IMAGEM: PETROBRAS/FATOS E DADOS

 

A Petrobras está vendendo sua participação em uma empresa que possui cotas em 15 campos offshore no Golfo do México, nos Estados Unidos.

A Petrobras informou que iniciou a fase de divulgação da oportunidade (teaser), referente à venda da totalidade da participação de 20% detida por sua subsidiária Petrobras America Inc. (PAI) na empresa MP Gulf of Mexico (MPGoM), localizada no Texas, que possui campos offshore no Golfo do México.

A transação está em linha com a estratégia da empresa brasileira de otimização do portfólio, redução da dívida e melhoria da alocação de capital, uma vez que cada vez mais concentra seus recursos em ativos em águas profundas e ultraprofundas do Brasil.

O Barclays atuará como consultor financeiro da Petrobras para esta transação.

A MPGoM é uma joint venture com participação de 80% da Murphy Exploration & Production Company e 20% da PAI, criada em outubro de 2018 , com todos os ativos de petróleo e gás natural em produção localizados no Golfo do México.

A MPGoM tem participação como operadora ou não operadora em 15 campos offshore no Golfo do México, juntamente com uma participação na plataforma St. Malo operada pela Chevron. Destes campos, oito são operados por MPGoM e sete não são operados. A participação da Petrobras na produção dos campos no primeiro semestre de 2021 foi de 11,3 mil bpd de óleo equivalente.

No teaser , a Petrobras disse que os possíveis compradores devem demonstrar interesse em entrar no processo até 25 de outubro e um data room virtual será aberto para os licitantes que assinarem um acordo de confidencialidade.

 

FONTE: PORTOSeNAVIOS

 

Outubro sem vacina? As más notícias sobre a covid-19

IMAGEM: Malte Mueller/Getty Images

 

A maior operadora de planos de saúde do Estado Nova York, a Northwell Health, demitiu 1.400 funcionários que se recusaram a tomar a vacina contra a Covid-19, disse o porta-voz da empresa, Joe Kemp, nesta segunda-feira.

Assim como em outras operadoras que também dispensaram trabalhadores que não cumpriram com a exigência de vacinação, os empregados despedidos representam uma pequena porcentagem da força de trabalho da Northwell, que tem mais de 76 mil funcionários, todos agora imunizados.

A obrigatoriedade da vacinação para trabalhadores de saúde entrou em vigor na semana passada em Nova York. Vários outros Estados, incluindo a Califórnia, impuseram medidas similares.

Autoridades atribuíram o aumento no número de vacinados às exigências, embora um pequeno número de funcionários tenha decidido que prefere perder o emprego do que se vacinar.

A Northwell anunciou a obrigatoriedade da vacinação em agosto, semanas antes do decreto estadual. A exigência da empresa se estende tanto para os funcionários clínicos como para os não clínicos.

“Nosso objetivo não era demitir empregados”, disse Kemp. “Nosso objetivo era fazer com que as pessoas se vacinassem”.

Kemp disse que as demissões não terão impacto nos cuidados a pacientes em 23 hospitais da Northwell e em outras instalações.

“A Northwell lamenta perder qualquer funcionário sob tais circunstâncias”, disse a empresa em nota. “Devemos isso à nossa equipe, aos pacientes e comunidades que servimos: precisamos estar 100% vacinados contra a Covid-19”.

 

FONTE: REUTERS

 

Serviços, agricultura, indústria, lazer: sobram ofertas de emprego em diversos setores em países como França, Alemanha ou Reino Unido, em meio a uma retomada econômica vigorosa - Flavio Lo Scalzo/Reuters

IMAGEM: Flavio Lo Scalzo/Reuters

Continente vê lacuna de profissionais técnicos e programadores

Em meio à atenuação da pandemia de Covid-19 e a retomada econômica, o mercado de trabalho europeu voltou a sofrer com um problema que atormenta o continente desde o início da década de 2010: a falta de mão de obra.

Do leste ao oeste da Europa, a lacuna de trabalhadores já afeta, principalmente, os setores de construção e de serviços, e governos, do Reino Unido à Dinamarca, já começam a correr atrás de soluções para evitar uma nova freada da economia. O contexto ainda traz consigo o pacote trilionário aprovado pela União Europeia (UE) para retomar a economia no pós-pandemia, o que, segundo analistas, pode aumentar ainda mais a escassez de mão de obra.

falta de caminhoneiros no Reino Unido é um exemplo do problema, que transcende as fronteiras da UE. Nos últimos dias, britânicos têm, literalmente, brigado em filas de postos de combustíveis para conseguir abastecer seus veículos e já relatam falta de abastecimento nos supermercados. 

Até então, grande parte dos caminhoneiros que trabalhavam nas rodovias britânicas eram migrantes de países vizinhos, principalmente do Leste Europeu. Com a saída do Reino Unido da União Europeia e, posteriormente, o fechamento das fronteiras para conter o avanço do coronavírus, a migração de mão de obra foi reduzida.

Pensando em conter a crise, o governo do premiê Boris Johnson anunciou que permitirá a entrada de 5.000 motoristas de caminhões-tanque e caminhões de alimentos no país para trabalhar até o Natal.

Apesar de acentuada no Reino Unido, a falta de caminhoneiros já é notada em toda a Europa desde antes da pandemia. Segundo levantamento da União Internacional de Transporte Rodoviário, em 2019, a Polônia tinha 22% das suas vagas não preenchidas no setor; na Romênia, o número correspondia à metade do total de vagas.

O problema também aparece em um estudo da Eurofound, agência de pesquisas da UE, que listou as principais lacunas de mão de obra nas nações do grupo econômico. De acordo com o levantamento, 13 países sofriam com a falta de caminhoneiros em 2020. Lideram a lista enfermeiros (18), encanadores (14), cozinheiros (13) e soldadores (13).

De acordo com a autora da pesquisa, Tina Weber, a falta de profissionais técnicos na Europa tem se agravado, com base nas escolhas dos jovens que se formam no ensino médio e tendem a emendar a trajetória com o ensino superior. “Acredito que muitos jovens não percebem que eles seriam relativamente bem pagos se tivessem essas ocupações”, analisa.

Conforme a União Europeia, a média geral de vacâncias de emprego (porcentagem do número de vagas abertas em relação ao número de postos ocupados mais o número de vagas), hoje, é de 2,2% nos países do grupo, mas a taxa chega a 4,9% na República Tcheca e a 4,2% na Bélgica. Isso, enquanto a taxa de desemprego nos países é, respectivamente, de 3% e 6,2%. Em todo o grupo, a média de desemprego é de 6,9%.

Recentemente, François Villeroy de Galhau, governador do Banco Central da França, chamou a situação de “o maior freio” da economia e destacou que “não há reformas mais urgentes e necessárias do que aquelas que aumentam a força de trabalho disponível”.

Carlo Cauti, professor de Relações Internacionais do Ibmec-SP, credita a falta de mão de obra, com destaque para setores mais pesados, aos benefícios sociais distribuídos pelos países europeus, principalmente os nórdicos, que possuem um histórico político ligado à social-democracia. Aliado a isso, segundo ele, estariam os novos hábitos dos europeus no pós-pandemia.

“Muitos trabalhadores, especialmente nos países europeus onde há uma renda básica universal ou um subsídio público muito elevado, mesmo se você não trabalha, você ganha dinheiro do governo. Depois da pandemia, surgiu também a recusa dos europeus a fazer trabalhos, mesmo que não sejam os mais pesados, porque começaram a pretender o home office e ficar mais tempo com a família”, diz.

No início de setembro, o governo da Dinamarca apresentou uma proposta que pretende alterar os benefícios sociais no país, criando contrapropostas que incentivam a entrada no mercado de trabalho de jovens e imigrantes –o país registra uma taxa de vacância de 3,1% e, em agosto, registrou um desemprego de 4,4%.

Segundo o plano apresentado, imigrantes terão que trabalhar, ao menos, 37 horas por semana para ter acesso aos programas sociais.

A proposta, segundo o governo, é voltada para 20 mil “mulheres não ocidentais" que receberam benefícios sociais durante 3 dos últimos 4 anos e não foram aprovadas em exames que atestam a proficiência em dinamarquês. As estatísticas do Executivo indicam que 60% desse grupo não trabalha, enquanto, entre as dinamarquesas, o dado é de 3 em cada 10.

No plano, há também redução nos pagamentos mensais para desempregados. Para alunos recém-graduados, a remuneração mensal, caso o projeto seja aprovado no Parlamento, cairá de 13.815 coroas (R$ 11.672) para 9.500 coroas (R$ 8.026). Já para desempregados com mais de 30 anos, a remuneração será de 12 mil coroas (R$ 10.138),

Além disso, o tempo máximo em que os beneficiários receberão a quantia mudará de dois anos para um. As mudanças não se aplicam a pessoas com filhos, que continuarão recebendo cerca de 16 mil coroas (R$ 13.518).

A exceção no plano dinamarquês pode estar ligada ao problema demográfico que a Europa se defronta há anos. Com a população cada vez mais velha e com adultos tendo menos filhos, o mercado de trabalho formado apenas por europeus tende a diminuir ao longo das gerações.

De acordo com o Banco Mundial, em 2020, a população da UE com mais de 65 anos representava quase 21% do total; 20 anos antes, eram 15% (e a curva não para de subir) –no Brasil, são 10,53%. No mesmo período de tempo, a população entre 15 e 64 anos caiu três pontos percentuais, de 67% para 64%. 

“Hoje em dia, não se criou uma forma de aumentar a produtividade [da economia] com as pessoas mais velhas. Então, você precisa de mais gente para poder sustentar os benefícios dessas pessoas”, destaca Flávio Cireno, professor do Mestrado de Avaliação e Monitoramento da ENAP (Escola Nacional de Administração Pública).

Para ele, a solução para o problema demográfico europeu passa pela imigração. “Você abre a fronteira e traz gente jovem para dentro do país. Só que isso é um problema político forte dentro da Europa, as pessoas não querem se ‘deseuropeizar’. Esse é o discurso de todos os partidos de extrema-direita que estão ganhando espaço por lá”, destaca.

Enquanto a sociedade europeia limita a entrada de imigrantes de outros continentes, a solução, segundo Tina Weber, é aprimorar o sistema de troca de trabalhadores entre os próprios países do grupo. “Isso tudo realmente depende do sistema de imigração de cada país e os governos tentam adaptar isso às áreas de escassez e dar mais pontos (semelhante a um sistema de cotas) às ocupações que estão passando por escassez de mão de obra, mas essa tomada de decisão é um processo que leva tempo, diz.

BRASILEIROS PREENCHEM VAGAS

Outro fator que contribui para a imobilização do mercado de trabalho europeu é o que os especialistas chamam de “mismatch” (incompatibilidade) entre os empregadores e os candidatos às vagas. Na prática, empresas europeias têm tido dificuldades para encontrar pessoas com as qualidades necessárias para determinados empregos; entre esses, os ligados à tecnologia da informação.

O programador pernambucano Tiago Bastos decidiu se mudar com a esposa para Portugal em 2017, dois anos depois de ter se formado na UFPE. Assim que chegou ao país, ele diz ter ficado menos de uma semana sem emprego. Hoje, diz receber em euro a mesma cifra que recebia em real.

Os programadores brasileiros, pelo que eu vejo, ainda são muito superiores à maioria dos portugueses, principalmente porque os melhores de Portugal estão saindo de lá e indo para a Suíça, Alemanha e Inglaterra [esta antes do brexit]”, diz. Com a falta de profissionais de alto nível, Portugal tem oferecido incentivos para trabalhadores estrangeiros. No caso de Tiago, durante dez anos, o governo limita um teto de 20% no imposto sobre a renda —sem o benefício, seriam 29,9%.

​Incentivos semelhantes já são vistos em outros países europeus e, com o pacote trilionário aprovado pela UE para recuperar a economia no pós-Covid, a tendência é de que os programas aumentem ainda mais, com o aumento de vagas de empregos motivadas pelo turbo econômico.

Para Tina Weber, pesquisadora da Eurofound, os setores que mais exigirão mão de obra são os relacionados ao mercado sustentável, entre eles o de tecnologia. “O plano se concentra na transição verde e exigirá habilidades que são relativamente novas, portanto será necessário muito esforço em treinamento e reciclagem para fornecer às pessoas as habilidades certas, principalmente na área de tecnologia.”

Além disso, segundo Flávio Cireno, o plano também deve agravar ainda mais a escassez de mão de obra no setor de serviços e a solução, mais uma vez, passaria pela imigração: “Ou você sobe o salário, trazendo gente superqualificada que passa pela malha da imigração, para ocupar serviços que exigem menor qualificação, ou você abre a imigração em geral e gera uma potencial divisão da sociedade”.

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

IMAGEM: EDSON SANTOS

MP cria grupo de enfrentamento da crise hídrica na pauta

A Câmara dos Deputados pode analisar, nesta semana, a MP (Medida Provisória) 1.055/21, que cria grupo emergencial para estabelecer medidas de enfrentamento da crise hídrica no País. O plenário tem sessões marcadas a partir das 10 horas desta segunda-feira (4).

A MP institui a Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), prevista para atuar até 30 de dezembro de 2021. O grupo deverá definir regras para limite de uso dos reservatórios das hidrelétricas, de armazenamento e vazão; assim como decidir sobre a homologação das deliberações do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) para atribuir obrigatoriedade de seu cumprimento pelos órgãos e entidades competentes.

Fies
A Câmara pode votar, terça-feira (5), Projeto de Lei 1.133/21, que prorroga a suspensão dos pagamentos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) até 31 de dezembro deste ano, por causa dos prejuízos econômicos causados pela pandemia.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - COMISSÕES TEMÁTICAS E OUTRAS

• Despejos na pandemia | Comissão de Legislação Participativa promove, segunda-feira (4), a partir das 14 horas, audiência pública sobre desocupações e remoções forçadas durante a pandemia de Covid-19. O debate foi sugerido pelos deputados Talíria Petrone (PSol-RJ), Natália Bonavides (PT-RN), Glauber Braga (PSol-RJ), Luiza Erundina (PSol-SP) e Waldenor Pereira (PT-BA). 

• Semicondutores | Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática discute, segunda-feira (4), às 14 horas, os impactos da crise global de semicondutores no Brasil. Segundo o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que propôs a realização da audiência, a crise dos chips semicondutores atingiu diferentes setores da indústria em todo o mundo. 

• Agentes comunitários de saúde | Comissão de Seguridade Social e Família promove, terça-feira (5), às 9 horas, audiência pública na para discutir os 15 anos da Lei 11.350/06, que regulamenta as atividades dos ACS (agentes comunitários de saúde) e dos ACE (agentes de combate às endemias). 

• Tecnologias digitais na educação | Cedes (Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados) realiza, sexta-feira (8), a partir das 8h30, seminário “Tecnologias na Educação: construção de políticas públicas para o ensino”. 

• Venda de combustíveis | Comissão de Minas e Energia realiza, terça-feira (5), às 9h30, audiência pública para debater as medidas provisórias que tratam sobre a venda dos combustíveis (MP 1.063/21 e 1.069/21). 

• Privatização de estatal | Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços discute, quarta-feira (6), às 16 horas, a proposta de retirar a Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados) do programa de desestatização. A Nuclep foi incluída no Programa Nacional de Desestatização pelo Decreto 10.322/20, mas um projeto em análise na Câmara busca suspender esse decreto. 

• Falta de moradias no País | Comissão de Legislação Participativa, terça-feira (5), às 16 horas, a produção de moradia por autogestão. A sugestão foi apresentada à comissão pela União Nacional por Moradia Popular e busca construir alternativas para a universalização do direito à moradia. 

• Violência doméstica e familiar contra a mulher | Comissão de Segurança Pública realiza, terça-feira (5), às 16 horas, audiência pública sobre o tema “Violência doméstica e familiar contra a mulher”. O debate atende a requerimento do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM). Para ele, é preciso criar estratégias para o enfrentamento da violência contra mulheres e definir mecanismos para o aperfeiçoamento das redes de proteção dos direitos da mulher. 

SENADO FEDERAL - PLENÁRIO

Novo marco legal das ferrovias pode ser votado terça

Após adiamento, o novo marco legal das ferrovias deve ser votado, nesta terça-feira (5), no plenário. O texto trata de novos instrumentos de outorga para ferrovias em regime privado, tanto em nível federal, quanto estadual e municipal.

O substitutivo ao projeto (PLS 261/18) prevê que o transporte ferroviário em regime de direito público pode ser executado diretamente por União, estados e municípios; ou indiretamente, por meio de concessão ou permissão.

A execução direta do transporte ferroviário pela União somente ocorrerá quando for necessário garantir a segurança e a soberania nacionais ou em casos de relevante interesse coletivo. 

Proteção às mulheres
Casa deve votar a partir desta terça-feira (5) proposta que garantem mais proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e agiliza a adoção de medidas contra agressores (PL 4.194/19). Também está na pauta a obrigatoriedade de a inclusão dessas ações protetivas urgentes nos sistemas de registro de informações das polícias civil e militar (PL 976/19).

SENADO FEDERAL - COMISSÕES TEMÁTICAS E OUTRAS

• Privatização dos Correios | Comissão de Assuntos Econômicos promove, quarta-feira (6), às 14 horas, a primeira de 2 audiências previstas para debater o projeto (PL 591/21) que permite a privatização dos Correios. 

• CPI da Covid-19 | Comissão ouve, terça-feira (5), a partir das 9h30, Carlos Alberto Sá, sócio da VTCLog, empresa que tem contrato com o Ministério da Saúde na área de logística e está sendo investigada pelo colegiado.

Na quarta-feira (6), a comissão toma o depoimento do diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Paulo Roberto Rebello Filho. Rebello foi também chefe de gabinete do Ministério da Saúde entre 2016 e 2018, na gestão do deputado Ricardo Barros (PP-PR), que é investigado pela CPI.

A VTCLog presta serviços ao Ministério da Saúde desde 2018, durante o governo Michel Temer (MDB), quando o ministro era o atual deputado Ricardo Barros (PP-PR). A CPI investiga se houve alguma irregularidade nos contratos entre a empresa e o governo, inclusive para a distribuição das vacinas contra a Covid-19.

A convocação do presidente da ANS foi requerida pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e tem a ver com as denúncias de más práticas médicas pela operadora de saúde Prevent Senior. Antes de ser diretor-presidente da ANS, Rebello comandava a diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras.

• Situação da população de rua na pandemia | Situação da população de rua no Brasil é tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, segunda-feira (4), a partir das 14h. O debate, requerido pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), vai analisar o possível aumento do número de pessoas que estão nessa situação de vulnerabilidade em razão da pandemia. Também serão discutidas as políticas públicas a serem estabelecidas para enfrentar esse desafio.

PARTIDOS POLÍTICOS

• Fusão DEM-PSL | Está marcada para quarta-feira (6), em Brasília, a convenção conjunta do DEM e PSL com vistas à fusão. Com a fusão, nova sigla deve se chamar União Brasil. A bancada passa a ter 81 deputados (53 do PSL e 28 do DEM) e 7 senadores (6 do DEM e 1 do PSL). A fusão tem o potencial de turbinar o acesso das 2 legendas aos fundos públicos que financiam a atividade política.

Considerando o tamanho de ambas hoje, estima-se em cerca de R$ 458 milhões o montante, somadas as fatias a que cada um tem direito nos fundos eleitoral e partidário.

As 2 siglas têm postulantes ao Planalto em 2022. Mas nenhum deles tem se destacado nas pesquisas de intenção de voto. Pelo DEM, os nomes cotados são o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Já o PSL, aposta no apresentador de TV Luiz Datena.

PRÉ-CANDIDATO

• Lula | Ex-presidente participa, terça-feira (5), de jantar com senadores e ex-senadores do MDB, caso de Eunício Oliveira (CE), Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), José Sarney (AP), Edson Lobão (MA), entre outros.

PODER JUDICIÁRIO

• Pontos da Lei 13.467/17 | STF julga, quinta-feira (7), ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que questiona dispositivos da Reforma Trabalhista que preveem o pagamento das custas processuais, dos honorários advocatícios e das perícias de sucumbência aos perdedores dos litígios.

FONTE: DIAP


TSE - Tribunal Superior Eleitoral
Urna eletrônica

IMAGEM: ANTONIO AUGUSTO/ASCOM/TSE

Entenda as diferenças entre coligações e federações e como funcionam

Federações partidárias, criadas por lei publicada nesta quarta-feira (29), conviverão com as coligações nas eleições a partir de agora

As coligações têm natureza eleitoral, são efêmeras e se extinguem após as eleições. Os partidos ainda podem se coligar para lançar candidatos nas eleições majoritárias: para prefeito, governador, senador e presidente da República.

Nas eleições proporcionais (vereador, deputado estadual, deputado distrital e deputado federal), não há possibilidade de coligação. Os partidos que quiserem se unir antes da eleição devem formar federações.

As federações têm natureza permanente — são formadas por partidos que têm afinidade programática e duram pelo menos os quatro anos do mandato. Se algum partido deixar a federação antes desse prazo, sofre punições, tais como a proibição de utilização dos recursos do Fundo Partidário pelo período remanescente.

Federações devem ter abrangência nacional, o que também as diferenciam do regime de coligações, que têm alcance estadual e podem variar de um estado para outro.

Nas próximas eleições, em outubro de 2022, as federações vão valer para as eleições de deputado estadual, distrital (do DF) e deputado federal.

Nas eleições municipais que acontecerem dois anos após a celebração das federações para eleições gerais, as mesmas devem ser levadas em conta no lançamento de candidaturas para vereador, já que essas eleições estarão dentro do prazo de validade das federações. 

Fidelidade partidária
Federações são equiparadas a partidos políticos — elas podem, inclusive, celebrar coligações majoritárias com outros partidos políticos, mas não os partidos integrantes de forma isolada.

A lei prevê que todas as questões de fidelidade partidária que se aplicam a um partido se aplicam também à federação — o que significa que, se um parlamentar deixar um partido que integra uma federação, ele estará sujeito às regras de fidelidade partidária que se aplicam a um partido político qualquer.

Federações deverão ter um estatuto, assim como um partido político, que deverá disciplinar questões como fidelidade partidária ou à federação. Esse documento deverá prever eventuais punições a parlamentares que não seguirem a orientação da federação numa votação, por exemplo, lembrando que a expulsão de um parlamentar do partido não implica qualquer prejuízo para o mandato (mas apenas o desligamento voluntário e sem justa causa).

Proporcionalidade partidária
Como são equiparadas a partidos políticos, as federações funcionarão dentro das Casas legislativas por intermédio de uma bancada que, por sua vez, constitui suas lideranças de acordo com o estatuto do partido e com o regimento interno de cada Casa legislativa.

Cada federação deve ser entendida como se fosse um partido. Nesse sentido, para todos os efeitos de proporcionalidade partidária, como a distribuição das comissões, cada federação deverá ser tratada como uma bancada.

Detalhamento da nova lei
Como já previsto no ordenamento jurídico partidário-eleitoral brasileiro, o Tribunal Superior eleitoral (TSE) detém poder normativo e poderá regulamentar (via resolução) a lei recém-aprovada ou responder a consultas formuladas por autoridades federais sobre a interpretação correta de um ponto ou outro.

Além disso, uma revisão da legislação poderá ser feita pelo Congresso Nacional após o pleito de 2022, com validade para os pleitos seguintes, aperfeiçoando um ponto ou outro.

Afinidade ideológica
As coligações em eleições proporcionais, extintas pela Emenda Constitucional 97, de 2017, dificultavam para o eleitor aferir o alcance do seu voto. Ao votar em um candidato, por causa dos mecanismos de transferência de votos do sistema proporcional, poderia ajudar a eleger um outro candidato de outro partido que tinha perfil ideológico totalmente diferente daquele que tinha escolhido, já que as coligações podiam unir partidos ideologicamente diferentes.

Como as federações preveem uma união por todo o mandato, os partidos se unirão a outros com os quais tenham afinidade ideológica, reduzindo o risco de um eleitor ajudar a eleger um candidato de ideologia oposta à sua.

 

FONTES: PORTAL VERMELHO/Com informações da Consultoria Legislativa da Câmara

IMAGEM: http://oilfieldfamilies.com

 

Pesquisa sobre o setor de petróleo e gás, encomendada pela Ocyan, aponta caminho para ESG

A Ocyan, empresa do setor de óleo e gás, encomendou uma pesquisa ao Instituto Ipsos para fazer um retrato das percepções das mulheres que trabalham embarcadas no setor de petróleo e quais os desafios para atraí-las e retê-las nesta atividade. As 60 mulheres ouvidas apresentaram críticas sobre falta de oportunidades, machismo e a forma de abordagem dos homens nas sondas (que, em alguns casos, chega ao assédio).

Ao mesmo tempo, revelam pontos positivos, como desafio da profissão, boa remuneração e a escala de trabalho, que as ajuda a conciliar trabalho e família. O resultado global mostra o tamanho do esforço que a indústria de óleo e gás tem pela frente para tornar o ambiente offshore mais receptivo a elas.

A distância da família durante o período em que ficam embarcadas — a rotina prevê, na maioria dos casos, embarque por 14 dias e folga nos outros 14 — é um problema para 40% delas. Mas o machismo é o grande ponto de reclamação. O tratamento diferenciado por serem mulheres é apontado por 38% das entrevistadas e 25% consideram o ambiente preconceituoso.

Quando se trata de situações desagradáveis, 27% das profissionais ouvidas disseram ter percebido um tratamento diferenciado por conta de seu gênero, como não delegação de atividades pesadas por considerá-las incapazes de realizar a tarefa. 23% disseram que já escutaram comentários abusivos ou machistas a bordo.

Aspectos positivos

Apesar dos destaques negativos, a pesquisa também constatou que as mulheres que trabalham embarcadas acreditam que a situação tem melhorado. Para 83% delas, há avanço no debate e na equidade nos últimos anos. A ação mais percebida por 72% das entrevistadas foi o aumento da contratação de mulheres pelas empresas.

“O número ainda é tímido porque, para 75% das mulheres, a falta de oportunidades direcionadas é o principal motivo para o baixo número de mulheres no mercado offshore. Em segundo lugar, destaca-se a percepção de baixo interesse das próprias mulheres devido ao distanciamento familiar”, explica Nir Lander, vice-presidente de Pessoas e Gestão da Ocyan. “Mas já há avanços nesse aspecto, inclusive na nossa empresa, onde já temos líderes mulheres: uma gerente-geral de plataforma e uma comandante. Estamos investindo na atração por meio de parcerias estratégicas para capacitar mulheres e absorvê-las cada vez mais. Recentemente, montamos uma turma de soldadoras apenas com mulheres, e curso de praticantes de náutica e máquinas em parceria com o Centro de Instrução Almirante Graça Aranha da Marinha, também exclusiva para o público feminino."

Questão familiar

A família é solidária na escolha profissional dessas mulheres para 85% das entrevistadas. Porém, aproximadamente um terço não contam com uma rede de apoio para cuidar da casa enquanto estão embarcadas. Ter 14 dias de folga nessa escala é positivo para 31% das mulheres porque as permite conciliar melhor a agenda pessoal. Já 45% delas já pensaram em buscar uma outra carreira diante do desafio de conciliar suas atividades.

Ambiente de trabalho

Alguns problemas estruturais nas embarcações chamaram a atenção. A falta de equipamentos de proteção individual em modelos e tamanhos adequados ao corpo da mulher é um deles e foi destacado por pelo menos 73% do público feminino ouvido.

Sobre a pesquisa

A Ocyan encomendou a pesquisa por entender que nem sempre as profissionais se sentiam confortáveis em abordar alguns temas abertamente ou em grupos de trabalho da sua própria empresa. Entre as profissões das mulheres ouvidas, estão técnicas de segurança, operadoras de rádio e engenheiras operacionais das plataformas em alto-mar. Os dados foram coletados entre 12 de março e 25 de maio deste ano e a faixa etária variou de 18 a 55 anos.

“A partir desta pesquisa estamos planejando caminhos que tornarão o ambiente offshore cada vez mais inclusivo para as mulheres. Temos um compromisso sério com a agenda ESG e este é um aspecto importante do plano de ação da Ocyan — queremos ser reconhecidos como uma empresa inclusiva e ser reconhecida pela população mais vulnerável como uma empresa excelente para se trabalhar", diz a empresa em nota.

A companhia vai lançar em breve a campanha O Mar Também É Delas, aberto ao segmento de óleo e gás.

ESG em foco

A discussão sobre a necessidade da melhoria das relações de trabalho e aumento da participação feminina foi uma das principais mensagens enviadas por essas mulheres. Parte delas já pensaram em trocar de profissão — 48% afirmam que a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres foi o principal motivo. Para 69% delas, homens têm mais chances de alcançar os cargos de lideranças no setor.

Dúvida sobre a capacidade produtiva de cada uma delas também foi motivo de queixas. Cerca de metade das mulheres (48%) disseram ser muito frequentes situações em que homens duvidam da capacidade de mulheres em lidar com equipamentos pesados. Quase 40% disseram ser frequente ou muito frequente situações de contestação de decisões provenientes de mulheres.

Os problemas estruturais no ambiente de trabalho se juntam aos outros desafios das empresas. Sete em cada dez das mulheres já tiveram problemas com uniformes ou falta de equipamento de proteção adequado ao corpo feminino.

Mar também é delas

A pesquisa será a base para o lançamento da campanha O mar também é delas. Entre as medidas estão a criação de uma plataforma digital para consolidar informações e experiências que possam inspirar ações que levem a mudanças no setor, além de promover um marketplace de oportunidade de trabalho no setor, cujas posições são para todos, inclusive para elas.

 

FONTE: PORTOSeNAVIOS

 

Pessoas aguardam numa enorme fila de um mutirão de emprego

IMAGEM: AGÊNCIA SINDICAL

 

Políticas públicas que promovem o emprego são elementos estruturantes de uma política nacional de desenvolvimento produtivo

O impacto mundial da crise sanitária do novo coronavírus provocou uma perda sem precedentes de empregos e de renda do trabalho. Em todo o mundo foram mais de 250 milhões de empregos perdidos e outros 130 milhões correm o risco de desaparecer em 2021.

No Brasil, segundo o IBGE, estão desempregados cerca de 14,1 milhões de pessoas; a condição de desalento atinge 5,4 milhões de trabalhadores; laboram de forma subocupada cerca de 7,7 milhões e outros quase 5 milhões de trabalhadores estão na inatividade e precisam de uma ocupação. No total, cerca de 32 milhões de pessoas precisam de um emprego.

A Confederação Sindical Internacional (CSI) acaba de lançar a Campanha “Criar empregos justos” como parte da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, apontando a meta de produzir 565 milhões de novos postos de trabalho até 2030, bem como viabilizar proteção laboral, social, previdenciária e sindical para 1 bilhão de trabalhadores (hoje a OIT estima que o contingente de trabalhadores informais no mundo é de 2 bilhões).

Na visão da CSI, os objetivos da campanha permitirão cumprir os compromissos dos governos para alcançar “o pleno emprego produtivo e o trabalho decente para todos”, uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS 8, das Nações Unidas.

A campanha indica diretrizes governamentais orientadas pela estratégia de geração de empregos de qualidade. Essas diretrizes merecem destaque porque devem estar no centro das estratégias que o Brasil deveria adotar para enfrentar a crise econômica. O eixo que articula as propostas está relacionado com o aumento robusto e sustentado do investimento público, direcionado para setores que requerem muita mão-de-obra e que tem impactos virtuosos sobre a dinâmica econômica, social e fiscal.

O investimento em infraestrutura econômica (estradas, ferrovias, aeroportos, saneamento, energia, armazenagem, etc.) e social (educação, saúde, assistência, mobilidade, etc.) tem impactos virtuosos sobre os empregos, maiores nos países de renda mais baixa, assim como melhoram a base do sistema produtivo e de proteção social, produzem renda que anima a demanda das famílias, melhoram o padrão de vida das pessoas e a capacidade fiscal dos estados.

O investimento público deve orientar-se para a implantação e o fortalecimento de políticas industriais que estimulem o desenvolvimento produtivo de empresas nacionais, proporcionando orientação, coordenação e incentivos para os setores estratégicos das economias locais, regionais e nacionais. São destacadas políticas e programas que estão sendo lançados por muitos países com o objetivo de promover investimentos públicos, dar incentivos fiscais, apoiar políticas de comércio, de competência tecnológica, de educação e formação profissional, de pesquisa e inovação, entre outras.

Os investimentos públicos devem também orientar-se para setores que têm impactos sobre o meio ambiente. No caso do Brasil, por exemplo, a geração de energia solar e eólica; os cuidados com florestas, rios e biomas; a eficiência energética, como por exemplo, a reestruturação da mobilidade urbana, entre tantos outros.

Indica a campanha o investimento para a criação de empregos na área da economia dos cuidados, seja de pessoas, das comunidades e do meio ambiente. Destaca os efeitos positivos sobre a condição de vida, em especial eliminando barreiras para a presença das mulheres no mercado de trabalho.

Os empregos na agricultura sustentável podem gerar milhões de ocupações e responder aos desafios da segurança alimentar e devem estar orientados para a ampliação sustentável da quantidade e qualidade dos alimentos.

As iniciativas governamentais precisam criar programas de emprego público para atender as diferentes políticas a serem implementadas, seja incentivando a geração de empregos pelo sistema produtivo, seja para a execução de obras e serviços de interesse social e público – infraestrutura local, empregos verdes na gestão de recursos naturais, saneamento, escola, saúde, etc. – e destinadas a gerar ocupação de qualidade para gerar renda no curto prazo. Essa responsabilidade de “empregador em última instância” é uma resposta efetiva para a situação de desemprego, que ajuda a construir saídas estruturais de médio e longo prazos.

Do mesmo modo, o fortalecimento de Sistema Público de Emprego e Renda é essencial, protegendo os empregos, sustentando a renda dos desempregados, promovendo intermediação de mão-de-obra, oferecendo microcrédito produtivo, entre outras políticas públicas.

A intencionalidade é de criar empregos de qualidade, com proteção laboral, social, presenciaria e sindical. O fortalecimento da negociação e de representação coletiva dos sindicatos deve ser perseguido. De maneira transparente, as políticas públicas voltadas para o setor privado devem orientar e incentivar empregos de qualidade.

Uma política de desenvolvimento produtivo que enfrenta e supera os problemas estruturais do emprego precisa estar no centro da estratégia dos países e dos governos. Nessa perspectiva, os investimentos em pesquisa, ciência, tecnologia e inovação são essenciais, assim como o investimento em educação geral e formação profissional. Nestes casos, inovação e educação devem ser respostas às transformações em curso no mundo do trabalho, para as quais governos, empresários e sindicatos, devem pactuar caminho de superação.

Essas propostas estão claramente colocadas no sentido oposto àquelas políticas e iniciativas feitas pelos governos de muitos países, em especial diante da crise econômica de 2008, quando medidas para flexibilizar formas de contratação, reduzir proteção laboral, social e previdenciária se multiplicaram. Iniciativas que retiraram poder de negociação e de representação dos sindicatos, que visaram a reduzir o custo do trabalho, facilitar a demissão e a contratação de forma precária. Os resultados foram: precarização do trabalho, insegurança social, desproteção laboral e previdenciária, aumento da pobreza e desigualdade; fragilização da demanda agregada pela queda da massa salarial.

Por isso a campanha aponta diretrizes no sentido de colocar o emprego como objetivo central e as políticas públicas que o promovem são elementos estruturantes de uma política nacional de desenvolvimento produtivo.

CLEMENTE GANZ LÚCIO

FONTE: PORTAL VERMELHO

 

Fronteira entre Venezuela e Colômbia

IMAGEM: SCHINEYDERM/AFP

 

A Venezuela anunciou nesta segunda-feira a “abertura comercial” de sua fronteira com a Colômbia, fechada em 2019 pelo presidente Nicolás Maduro, durante uma crise política e diplomática.

“A partir de amanhã estaremos fazendo uma abertura comercial entre os nossos países”, informou a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, em pronunciamento na TV estatal.

Mais cedo, os contêineres que bloqueavam há dois anos a circulação na principal ponte fronteiriça entre a Venezuela e a Colômbia foram removidos por autoridades venezuelanas e a passagem de pedestres começou a fluir.

O governo havia ordenado o bloqueio das passagens binacionais em fevereiro de 2019, na disputa pela entrada de alimentos e insumos médicos geridos pelo líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, incluindo Estados Unidos e Colômbia. 

Os obstáculos e a forte presença militar impediram a entrada dos carregamentos a partir de Cúcuta em 23 de fevereiro, o que gerou violentos distúrbios no lado venezuelano.

Maduro, que rompeu relações diplomáticas com Bogotá por seu reconhecimento de Guaidó, ordenou, então, o fechamento da fronteira, alegando que as doações eram um pretexto para uma “invasão” dos Estados Unidos.

Venezuela e Colômbia dividem uma fronteira de mais de 2000 km. “Virando a página”, comentou a vice-presidente, em Caracas. “Estamos aqui hoje dando abertura comercial binacional, para que comecem a entrar caminhões com produtos da Venezuela à Colômbia, da Colômbia à Venezuela”, acrescentou.

A Colômbia já havia decidido, em junho passado, abrir de forma unilateral sua fronteiras fluvial e terrestre com a Venezuela, medida então descrita como “intempestiva” pelo governo Maduro, que pedia uma “reabertura controlada”.

“A Colômbia também está disposta a iniciar um processo ordenado, para que possamos garantir essa passagem fronteiriça”, declarou o presidente Iván Duque. “Iremos fazê-lo sempre seguindo os critérios de nosso país em suas áreas de fronteira, principalmente no que se refere ao transporte de carga”.

“Enfim, chegou o dia esperado, desejado por todos nós!”, comemorou Isabel Castillo, presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Produção de San Antonio del Táchira. “As expectativas são muitas, começar desde já a trabalhar plenamente.” 

Não está claro se será liberada a circulação de veículos particulares. A passagem de pedestres havia sido restringida por conta da pandemia.

 

FONTE: AFP

 

IMAGEM: Suez Canal Authority/Via Reuters

 

A autoridade do Canal de Suez informa o recorde para o número diário de navios que passam pela hidrovia. Na quarta-feira, 87 embarcações passaram pelo canal, superando com folga o recorde anterior de 75 unidades, estabelecido em 6 de fevereiro de 2019.

Os navios, com uma tonelagem total de 4,8 milhões de dwt, atravessaram a hidrovia em ambas as direções na quarta-feira. Entre as embarcações que passaram pelo canal na quarta-feira estavam 18 porta-contêineres, 26 graneleiros, 18 grandes petroleiros, 10 gasoleiros e 15 navios de outros tipos.

O novo recorde, seis meses após o encalhe do porta-contêineres gigante Ever Given , valida o desejo da autoridade local de acelerar a expansão do canal.

O projeto de US$ 10 bilhões, que envolverá o alargamento e aprofundamento da parte sul do canal, deve expandir sua capacidade para 97 navios por dia e mais do que o dobro de sua receita anual para US$ 13 bilhões.

Cerca de 12% do volume do comércio mundial passam pelo canal, tornando-o uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo. É um tesouro nacional estratégico para o Egito, gerando US$ 5,6 bilhões em receitas em 2020. Nos primeiros oito meses deste ano, o canal arrecadou US$ 3,8 bilhões, apesar da interrupção da paralisação do Ever Given.

No ano passado, 18.829 navios passaram pelo canal. O tráfego médio diário normalmente varia de 40 a 50 navios.

 

FONTE: PORTOSeNAVIOS

 

IMAGEM: MARINHA DO BRASIL/TRIBUNAL MARÍTIMO

 

Wilson Pereira de Lima Filho

Introdução

Quando nos debruçamos sobre a História do Brasil, com foco nas características geográficas do nosso país continente, suas riquezas e potencialidades, percebemos que, de qualquer maneira, o mar permeará todos esses aspectos. O Brasil foi descoberto pelo mar, nele consolidou sua independência e por ele fluem 95% de todas as riquezas, seja na exportação, na importação ou na cabotagem. Uma nação marítima, como o Brasil, necessita de uma série de instituições e mecanismos que possibilitem a exploração sustentável, a proteção e a defesa de suas águas jurisdicionais. É importante relembrar que a expressão que atualmente é empregada para definir o mar que pertence a todos os brasileiros: Amazônia Azul1, termo que acertadamente e em poucas palavras desperta a consciência da sociedade e evoca a dimensão das riquezas imensuráveis, valor estratégico e incomparável biodiversidade de nossas águas jurisdicionais.

Neste artigo, abordarei, inicialmente, as relações entre o Brasil e o mar, com foco nas diversas atividades que nele ocorrem, bem como sua importância para a sobrevivência e o futuro do Brasil. Logo a seguir, enfatizarei a essencialidade da navegação comercial no Brasil, as eventuais ocorrências de acidentes da navegação em águas jurisdicionais brasileiras (AJB). Quanto a essas questões, será destacada a relevância da atuação ininterrupta do Estado Brasileiro na garantia da segurança da navegação, indispensável para a preservação do meio ambiente marinho, bem como a segurança jurídica nas atividades marítimas, especialmente para Armadores estrangeiros, cujas embarcações operam na nossa Amazônia Azul. Apresentarei, também, o vínculo existente entre os aspectos supramencionados e a atuação da Corte Marítima Brasileira, expondo suas atribuições como órgão auxiliar do Poder Judiciário, e suas características como uma das instituições que respaldam a vocação marítima do Brasil.

O Brasil e o mar

Não se pode olvidar que uma nação com as características de nosso país, com indiscutível protagonismo no cenário internacional, deve tratar com a máxima atenção um pilar fundamental do Estado: a soberania. Dentro deste contexto, aflora o Poder Nacional, com suas cinco expressões que o caracterizam: a política, a econômica, a psicossocial, a militar, a científicas e a tecnológica, sempre permeadas pela preservação do meio-ambiente.

Em análise preliminar, constata-se que o mar está diretamente atrelado a estas cinco expressões, seja nas relações entre nações, na exploração dos recursos oriundos do mar e seu subsolo, especialmente o petróleo, o gás e a pesca, no transporte marítimo, no turismo náutico, na geração de empregos, ou na defesa da pátria. Sem esquecer, que hoje, por intermédio de cabos submarinos, a internet também vem do mar. Tais atividades estão sempre permeadas pela busca diuturna de novas tecnologias. O Brasil é inviável sem o mar, dele dependemos no âmbito de todas as expressões acima relatadas, pois além de possuir uma localização estratégica no hemisfério sul, o nosso país possui mais de 7.400 km litoral, mais de 15.000 km de hidrovias navegáveis, 100 portos (37 marítimos e 63 fluviais) e 128 terminais privados, além dos milhares de Navios Mercantes transportando riquezas brasileiras que navegam nos mares e oceanos de nosso planeta.

No mesmo diapasão, ressalto que ao estudarmos o Território Nacional, verificamos que nele está contido o Mar Territorial (MT), onde o Brasil possui total jurisdição soberana. Esclareço, ainda, que o MT é formado pelas águas marítimas constituídas por uma faixa de doze milhas náuticas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala reconhecidas oficialmente no Brasil. Nesse ponto, é importantíssimo registrar que existe uma extensa faixa em que o Brasil exerce uma espécie de "soberania econômica", podemos assim dizer, em consonância com o preconizado na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Montego Bay - 1982). Neste caso, estão a Zona Contígua, a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e a Plataforma Continental (PC) até 350 milhas da costa, espaços marítimos para além de nossas águas territoriais, nos quais o Brasil possui prerrogativas na utilização dos recursos, tanto vivos como não-vivos, e tem a seu encargo a gestão ambiental. Desta forma, pelas AJB trafegam diariamente milhares de embarcações das mais variadas classes e bandeiras, sejam transportando riquezas, em atividades de apoio marítimo, explorando o leito marinho ou realizando atividades de pesca.  Nesta área, o Estado brasileiro, em consonância com o ordenamento jurídico internacional, possui suas próprias leis e normas.

Em que pesem os esforços da Marinha do Brasil tanto na fiscalização, como na normatização e conscientização, eventualmente, acontecem acidentes envolvendo algumas destas embarcações que trafegam em nossas AJB. Respeitando-se o ordenamento jurídico pátrio e excetuando-se os acidentes que envolvam embarcações da Marinha do Brasil, qualquer acidente ou fato da navegação2 que ocorra em nossas águas é investigado pela Marinha do Brasil por intermédio de competente Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN)3, o qual depois de concluso é encaminhado para julgamento no Tribunal Marítimo (TM), de acordo com o Artigo 33 da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (LESTA - lei 9.537/1997).

Como surgiu o Tribunal Marítimo brasileiro

Dando continuidade às reflexões, antes de discorrer sobre a atuação do TM, é oportuno que o leitor conheça um pouco da gênese da Corte Marítima de nosso país. O surgimento do TM está diretamente relacionado a um incidente marítimo ocorrido na cidade do Rio de Janeiro.  No fim da tarde do dia 24 de outubro de 1930, o comandante do Navio alemão "BADEN", em escala no Rio de Janeiro, oriundo da Espanha, decidiu suspender do porto e prosseguir viagem para Buenos Aires, sem autorização do Estado brasileiro. Ignorando ou desconhecendo os avisos dados pela Fortaleza de Santa Cruz, prosseguiu em sua navegação para fora da barra. Foi quando o Forte do Vigia, localizado no Leme, recebeu ordem para abrir fogo sobre o Navio, forçando o seu retorno ao porto, com 22 vítimas fatais e 55 feridos. Como o Brasil não possuía uma corte marítima, o caso foi julgado pelo Tribunal Marítimo de Hamburgo, na Alemanha, que concluiu pela atitude imprudente do Comandante do navio, bem como pela negligência de nossas fortalezas que bombardearam o "BADEN".

No início da década de 1930, era ascendente o número de acidentes da navegação em águas brasileiras. As autoridades já avaliavam a necessidade de se instituir no Brasil um órgão técnico vocacionado para identificar as causas e circunstâncias dos acidentes com embarcações nacionais, onde quer que estivessem, e estrangeiras, quando em AJB. Procedendo desta maneira, o Brasil não ficaria à mercê dos tribunais marítimos estrangeiros como no caso "BADEN". Na ocasião, já havia o entendimento de que se estava diante de uma questão de soberania nacional e já se identificava uma justificativa para o Brasil possuir uma corte do mar.

Assim, o Estado brasileiro decidiu criar um Tribunal Marítimo Administrativo. Após diversos estudos e medidas preliminares, o Decreto nº 24.585, de 5 de julho de 1934, aprova o primeiro Regulamento do Tribunal Marítimo Administrativo. O Decreto foi assinado pelo Presidente Getúlio Vargas e pelo, então Ministro da Marinha, Almirante Protógenes Pereira Guimarães. Esta data é considerada como a de criação do Tribunal. Nesse Regulamento, com a vinculação definitiva do Tribunal à Marinha do Brasil, abandona-se a ideia que havia, inicialmente, de divisão do território nacional em circunscrições marítimas, com seis tribunais, sendo confirmada a instituição de apenas um Tribunal Marítimo, com sede, no Rio de Janeiro, então capital federal. Sediado em prédio histórico no Centro da cidade. Até hoje, o TM permanece na mesma edificação de arquitetura neoclássica construída na década de 1860.

Registre-se que foi sábia a vinculação do TM à MB, pois se pode contar com o apoio das Capitanias dos Portos e suas Delegacias/Agências para cumprir atos processuais fora do Rio de Janeiro, como as citações, intimações, diligências, execuções dos julgados, entre outros. A utilização da estrutura da Força Naval, com sua capilaridade, gera economicidade e contribui para que o TM tenha um efetivo centralizado e bastante reduzido em comparação com outros Tribunais.

Tribunal Marítimo - Atribuições e composição

A lei orgânica do TM é a lei 2.180/1954, que em seu primeiro artigo estabelece que o TM é um Órgão Autônomo, com jurisdição em todo o território nacional, auxiliar do Poder Judiciário, e vinculado ao Comando da Marinha, possuindo duas principais atribuições, previstas no artigo 13 desta mesma Lei. A primeira é julgar os acidentes e fatos da navegação, definindo a natureza e determinando-lhes as causas, circunstâncias e extensão, indicando os responsáveis, aplicando-lhes as penas estabelecidas nesta lei; e propondo medidas preventivas e de segurança da navegação. A segunda - não menos importante - é manter o registro geral da propriedade marítima, das correspondentes hipotecas, demais ônus sobre embarcações brasileiras; e dos armadores de navios brasileiros.

Além das mencionadas acima, outra importante atividade cartorial é a concessão do Registro Especial Brasileiro (REB), em consonância com a lei 9.432, de 8 de janeiro de 1997, constituindo-se em um instrumento de fomento à Marinha Mercante nacional e à Indústria Naval Brasileira, especialmente, pelos incentivos fiscais decorrentes. Por força de lei, o TM é a única instituição brasileira com competência para registrar a propriedade marítima em território nacional.

Com relação à composição da corte, vale comentar que ao longo de seus 87 anos de existência, a competência e estrutura do Tribunal Marítimo acompanharam as mudanças no cenário nacional e internacional e o Colegiado hoje é composto por sete juízes, com as seguintes qualificações previstas em lei:

- Um presidente, Oficial-General do Corpo da Armada da ativa ou na inatividade;

- Dois juízes militares, no posto de Capitão de Mar e Guerra ou Capitão de Fragata, - um do Corpo da Armada, e outro do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, subespecializado em Máquinas ou Casco; e

- Quatro juízes civis, sendo dois bacharéis em Direito - um especializado em Direito Marítimo e o outro em Direito Internacional Público; um (a) especialista em Armação de Navios e Navegação Comercial; e um Capitão de Longo Curso da Marinha Mercante.

Nota-se que o Colegiado foi concebido de forma a abranger a totalidade das áreas do conhecimento imprescindíveis à discussão e análise das circunstâncias que envolvem os acidentes e fatos da navegação. Por esta razão, as decisões do Tribunal têm valor probatório e se presumem certas, no que diz respeito à matéria técnica, conferindo importância aos acórdãos prolatados, haja vista a especificidade da matéria tratada e a diversidade e tecnicismo do Colegiado.

 O Tribunal Marítimo e a Indústria Marítima

Após abordar, de forma sucinta, a maritimidade de nosso país e as características do TM, chegou o momento de estabelecer um paralelo entre a corte marítima e as atividades desenvolvidas nas AJB. Em uma simples observação, verificamos que, inúmeras atividades são desenvolvidas em nossas águas: navegação de longo curso, cabotagem, apoio marítimo, mergulho profissional, pesca, exploração de petróleo ou gás, turismo náutico, esporte e recreio, entre outras. Todas essas vertentes da indústria marítima estão sujeitas à ocorrência de acidentes e fatos da navegação. Sendo todos apurados pela Autoridade Marítima e encaminhados ao TM, o que concede ao navegante brasileiro ou estrangeiro a certeza de que o acidente será julgado por uma corte especializada, com profunda expertise e notório conhecimento de todo o ordenamento jurídico afeto a essas ocorrências, conferindo, consequentemente, a indispensável segurança jurídica nos processos em lide. Ressalto que o próprio legislador valorizou a atuação do TM ao incluir o seguinte dispositivo no Código do Processo Civil (lei 13.105, de16 de março de 2015):

Art. 313: Suspende-se o processo: [...] VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;[...]

Nessa esteira, é importante citar o papel do TM na realimentação do "sistema", de modo a contribuir para a prevenção de acidentes, a consolidação de uma mentalidade de segurança e para o aperfeiçoamento de normas e procedimentos dos diversos setores relacionados à atividade marítima e portuária. Esse feedback é realizado em conformidade com o próprio Art.13 da lei orgânica que estabelece entre as competências da Corte Marítima, a propositura de medidas preventivas e de segurança da navegação, quando julgado necessário e oportuno.

Observa-se que ao longo de sua história, o TM tem apresentado tais medidas às Autoridades Portuárias, Diretoria de Portos e Costas, Capitanias dos Portos, ANTAQ, órgãos estaduais e municipais, entre outras instituições, com o propósito maior de contribuir para o aprimoramento constante de leis e normas relacionadas à segurança da navegação, de modo a mitigar a ocorrência de acidentes em AJB, bem como contribuir para a redução do número de acidentes de trabalho tanto a bordo como na "beira do cais".

No tocante às atividades do Tribunal Marítimo, é importante destacar o papel dos advogados maritimistas que têm atuado, ao longo de 87 anos, com profissionalismo e urbanidade, contribuindo para uma adequada apuração dos complexos fatores presentes nos Acidentes e Fatos da Navegação, não obstante a defesa, por vezes acalorada, de questões técnicas e jurídicas antagônicas.

Não podemos esquecer que os dois principais fatores causadores de alterações em normas na área marítima são o surgimento de novas tecnologias e aqueles decorrentes de ensinamentos colhidos em acidentes marítimos. Nesse contexto o TM tem um valor excepcional, pois ao longo dos anos não apenas compõe um repositório de mais de 30.000 acidentes e fatos da navegação, mas, ao longo do tempo, tem disseminado acidentes relevantes e as lições decorrentes de seu julgamento por meio não apenas de seus acórdãos, mas, recentemente, também pelo Boletim de Acidentes Julgados no Tribunal Marítimo4.

Considerações finais

Como palavras finais, espero que tenha ficado claro para o leitor que o TM, por suas atribuições legais, possui o condão de contribuir, direta ou indiretamente, para o aprimoramento e consolidação de três vertentes que são importantes para o desenvolvimento do nosso país, cujo futuro, sem sombra de dúvidas, está vinculado ao mar: a segurança jurídica na atividade aquaviária, a segurança da navegação, ao propor medidas mitigatórias em quaisquer segmentos seja do poder público ou da iniciativa privada; e o registro de navios de bandeira brasileira, inclusive, no REB. Além do que se constitui em um repositório de milhares de acidentes da navegação, armazenados com detalhes desde 1934.

Imperioso relembrar que como órgão autônomo vinculado à Marinha do Brasil, o TM sempre recebeu a adequada atenção da Força Naval, que tem provido, de forma inequívoca, recursos orçamentários e de pessoal para o funcionamento do TM, inclusive, tornando possíveis as alterações necessárias para que a Corte do Mar não interrompesse suas atividades mesmo em tempos de pandemia.

Como apresentado, o Brasil é uma Nação vocacionada para o mar, sendo essencial que os brasileiros cada vez mais reconheçam a relevância do Tribunal Marítimo, e sua contribuição para que a navegação em nossas águas jurisdicionais se mantenha cada vez mais segura. A MB trabalha diuturnamente nesse sentido, mas conta com a atuação constante da única Corte Marítima de nosso país, seja no julgamento de acidentes da navegação ou no registro de embarcações, para corroborar as ações imprescindíveis para a manutenção do elevado patamar de segurança do tráfego aquaviário, que caracteriza o Brasil.

Nosso Tribunal Marítimo tem se revelado, ao longo de quase nove décadas de profícua atuação, imprescindível para uma Nação agraciada com uma Amazônia Azul, constituindo-se em um dos alicerces da maritimidade, da "justiça marítima" e da segurança da navegação neste país verde e amarelo, cujo futuro é azul, pois está no mar.

Que essa Corte siga honrando o seu lema: "Tribunal Marítimo, trabalhando pela justiça e segurança da navegação!"

*Wilson Pereira de Lima Filho é vice-almirante (RM1) e exerce o cargo de Presidente do Tribunal Marítimo (SET/2021) e o conteúdo do artigo constitui opinião pessoal do autor, não refletindo quaisquer posicionamentos institucionais.

Referências 

BRASIL. Lei 2.180, de 5 de fevereiro de 1954. Dispõe sobre o Tribunal Marítimo. Disponível aqui. Acesso em: 2set. 2021.

BRASIL.Lei 9.537, de 11 de Dezembro de 1997. Dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 12 de Dezembro de 1997. Disponível aqui. Acesso em 2set. 2021.

BRASIL.Lei 13.105/15, de 16 de Março de 2015, que instituiu o Código de Processo Civil. In: Palácio do Planalto. Disponível aqui. Acesso em: 3 set. 2021.

FERRARI, Sérgio. Tribunal marítimo: natureza e funções. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.

LIMA FILHO, Wilson Pereira de. Tribunal Marítimo: visitando a Corte do Mar Brasileira. In: LEWANDOWSKI, Enrique Ricardo (Org.). Direito marítimo: estudos em homenagem aos 500 anos da circum-navegação de Fernão de Magalhães. Belo Horizonte:Fórum, 2021. p. 599-614.

PIMENTA, Matusalém Gonçalves. Direito processual marítimo. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.

OCTAVIANO MARTINS, Eliane M. Curso de direito marítimo. v.I. Teoria geral. 4. ed.,Barueri: Manole, 2013.

__________

1 Este patrimônio nacional, a Amazônia Azul, é reconhecido como marca registrada da Marinha do Brasil pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).É a região que compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica que se projeta a partir do litoral, incluindo o Mar Territorial, a Zona Economia Exclusiva, até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira.

2 Considera-se fato da navegação: "o mau aparelhamento ou a impropriedade da embarcação para o serviço em que é utilizada e a deficiência da equipagem; a alteração da rota; a má estivação da carga [...]; a recusa injustificada de socorro à embarcação em perigo; todos os fatos que prejudiquem ou ponham em risco a incolumidade e segurança da embarcação, as vidas e fazendas de bordo; o emprego da embarcação, no todo ou em parte, na prática de atos ilícitos, previstos em lei como crime ou contravenção penal, ou lesivos à Fazenda Nacional." (Lei 2.180/54, Artigo 15).

3 A NORMAM-09 disponível aqui estabelece as normas para instauração e instrução de Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), suas formalidades e tramitação até o Tribunal Marítimo (TM).

4 Boletim criado no segundo semestre de 2018, que trás de forma sucinta: síntese do acidente ou fato da navegação, local, tipo de embarcação (sem identificar), ensinamentos colhidos e recomendações ao navegante.

 

FONTE: MIGALHAS

https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-maritimas/352404/por-que-um-tribunal-maritimo-para-o-brasil-reflexoes

Os navios e suas transformações com o passar do tempo

IMAGEM: ENGEPLUS

Disparada do frete marítimo dificulta importação e encarece preço de importados

Com a retomada gradual das vendas no comércio e a expectativa do primeiro Natal de reencontro das famílias após o avanço da vacinação contra a Covid-19, o comércio se empenha para garantir prateleiras abastecidas até o fim do ano. Com a pandemia, o frete marítimo internacional quadruplicou de preço.

Faltam navios e contêineres para dar conta do movimento de carga. As empresas do varejo tiveram de antecipar pedidos, optar por outros meios de transporte quando possível e ampliar estoques.

Algumas empresas recorreram a voos fretados de Hong Kong para Guarulhos. E uma rede de supermercados decidiu desistiu do navio e neste ano trouxe as nozes do Chile de caminhão.

É cenário que resulta em aumento de custos. Além do frete, pesam ainda o dólar nas alturas, encarecendo importados e insumos, e a inflação, que exige foco no melhor preço em razão da perda do poder de compra da população.

 

FONTE: AGÊNCIA O GLOBO

 

IMAGEM: MICROLINS

Para 68% dos CEOs entrevistados, profissionais que possam trabalhar em projetos de diferentes áreas dentro da empresa serão parte do novo modelo de trabalho.

A pandemia acelerou mudanças no mercado de trabalho. Tendências como a flexibilização de local e horário de trabalho e habilidades que vão além de conhecimentos técnicos estão cada vez mais no radar dos CEOs.

Segundo pesquisa do site de empregos Indeed, feita com 132 CEOs de grandes empresas brasileiras, 95% dos entrevistados acreditam que a cultura do trabalho está se tornando cada vez menos centralizada e, para o pós-pandemia, será necessário que os profissionais desenvolvam suas habilidades de autogestão.

“Seguindo a ideia de capacidade de autogestão dos próprios colaboradores, um dado que surpreendeu foi o fato de 34% dos CEOs entrevistados considerarem que modelos de equipe não hierárquicos serão parte fundamental para o futuro do trabalho”, informa Felipe Calbucci, diretor de vendas do Indeed no Brasil.

As mudanças decorrentes dos protocolos de saúde e distanciamento social, como o home office, vieram para ficar. Para os CEOs, a possibilidade de contratação de profissionais independente da sua localização e a flexibilização do local e horário de trabalho são critérios importantes parte do futuro do trabalho na era pós-pandemia, mencionados por 80% e 70% dos respondentes, respectivamente.

O profissional do futuro

Além das mudanças no mercado de trabalho em si, os profissionais do futuro também precisam desenvolver algumas habilidades específicas.

Na visão de mais de 85% dos CEOs entrevistados, os papéis de trabalho também serão menos definidos no futuro e serão necessários profissionais flexíveis e capazes de se empenhar em projetos ou áreas diferentes, assim como profissionais capazes de trabalhar em grupos multidisciplinares.

Além disso, para 68% dos CEOs, profissionais que possam trabalhar em projetos de diferentes áreas dentro da empresa serão parte desse novo modelo de trabalho.

Para mais de dois terços dos entrevistados, a capacidade de adquirir novos conhecimentos será mais importante do que treinamento em capacidades específicas.

“É claro que as habilidades técnicas ainda serão importantes, afinal um especialista faz a diferença no mercado. Mas, mais do que apenas saber a parte técnica, os líderes procuram profissionais adaptáveis e com inteligência emocional, que sejam capazes de aprender e se desenvolver também em novas áreas”, afirma Calbucci.

Diversidade traz inovação

No último ano, a diversidade tornou-se um tópico urgente nas organizações, e na pesquisa também foi apontada pelos CEOs como importante para o futuro. Além de afirmarem que um ambiente inclusivo e diverso é necessário para uma sociedade mais justa, os entrevistados também disseram que grupos mais diversos são mais criativos na solução de problemas (80%) e que a empresa é mais inovadora com uma diversidade de perspectivas (73%).

Mesmo com a vacinação em massa e a volta da normalidade no funcionamento dos comércios e estabelecimentos, a quarentena trouxe práticas corporativas que continuarão sendo aplicadas.

“A tecnologia faz parte desse futuro, mas características como comunicação, criatividade e colaboração serão mais demandadas dos dois lados da moeda, organizações e funcionários. Profissionais que estão entrando agora no mercado de trabalho, e também as organizações, têm a chance de entender essa nova realidade e se adaptar a ela”, diz Calbucci.

A pesquisa foi conduzida pelo Indeed com 132 CEOs, presidentes e diretores das principais empresas brasileiras para investigar o impacto das mudanças no último ano em recrutamento, seleção e retenção de talentos e como tais mudanças estão delineando o futuro do trabalho. A pesquisa foi realizada por meio de um painel online entre abril e maio.

FONTE: G1