6% sem vacina. Ou 4,7% na comparação com o terceiro (menos 137 milhões). “Mas esses dados ocultam amplas diferenças entre os países”, observa a OIT.

Se do último trimestre de 2019 para o terceiro deste ano a perda mundial equivale a 4,7%, nas Américas essa retração é de 5,4% (menos 20,6 milhões). Vai a 5,6% na África e a 2,5% na Europa (incluindo a Ásia central).

Menos 125 milhões de vagas

A organização revisou sua estimativa de “déficit” de empregos neste ano, também em relação ao final de 2019. A previsão feita em junho, de 100 milhões de vagas, aumentou para 125 milhões. A expectativa é apenas de uma leve recuperação no último período do ano.

Assim, além de medidas como incentivos fiscais, a vacinação torna-se um fator “crucial”, ressalta a OIT. “É fundamental para propiciar a abertura da economia e mitigar o risco associado às atividades cotidianas de consumo e produção.”

Em 2020, a América Latina e Caribe viu aumentar a taxa de desemprego para 10,6%, ante 8,1% no ano anterior. O percentual correspondeu a 30,1 milhões de desempregados.

 

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

IMAGEM: AUN USP

 

Três cidadãos equatorianos e um colombiano foram detidos, segundo comunicado do Exército do Equador

Pode ser considerada uma vitória da tecnologia do século 18 sobre a inovação criminosa do final do século 20. Um veleiro de três mastros pertencente à Marinha do Equador capturou na semana passada um chamado “narco-submarino”, uma embarcação caseira de baixo perfil (LPV) projetada para transportar drogas ilegais, no Oceano Pacífico ao largo da Colômbia, de acordo com um comunicado do Exército do Equador.

O Exército disse que o barco Guayas, utilizado na Marinha para treinar cadetes navais, interceptou o narco-submarino em águas internacionais entre as zonas exclusivas da Colômbia e as ilhas equatorianas do Pacífico.

Três cidadãos equatorianos e um colombiano foram detidos, segundo o comunicado, embora não fornecesse detalhes sobre que entorpecentes poderiam estar a bordo do “narco-submarino”, movido por três motores de popa.

O veleiro de 78 metros de comprimento, movido por mais de 1.393 metros quadrados de velas penduradas em três máscaras altas, estava em um cruzeiro de treinamento quando avistou o navio de transporte de drogas e parou, disseram militares equatorianos.

O Guayas foi projetado para transportar 80 cadetes, além de uma tripulação permanente de 36 pessoas.

A maioria dos “narco-submarinos” são na verdade LPVs, essencialmente navios com a maior parte de seu volume abaixo da linha de água. As versões mais avançadas são conhecidas como semi submersíveis, barcos com apenas uma escotilha e entradas de ar acima da superfície.

Veleiros antigos X narco-submarinos

Os LPVs surgiram pela primeira vez no final da década de 1990, quando os cartéis de drogas colombianos procuraram maneiras de escapar das patrulhas dos EUA no Mar do Caribe e trazer sua carga ilícita para aquele país.

Os navios à vela tiveram seu apogeu no século 18 e início do 19 com potências europeias como a Grã-Bretanha, França e Espanha construindo frotas navais para proteger seus interesses marítimos comerciais.

Mas o advento da energia a vapor em meados de 1800 rapidamente relegou os navios militares à vela para o ferro-velho.

No entanto, várias nações ainda usam navios à vela para treinar recrutas em habilidades náuticas básicas. Os navios irmãos dos Guayas estão sendo usados ​​pelos exércitos colombiano, venezuelano e mexicano, de acordo com a Tall Ships Network, um site britânico que se autodenomina “uma plataforma global para todos os tipos de navios de grande porte”.

O navio da Guarda Costeira dos EUA Eagle é usado para treinar cadetes de serviço e é o único veleiro ativo nas forças armadas dos EUA.

“Os costumes de antigamente ainda têm muito a ensinar”, diz o site da US Coast Guard Academy sobre o Eagle. “As condições e situações que você enfrenta navegando não podem ser reproduzidas em uma sala de aula ou a bordo dos navios modernos de hoje.”

“Totalmente dependentes do vento, das ondas e das correntes, (os cadetes da Guarda Costeira) aprendem rapidamente como essas forças da natureza afetam um navio. Eles se tornam hábeis em lidar com navios, tomar decisões e enfrentar desafios inesperados”, diz o site da academia.

É esse tipo de treinamento que poderia levar um veleiro a capotar um navio movido a energia, disse Alessio Patalano, professor de guerra e estratégia no King’s College London.

“Os marinheiros treinam regularmente para tripular este navio com o melhor de suas capacidades, o que significa que em condições climáticas favoráveis ​​suas velas podem impulsioná-lo além de 10 nós”, disse Patalano.

“Embora não seja uma velocidade comparável aos navios modernos, quando combinada com uma tripulação competente, certamente daria ao navio uma vantagem sobre quatro narcotraficantes em uma balsa de drogas caseira, tão rápido quanto poderia ter sido”, disse.

Begona Blanco Muñoz, da CNN, contribuiu para esta reportagem.

FONTE: CNN INTERNACIONAL

O Contedo Jurdico Do Dano Moral

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Os dispositivos da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) que estabeleceram tetos para as indenizações por danos extrapatrimoniais devem ser interpretados como parâmetros a serem seguidos pelos juízes. Isso não os impede, porém, de conceder reparações acima de tais limites, desde que observados os princípios da proporcionalidade, razoabilidade e igualdade. Além disso, fica garantida a possibilidade de indenização por dano reflexo ou por ricochete.

Esse foi o entendimento do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes ao votar, nesta quarta-feira (27/10), para conferir interpretação conforme a Constituição aos artigos 223-A a 223-G da CLT. O julgamento foi interrompido por pedido de vista do ministro Nunes Marques.

A reforma trabalhista definiu que os valores de indenização por danos extrapatrimoniais deveriam ter como referência o último salário contratual do empregado — até três vezes, quando a ofensa é de natureza leve, chegando a no máximo 50 vezes, em casos gravíssimos. Se o ofendido for pessoa jurídica, o parâmetro da indenização será o salário contratual do ofensor. Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização.

Gilmar Mendes, relator das ações diretas de inconstitucionalidade, afirmou que a reforma trabalhista não violou a Constituição ao restringir indenizações por danos morais. Afinal, a norma não impediu a aplicação de princípios do Direito do Trabalho — e nem poderia fazê-lo, apontou o ministro.

De acordo com ele, os fatores que o juiz deve considerar ao avaliar pedido de indenização por dano extrapatrimonial, listados no artigo 223-G da CLT, são critérios para proferir a decisão, mas que não excluem a discricionariedade do magistrado.

"Não há inconstitucionalidade na opção legislativa que não esvazia, apenas restringe a discricionariedade judicial, ao listar critérios para a decisão", declarou Gilmar, ressaltando que o juiz pode conceder indenização acima dos tetos fixados pela reforma trabalhista, desde que observe os princípios da proporcionalidade, razoabilidade e igualdade.

Gilmar Mendes também destacou que o artigo 223-B da CLT não pode ser interpretado de forma a impedir indenização por dano reflexo ou por ricochete — quando o dano causado a uma pessoa gera danos a outros, como seus familiares. O dispositivo estabelece que "causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação".

AGU e PGR
Em sustentação oral feita em 21 de outubro, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, afirmou que os dispositivos questionados (artigos 223-A e 223-G, parágrafos 1º e 2º, da CLT) estão em consonância com padrões de razoabilidade e proporcionalidade e com a proteção conferida ao trabalhador pela Constituição de 1988.

Segundo o AGU, antes da reforma trabalhista, havia decisões totalmente distintas para casos semelhantes, "situação desproporcional que gerava insegurança jurídica". De acordo com Bianco, a Constituição não proíbe o legislador de estabelecer parâmetros para indenizações.

Já o procurador-geral da República, Augusto Aras, opinou pela declaração de inconstitucionalidade dos artigos 223-A e 223-G, parágrafo 1º, I a IV, e, por arrastamento, do artigo 223-C e dos parágrafos 2º e 3º do artigo 223-G, da CLT.

Conforme Aras, os valores morais compõem o patrimônio subjetivo do cidadão, protegido no ordenamento jurídico contra qualquer espécie de lesão. Além disso, a responsabilidade civil exige ampla e irrestrita recomposição dos interesses ofendidos, impedindo que qualquer tipo de dano ocorra sem o correspondente ressarcimento, declarou o PGR.

 

FONTE: REVISTA CONSULTOR JURÍDICO/CONJUR

IMAGEM: FETRACAN

 

STJ julga limitação de créditos trabalhistas em recuperação judicial


Várias empresas em recuperação judicial acionaram o STJ pedindo afirmando que há, sim, previsão legal expressa que permite a limitação de pagamento dos créditos trabalhistas.

Este conteúdo pode ser compartilhado na íntegra desde que, obrigatoriamente, seja citado o link: https://www.migalhas.com.br/quentes/353833/stj-julga-limitacao-de-creditos-trabalhistas-em-recuperacao-judicial

Os ministros da 4ª turma do STJ deram início ao julgamento de recurso especial no qual se discute a sujeição de créditos trabalhistas, no âmbito de recuperação judicial, ao limite de 150 salários, previsto na lei 11.101/05. O julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Antonio Carlos.

Várias empresas em recuperação judicial acionaram o STJ contra acórdão do TJ/MT. O Tribunal mato-grossense decidiu que o art. 83, da lei 11.101/05 (sobre classificação dos créditos), é inaplicável à recuperação judicial, motivo pelo qual os créditos trabalhistas (e seus equivalentes) habilitados na recuperação não se sujeitam ao limite de 150 salários.

No STJ, as empresas sustentaram que há previsão legal expressa que permite a limitação de pagamento dos créditos trabalhistas, "a fim de evitar que altos valores consumam todos os recursos da empresa em recuperação para pagamento de poucos credores trabalhistas".

Assim, as empresas pediram a declaração de legalidade das cláusulas aprovadas por credores em assembleia, as quais permitem a limitação quantitativa do pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho.

Validade do pacto dos credores

O relator, ministro Marco Buzzi, entendeu que, em se tratando de verbas honorárias de quantia elevada - quer trabalhista por equiparação - o STJ tem admitido, sim, a estipulação de forma diferenciada do seu pagamento pela deliberação consensual da assembleia geral dos credores, "razão pela qual o julgado Estadual recorrido deve ser reformado" para que seja restabelecido o pacto de credores firmado no plano de recuperação judicial.

Após o voto do relator, o ministro Antonio Carlos pediu vista.

https://www.migalhas.com.br/quentes/353833/stj-julga-limitacao-de-creditos-trabalhistas-em-recuperacao-judicial

FONTE: MIGALHAS

Jornada de trabalho no Brasil é de 44 horas semanais — Foto: Eliel Nascimento / FCASA

IMAGEM:  ELIEL NASCIMENTO/ FCASA

 

O mercado de trabalho manteve em agosto a trajetória de recuperação lenta. Há mais pessoas ocupadas, mas a maioria retornou ao mercado em vagas precárias, com baixos salários. Diante da esperada desaceleração do ritmo de crescimento em 2022, uma retomada mais vigorosa do emprego no País no curto prazo pode estar ameaçada.

Dados divulgados nesta terça, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no trimestre móvel até agosto a taxa de desemprego diminuiu para 13,2%, ante os 14,6% apurados no trimestre móvel até maio.

Apesar da melhora, o País ainda tem 13,7 milhões de pessoas em busca de uma vaga. Entre os que se mantêm trabalhando, o salário médio teve queda recorde, e já não chega a 90% do que recebiam há um ano.

Há um longo caminho até o País voltar a uma taxa de desemprego com apenas um dígito, como em 2015, disse o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale. "Talvez três ou quatro anos, será um processo longo e demorado. Não vai acontecer nem ano que vem e nem em 2023", disse Vale.

Além de ser insuficiente para recuperar todos os postos de trabalho perdidos com a pandemia, a geração de vagas, que chegou a 3,480 milhões de trabalhadores em um trimestre, foi marcada pela má qualidade: empregos informais e com remuneração menor.

"As pessoas têm voltado ao mercado de trabalho por salários mais baixos, e, além disso, a inflação elevada ainda come um pouco dessa renda obtida", explicou o economista Rodolpho Tobler, responsável pelo Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O rendimento médio real do trabalhador tombou 10,2% na comparação com um ano antes, a maior queda já registrada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo IBGE.

"Há uma recuperação do emprego, mas uma recuperação sem renda", disse Vale. "O rendimento vai começar a ter quedas mais significativas devido à inflação", afirmou.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o aumento "bastante significativo" da ocupação marcou a acentuação de um movimento que já vinha sendo observado nos trimestres móveis anteriores - a retomada gradual da normalidade nas atividades econômicas, em meio ao avanço da vacinação contra a covid-19.

 

FONTE: jornal O Estado de S. Paulo

Chefe da OIT diz que impacto da pandemia no trabalho é 'cataclísmico' -  Sindicato dos Bancários d

A pandemia de covid-19 seguirá afetando o emprego de forma mais intensa que o esperado em 2021, de acordo com as estimativas da Organização Mundial do Trabalho (OIT) publicadas nesta quarta-feira (27).

A nova edição do Observatório da OIT sobre a covid-19 mostra que a perda em número de horas de trabalho em 2021 pela pandemia será significativamente maior que o previsto anteriormente.

A previsão mais recente calcula em 4,3% o número de horas perdidas em comparação ao período anterior à pandemia, contra -3,5% da estimativa de junho.

“A trajetória atual do mercado de trabalho está marcada por uma recuperação estagnada, com o surgimento de riscos maiores de deterioração e por grandes diferenças entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento”, afirmou o diretor geral da OIT, Guy Ryder.

“Constatamos de maneira dramática que é a disponibilidade desigual de vacinas e capacidades para retomar o orçamento o que alimenta estas tendências”, destacou.

O relatório mostra que a jornada de trabalho está se recuperando em países de renda alta e média-alta, enquanto as horas de trabalho continuam registrando perdas significativas em países de renda baixa e média-baixa.

Por regiões, Europa e Ásia central registraram as quedas mais leves na comparação com o período anterior à pandemia (-2,5%), seguidas pela Ásia-Pacífico (-4,6%). A situação é mais grave na África (-5,6%), Américas (-5,4%) e países árabes (6,5%).

Também existem desigualdades entre diferentes setores e os jovens, especialmente as mulheres jovens, são as mais afetadas no trabalho.

A OIT atribui a situação nos países menos desenvolvidos às limitações orçamentárias e ao acesso escasso às vacinas, além dos riscos de superendividamento e problemas nas cadeias de abastecimento de todo o mundo.

A organização considera que se os países com menos renda tivessem um acesso mais justo às vacinas, em apenas um trimestre poderiam alcançar a recuperação no que diz respeito às horas de trabalho das economias mais ricas.

FONTE: AFP

 

Aprovado pela Câmara, novo marco legal para a navegação de cabotagem tem como relator na Casa o senador Nelsinho Trad (PSD-MS)

IMAGEM: donvictorio/iStockphoto

Consolidação feita pela ABAC  aponta que volume deste ano de 2021 já passou de 1 milhão de TEU, sendo 900 mil somente de transporte de cabotagem.

Movimentação de contêineres no Brasil cresceu 21,5% no último trimestre

Feita trimestralmente pela Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem – ABAC, a consolidação da movimentação de contêineres é realizada a partir dos números enviados pelos seus associados. Os dados relativos ao terceiro trimestre de 2021 (julho/agosto/setembro) mostram que o mercado da cabotagem já se recupera da ligeira queda ocorrida no ano anterior por conta da pandemia, retomando o crescimento regular que vinha tendo nos anos anteriores.  A movimentação de contêineres cresceu 21,5% em relação ao trimestre do ano anterior e no total do ano já superou a marca de 1 milhão de TEU, sendo 900 mil somente do transporte de cabotagem.

“Verificamos que o aumento de 21,5% nesse último trimestre em relação ao ano passado, foi fortemente puxado pelas cargas feeder que subiram 47,9% em relação a 2020 e ao Mercosul, que subiu 55,4%, mas no doméstico houve uma redução de 2,8%, certamente por causa da retração do economia”,  diz Luis Resano, Diretor Executivo da ABAC, complementando ainda que é preciso considerar que  no período de 9 meses a movimentação subiu 17,7%, sendo o crescimento do doméstico de 7,2%, do feeder 47,9% e do Mercosul de 21,5%.

FONTE: ABAC

Navio transporta GNL

IMAGEM: REUTERS/Issei Kato/File Photo

 

A tarifa para fretar um navio de GNL no Pacífico subiu para o maior nível em nove meses na semana passada

A demanda por gás natural liquefeito é tão grande que não há navios suficientes para transportar o combustível na Ásia, o que complica ainda mais o déficit global de energia que tende a piorar no inverno do hemisfério norte.

A tarifa para fretar um navio de GNL no Pacífico subiu para o maior nível em nove meses na semana passada, já que mais navios estão sendo usados para exportações de terminais dos Estados Unidos para a Ásia, o que aumenta o tempo de viagem e os torna indisponíveis para novos pedidos. Ao mesmo tempo, armadores têm posicionado navios excedentes no Atlântico, reduzindo a quantidade de embarcações disponíveis na Ásia. Com isso, conseguem flexibilidade para enviar cargas dos EUA para a região onde houver mais demanda.

“As taxas de afretamento à vista aumentaram de forma constante desde o fim de setembro, e nossa expectativa é de que isso continue à medida que entrarmos na temporada de comércio de inverno”, disse Fraser Carson, analista de gás e GNL da Wood Mackenzie. “As cargas de GNL dos EUA serão necessárias para pronta entrega na Europa e na Ásia durante o inverno, e até que ponto serão atrasadas ou reencaminhadas terá um papel importante sobre o quanto as taxas de afretamento subirão e por quanto tempo.”

Ásia e Europa estão competindo por um volume cada vez menor de cargas de GNL à vista em meio à reposição de estoques de empresas de energia antes do inverno. Como as cargas spot de GNL são comercializadas com base na entrega, os crescentes custos de transporte tornarão o combustível ainda mais caro.

As taxas de frete de GNL da bacia do Pacífico são negociadas a US$ 203.500 por dia, a maior cotação em nove meses, de acordo com dados da Spark Commodities. Alguns armadores chegaram a pedir de US$ 220.000 a US$ 275.000 por dia, quase ultrapassando o recorde de US$ 231.500 do início do ano, de acordo com tradings e corretores, que pediram anonimato.

A taxa de frete à vista para alugar um navio no Pacífico mostra um prêmio em relação ao Atlântico há mais de cinco dias, uma ocorrência atípica vista pela última vez durante o inverno de 2018, quando o clima frio impulsionou as compras de gás spot da Ásia acima da capacidade de transporte, de acordo com Wood Mackenzie.

Normalmente, as taxas de frete da bacia do Pacífico são entre de US$ 5.000 e US$ 15.000 por dia mais baratas do que as tarifas do Atlântico, mas esse desconto foi revertido e agora equivale a um prêmio de US$ 60.500 por dia, segundo dados da Spark Commodities. A viagem de duas semanas da Austrália para a China leva cerca de metade do tempo de quando os navios saem dos Estados Unidos, com duração de quatro a cinco semanas.

“A demanda chinesa tem sido muito forte, e a China vai se tornar o maior importador mundial de GNL este ano”, disse Laura Page, analista sênior de GNL da Kpler. “Como resultado, a Ásia agora precisa comprar mais cargas do Atlântico.”

As taxas de frete poderiam voltar a subir no final do ano, quando as temperaturas caírem e a demanda por aquecimento aumentar, especialmente porque empresas australianas elevam a produção, o que pode exigir mais capacidade de transporte. A Woodside Petroleum disse que pretende vender mais cargas à vista para aproveitar a alta dos preços do gás.

 

FONTES: BLOOMBERG/INFOMONEY 

Desemprego; Carteira de trabalho; Empregos

IMAGEM: Amanda Perobelli/Reuters

 

No trimestre encerrado em julho, a taxa havia sido de 13,7%; dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE

A taxa de desemprego no Brasil foi de 13,2% no trimestre encerrado em agosto, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número mostra melhora em relação aos 13,7% registrados no trimestre até julho, mas 13,7 milhões de pessoas ainda estão sem emprego no país.

Em relação ao resultado de maio, quando a taxa era de 14,4%, a queda é de 1,4 p.p..

Taxa de desocupação (%)
Taxa de desocupação (%) / IBGE

Já em relação a agosto do ano passado, quando a taxa de desemprego foi de 14,4%, a queda é de 1,3 ponto.

De junho a agosto, o grupo de pessoas ocupadas ganhou 3,4 milhões de pessoas, uma alta de 4%, para 90,2 milhões. Esse avanço fez com que o nível de ocupação subisse 2 pontos percentuais no período, para 50,9%.

Ou seja, mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país. Em um ano, o contingente de ocupados avançou em 8,5 milhões de pessoas.

A ocupação foi impulsionada pelo aumento de 1,1 milhão de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, uma alta de 4,2% no grupo, que totaliza agora 31 milhões de pessoas.

Os postos de trabalho informais também avançaram, com a manutenção da expansão do trabalho por conta própria sem CNPJ e do emprego sem carteira no setor privado. “Inclusive, isso fez com que a taxa de informalidade subisse de 40% no trimestre encerrado em maio para 41,1%, no trimestre encerrado em agosto, totalizando 37 milhões de pessoas”, destaca o IBGE.

FONTE: CNN

Río Paraguay

IMAGEM: EPA/BBC

No Pantanal, rio Paraguai chega a 1 cm da seca recorde

É segundo nível mais baixo em 121 anos de registro; 

Principal curso d'água do Pantanal, o rio Paraguai registrou o segundo menor nível em 121 anos de medição, na cidade de Ladário (MS). A seca histórica praticamente inviabilizou a navegação de grandes embarcações, que escoam minério e outros produtos da região.

No último dia 16, a estação de Ladário, a 426 km a oeste de Campo Grande, marcou -60 cm. Desde 1900, o nível do rio Paraguai só esteve mais seco em setembro de 1964, quando chegou a -61 cm. A informação é do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, da Marinha.

Os valores negativos das medições se devem ao fato de a primeira régua instalada em Ladário, há 121 anos, acabar fora da água em períodos de nível baixo. Na época, estimou-se que o nível não desceria mais do que aquele valor, mas isso aconteceu já alguns anos depois, em 1910.

"São quase três anos sem o transbordamento do rio Paraguai, o evento clássico da região", afirma o pesquisador Marcelo Henriques, do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), órgão do governo federal responsável pelo monitoramento da vazão dos rios. 

Com o início do período de chuvas neste mês, o SGB projeta uma tendência de estabilização seguida de elevação do nível da água na maioria das estações de medição ao longo das próximas semanas. Nesta sexta-feira (22), o nível do rio Paraguai estava um pouco mais alto em Ladário, -55 cm.

Há incertezas, no entanto, sobre o volume de chuvas para os próximos meses. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), órgão do governo americano, estima que há 87% de chances de que o fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Pacífico) continue entre dezembro e fevereiro de 2022.

Para o Brasil, isso deve significar mais chuvas no Norte e menos precipitação no Sul. O impacto no Centro-Oeste é mais imprevisível. Em nota à imprensa, o governo de Mato Grosso do Sul avalia que choverá menos apenas no sul do estado, ou seja, não afetaria o Pantanal.

O rio Paraguai nasce perto de Diamantino, a 180 km ao norte de Cuiabá, uma área de intensa atividade agropecuária, o que pressiona as nascentes. Ao todo, possui uma extensão de 2.621 km. Sua bacia inclui também BolíviaParaguai Argentina . 

No final de agosto, a Folha cruzou o Paraguai em Barra do Bugres (167 km de Cuiabá). O nível estava tão baixo que as pessoas cruzavam a pé, com a água abaixo da cintura, até uma ilha de areia no meio do leito. Moradores disseram que nunca haviam visto o rio com tão pouca água naquele trecho.

A partir de Cáceres (MT), já no Pantanal, o rio funciona como hidrovia, com vários terminais portuários, incluindo o da empresa Vale, em Corumbá (MS), usado para embarcar minérios, principalmente de ferro. Sem o rio, a BR-262 passou a receber mais fluxo de caminhões. A mineradora informou ter suspendido as operações no rio Paraguai e que está transportando apenas por meio rodoviário.

Para a Bolívia, a situação é ainda mais dramática, já que o rio Paraguai é o único acesso soberano do país ao mar. Desde o início de setembro, o canal Tamengo, que liga os terminais portuários ao rio, na região de Corumbá, está inoperável para embarcações de transporte fluvial.

Segundo o especialista em Logística Fluvial Enrique Notta, da empresa multinacional InterBarge, a seca do rio Paraguai interrompeu uma trajetória de crescimento do uso do rio Paraguai iniciado em 2010, ano da inauguração da rodovia que liga essa região fronteiriça ao restante da Bolívia.

Desde 2010 até 2019, o fluxo passou de 750 mil toneladas para 2,1 milhões de toneladas no lado boliviano, principalmente derivados de soja e cimento. Em 2020, com o início da atual estiagem, houve uma redução de 50%, de acordo com Notta.

Neste ano, a tendência de queda continuou, com uma redução de 20% em relação a 2020. Assim como no Brasil, o escoamento passou a ser feito por meio rodoviário.

Para o especialista boliviano, uma das soluções passa pela dragagem de trechos mais críticos do canal Tamengo e do rio Paraguai. "Contra a natureza, somos apenas seres humanos, mas podemos realizar certas obras que nos ajudem a mitigar esse impacto negativo para toda a região."

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO