IMAGEM: CAIO GOMEZ/CORREIO BRAZILIENSE

Coordenador técnico do DIESAT afirma que resistência empresarial à nova norma de saúde do trabalhador escancara lógica perversa de adoecimento e exploração.

Dados divulgados pela Folha de S. Paulo revelam que ações na Justiça do Trabalho por esgotamento profissional cresceram 14,5% no início de 2025, acumulando um passivo de R$ 3,75 bilhões. Apesar de ser reconhecida pela OMS, desde 2022, como doença ocupacional, o burnout ainda não se tornou alvo objetivo de políticas públicas sérias para proteger o trabalhador. O colapso mental, físico e emocional, cada vez mais comum nas empresas, está ligado a um ambiente tóxico de trabalho, marcado por assédio moral (e/ou sexual), prolongamento da jornada sem folgas, cobrança de metas e prazos, tarefas levadas para o âmbito familiar, falta de reconhecimento, intolerância a erros e falhas cometidas e até infra-estrutura de trabalho inadequada, com vigilância eletrônica da rotina por algoritmos.

A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que obriga as empresas a mapear riscos psicossociais no ambiente de trabalho, teve sua validade adiada para 2026 após forte pressão do setor empresarial. Para o especialista em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, Eduardo Bonfim da Silva, o adiamento da nova versão da NR-1, especialmente no que diz respeito aos riscos psicossociais, evidencia a postura do empresariado brasileiro diante da saúde mental dos trabalhadores. “A saúde mental ainda é tratada como custo, e não como direito. O patronato empurrou o adiamento porque não quer encarar que o sofrimento psíquico é gerado por sua própria lógica de gestão”, afirma.

Coordenador técnico do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisa em Saúde do Trabalhador (Diesat), Bonfim relembra que, no setor bancário, a pandemia escancarou os riscos: “O que parecia cuidado era, na verdade, resposta à pressão pública. Nada estrutural foi transformado. As metas abusivas, a vigilância por algoritmos e a gamificação da produtividade continuam destruindo corpos e mentes”.

Riscos psicossociais: assédio, metas e cultura do medo

Questionado sobre os fatores mais tóxicos no ambiente de trabalho, Eduardo Bonfim é direto: “As empresas, quando olham para o problema, veem os monstros que ajudaram a criar: metas inalcançáveis, assédio moral, jornadas exaustivas, cultura do medo e meritocracia excludente”.

Segundo ele, apesar de o Ministério da Saúde já associar burnout à pressão por produtividade e à competitividade desumana, o empresariado insiste em uma visão individualizante do sofrimento. “Adoecer virou sinônimo de fraqueza, não de uma estrutura de trabalho adoecedora”, denuncia.

Burnout não se cura com palestra motivacional

“A grande maioria dos trabalhadores que enfrentam o burnout não recebe apoio real”, denuncia Bonfim. As ações empresariais, quando existem, são paliativas. “Palestras, escuta terceirizada, campanhas de bem-estar… tudo sem tocar na estrutura de poder e opressão que adoece o trabalhador.”

Para o Diesat, diz Bonfim, a saúde mental precisa ser tratada como política pública e direito humano, com sindicatos atuando como “guardas da vida” frente a uma lógica de trabalho que banaliza o sofrimento.

Selo de saúde mental do MTE: símbolo ou mudança concreta?

Sobre o selo de saúde mental proposto pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Eduardo Bonfim mantém um olhar crítico: “É uma iniciativa válida, mas só terá impacto se vier acompanhada de critérios rigorosos, controle social e consequências reais. Caso contrário, vira mais um certificado bonito na parede”.

O especialista alerta: “Mudança real vem com regulação, fiscalização séria e, sobretudo, com a pressão organizada da classe trabalhadora”.

Brasil atrasado por escolha política: “Há quem lucre com o adoecimento”

Para Bonfim, o atraso brasileiro em regulamentar e fiscalizar ambientes de trabalho saudáveis não é acidental. “Existe um projeto político que se beneficia do adoecimento da classe trabalhadora. O Estado, historicamente, lavou as mãos”.

Ele denuncia o desmonte das políticas de saúde do trabalhador e a precariedade da fiscalização. “Auditores sobrecarregados, empresas livres e sofrimento invisibilizado. Mas isso não pode ser naturalizado. A mudança começa no chão das fábricas, das agências, das escolas. É ali que o trabalhador adoece em silêncio.”

Trabalhadoras na linha de frente do adoecimento: “A precarização tem cor, gênero e classe”

Os dados não deixam dúvidas: entre 2014 e 2024, mais de 24 mil notificações de transtornos mentais relacionados ao trabalho foram registradas, a maioria de mulheres. “A sobrecarga da jornada, a violência simbólica e a desigualdade salarial esmagam as trabalhadoras”, afirma Bonfim.

Ele também alerta para os perigos da escala 6×1 e do trabalho remoto sem regulação. “Não há saúde sem tempo. Sem limite. Sem valorização. O trabalho perdeu sua função social quando passou a roubar a vida das pessoas.”

Trabalho é vida, não deve ser sentença de sofrimento

Eduardo Bonfim encerra com um recado contundente: “O Diesat existe para denunciar, formar e transformar. O patronato não vai mudar por boa vontade. É com luta, consciência crítica e enfrentamento direto que vamos construir um trabalho que não adoeça nem mate.”

Segundo ele, é hora de reafirmar o compromisso com a vida no ambiente de trabalho: “Nenhum lucro justifica uma vida adoecida. Nenhuma meta vale mais que uma existência digna. Ou mudamos, ou seremos cúmplices do sofrimento.”

FONTE: PORTAL VERMELHO

IMAGEM: THE HINDU

Na mais recente reviravolta na guerra comercial desencadeada por Donald Trump, um tribunal federal americano bloqueou as tarifas abrangentes do presidente.

O Tribunal de Comércio Internacional decidiu que a lei de emergência invocada pela Casa Branca não concede ao presidente autoridade unilateral para impor tarifas a quase todos os países. Também bloqueou as taxas separadas que os EUA impuseram à China, México e Canadá.

O governo Trump rapidamente interpôs um recurso, afirmando: "Não cabe a juízes não eleitos decidir como lidar adequadamente com uma emergência nacional".

“Em termos práticos, isso adiciona um novo nível de incerteza aos importadores americanos”, comentou Lars Jensen, chefe de consultoria de transporte de contêineres da Vespucci Maritime, via LinkedIn. “Eles não só precisam lidar com os riscos associados às mudanças nas tarifas. Agora, também se questiona se as tarifas anunciadas serão ou não implementáveis ​​ e isso também levanta a questão de se as tarifas pagas nas últimas semanas poderão ser recuperadas. Se as tarifas forem finalmente (após recursos) consideradas ilegalmente implementadas, os transportadores devem ter bons argumentos para obter o reembolso das tarifas pagas.”

Trump recuou em sua guerra comercial com a China no início deste mês, cortando as tarifas em 115% por um período de 90 dias, o que levou a um enorme aumento nas tarifas de frete em caixas no transpacífico, à medida que os transportadores correm para cumprir o prazo.

FONTE: SPLASH247.COM

IMAGEM: SECOM SC/ND

SC lidera início da safra industrial da tainha com 8 das 10 embarcações do país

Cidades do Litoral Norte são as únicas de Santa Catarina a possuírem embarcações autorizadas para a temporada de pesca industrial da tainha

Começou neste domingo (1º), a temporada da safra industrial da tainha no Brasil. Em 2025, 10 embarcações de cerco foram credenciadas e estão autorizadas a capturar até 50 toneladas cada.

A safra industrial vai até o dia 31 de julho ou até a cota individual das embarcações de pesca alcançarem 90%. Segundo a Portaria do Ministério da Pesca e Agricultura publicada em março, das embarcações habilitadas, oito são catarinenses e duas de São Paulo.

 presidente do Sindipi (Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região), Agnaldo Hilton dos Santos, informou ao ND Mais que todas as embarcações são de Santa Catarina, sendo sete de Itajaí e três de Navegantes.

“Eles estão com a inspeção de lá, mas moram aqui”, disse, referindo-se às embarcações registradas em São Paulo.

Neste ano, além dos industriais, os pescadores artesanais também precisarão reportar os dados de captura e têm limite de cota estabelecido. O limite total de captura da espécie Mugil liza ficou em 6.795 toneladas.

Os índices de pesca podem ser acompanhados no Painel de Monitoramento da Temporada de Pesca da Tainha, disponibilizado no site do Ministério da Pesca e Aquicultura.

Como ficou a distribuição das cotas de tainha em 2025:

  • 600 toneladas para a modalidade de permissionamento cerco/traineira (industrial), que tem como área de operação o Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva (ZEE) das regiões Sudeste e Sul do Brasil;
  • 970 toneladas para a modalidade de permissionamento emalhe anilhado (artesanal), que tem como área de operação o Mar Territorial adjacente ao estado de Santa Catarina;
  • 1.100 toneladas para as modalidades de arrasto de praia (artesanal), modalidades 6.8, 6.9, 6.10 e 6.11 da Instrução Normativa Interministerial MPA/MMA n° 10/2011, que tem como área de operação o Mar Territorial adjacente ao estado de Santa Catarina;
  • 1.725 toneladas para a modalidade de emalhe costeiro de superfície, modalidade 2.2 da Instrução Normativa Interministerial MPA/MMA n° 10/2011, que tem como área de operação o Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva (ZEE) das regiões Sudeste e Sul do Brasil; e
  • 2.300 toneladas para a captura no estuário da Lagoa do Patos, conforme área de operação definida na Instrução Normativa Conjunta MMA/Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República n° 3/2004.

FONTE: nd+

IMAGEM: SÉRGIO LIMA/PODER360

Resultado divulgado pelo IBGE vem abaixo das projeções do mercado financeiro

A taxa de desemprego ficou em 6,6% no Brasil no trimestre encerrado em abril, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O indicador mostrou relativa estabilidade ante o patamar de 6,5% registrado nos três meses até janeiro, que servem de base de comparação na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

A taxa de 6,6% é a menor para o trimestre até abril na série histórica. A Pnad começou em 2012.

O novo resultado ficou abaixo das projeções do mercado financeiro coletadas pela agência Bloomberg. A mediana estava em 6,9% até abril, e o intervalo das estimativas ia de 6,7% a 7,1%. 

A taxa de desocupação havia marcado 7% no trimestre até março, mas o IBGE evita a comparação direta entre intervalos com meses repetidos. É o caso dos períodos finalizados em março e abril.

A desocupação costuma subir no começo de ano com a busca por recolocação após o fechamento de vagas temporárias. 

Nas estatísticas oficiais, uma pessoa de 14 anos ou mais é considerada desempregada quando não está trabalhando e segue à procura de oportunidades.

A Pnad olha tanto para o emprego formal, com carteira assinada ou CNPJ, quanto para o setor informal, que inclui os populares bicos.

Apesar do choque de juros praticado pelo BC (Banco Central) para conter a inflação, o mercado de trabalho ainda mostrou sinais de força ao longo dos últimos trimestres. Esse cenário foi amparado pelo desempenho do emprego formal.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

IMAGEM: BRAINLY.COM.BR

Os acordos comerciais têm se mostrado fundamentais para reposicionar a pauta exportadora do Brasil em meio a cenário global marcado por instabilidades e tensões – especialmente em meio à guerra comercial entre EUA e China.

A economia brasileira se apoia historicamente em exportações de commodities, com cerca de 70% delas, hoje destinadas à China. Mas a exposição excessiva a poucos mercados, além da volatilidade das cadeias de suprimentos, motivou o país a buscar parcerias que diversificassem seus clientes e incentivassem um avanço na agregação de valor aos produtos exportados.

O ponto é que, mesmo assim, o Brasil permanece fechado aos fluxos globais de comércio enquanto, em paralelo, se vê diante da necessidade de avançar na celebração e na implementação de acordos comerciais internacionais.

É por isso que se tornou fundamental avançar em uma abertura comercial progressiva e abrangente – o que requer não apenas uma ampliação da rede de acordos com países de elevado potencial de consumo, mas ainda a reestruturação estratégica do Mercosul, para tornar o bloco mais flexível. 

Esse é o caminho que deveria ser adotado.

Não é trivial que um dos acordos mais emblemáticos hoje é o do Mercosul com a União Europeia, que tem sido objeto de negociações há mais de duas décadas. Será um dos maiores tratados comerciais do mundo, envolvendo 31 países com um mercado de 718 milhões de consumidores e um PIB de US$ 22 trilhões.

A UE foi o segundo maior parceiro comercial do Brasil em 2024, com corrente comercial de US$ 95,3 bilhões, ou cerca de 16% do nosso comércio exterior.

O setor de serviços é um ponto relevante que está contemplado, porque a UE é a principal exportadora de serviços do mundo (faturou cerca de US$ 2,9 trilhões e dominou 36% das vendas globais em 2023) e, ao mesmo tempo, é um mercado a desbravar. Em 2024, as trocas dentro desse setor entre Brasil e União Europeia alcançou um total de US$ 14,2 bilhões, montante que deve aumentar muito com o acordo. 

Se o tratado for aprovado pelos parlamentos, vai diminuir a dependência de mercados tradicionais e forçar setores domésticos a se modernizarem, se adequando aos requisitos de sustentabilidade e responsabilidade social – aspectos valorizados na Europa.

O Mercosul tem seguido a linha de acordos, vale dizer. Em 2023, o bloco assinou um com Singapura, que hoje é o sexto maior destino das exportações brasileiras, e tem negociações avançadas com os Emirados Árabes Unidos e com o bloco EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein), além de conversas com o Panamá, El Salvador e México. 

Para além do bloco sul-americano, o Brasil vem fortalecendo laços com a China. O Plano de Cooperação para o Estabelecimento de Sinergias entre Brasil e China, firmado em 2023, por exemplo, alinha programas domésticos – como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica – com iniciativas chinesas, sobretudo a já famosa Cinturão e Rota.

No ano passado, quando o presidente chinês, Xi Jinping, esteve no Brasil, ele assinou um portfólio de 37 acordos bilaterais entre setores como habitação urbana, energia nuclear, agronegócio, tecnologia e estrutura.

E não são apenas os blocos: o Brasil também participa de acordos no âmbito da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), que promove a integração econômica com países da região com benefícios tarifários e harmonização de políticas comerciais. Essa estratégia regional não só facilita o acesso a mercados vizinhos como contribui para criar cadeias produtivas mais robustas.

Esses novos acordos são fundamentais para o Brasil se abrir ao mundo do jeito que entendemos ser importante ao país. Diversificam destinos exportadores, fortalecem competitividade dos setores nacionais, ao incentivar modernizações tecnológicas e produtivas, e proporcionam um ambiente de maior previsibilidade para o investimento estrangeiro. 

Em um mundo onde as tensões comerciais entre gigantes podem gerar um efeito dominó, com instabilidade dos preços e oscilações do câmbio, contar com uma rede diversificada de acordos oferece uma margem de manobra estratégica, reduzindo vulnerabilidade e abrindo espaço para o desenvolvimento de cadeias de valor. É uma mudança que precisa se consolidar, mas cujo esforço é louvável. 

Estar preparado para atravessar o cenário atual é essencial.

FONTE: JOTA - RUBENS MEDRANO

 

IMAGEM: SINTTEC

Emenda apresentada ao PL 1663/23 permite o cancelamento digital da contribuição sindical por empresas privadas, medida criticada por entidades sindicais por fragilizar o financiamento e a organização dos trabalhadores.

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) acompanhou, nesta terça-feira (27), na Câmara dos Deputados, a análise do Projeto de Lei (PL) 1663/23, de autoria do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), que trata da modernização das relações trabalhistas e sindicais, propondo a revogação de trechos desatualizados da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por incompatibilidade com a Constituição Federal e com normas legais posteriores.

Durante o debate, o ponto que gerou maior controvérsia no Plenário foi uma emenda apresentada pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), que autoriza o cancelamento de contribuições sindicais de forma online, por meio de aplicativos de empresas privadas credenciadas para serviços de autenticação digital.

A posição do movimento sindical é contrária à emenda e a iniciativas que possam enfraquecer os sindicatos e prejudicar a organização dos trabalhadores, já impactados pela reforma trabalhista de 2017.

Na oportunidade, o relator do projeto, deputado Ossésio Silva (Republicanos-PE), foi alvo de críticas após descumprir um acordo político. O PL estava sendo negociado de forma ampla entre líderes partidários e entidades sindicais, com a expectativa de que algumas modificações fossem rejeitadas para garantir sua aprovação. No entanto, em uma manobra surpreendente, o relator manteve sua posição, contrariando o acordo.

Além disso, o Diap avalia que algumas outras emendas em discussão podem flexibilizar direitos ou criar brechas para a precarização. Por isso, busca consolidar um entendimento com a Mesa Diretora e líderes partidários para barrar mudanças consideradas nocivas, articulando-se na tentativa de aproximação com o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). O objetivo é restabelecer um consenso entre as bancadas para rejeitar emendas prejudiciais ao interesse dos trabalhadores e à estabilidade da legislação trabalhista.

FONTE: DIAP

IMAGEM: SPLASH247.COM

Mais de um quarto de século após a venda da Safmarine para a Maersk, a África do Sul está lentamente se preparando para fundar outra transportadora marítima nacional.

Em fase de planejamento desde 2017, Pretória está finalizando os planos para a criação de uma companhia marítima nacional, com o Departamento de Transportes convidando as companhias marítimas a participar de um comitê diretor para estabelecer um modelo para o novo negócio, com o Banco de Desenvolvimento da África Austral (DBSA) envolvido em sua criação. A nova transportadora provavelmente se chamará South African Shipping Company (SASCO).

Navios-tanque de petróleo bruto e produtos químicos, bem como porta-contêineres, graneleiros e barcaças de bunker, estão sendo alvo de atenção do governo, sejam eles novos ou usados. Todos os navios teriam bandeira sul-africana.

A Safmarine, com seus icônicos cascos brancos, foi vendida para a Maersk em 1999, com a transportadora dinamarquesa tomando a decisão de encerrar a marca há cinco anos.

FONTE: SPLASH247.COM

IMAGEM: DIVULGAÇÃO

Crescimento coincide com decisão da Justiça do Trabalho sobre permitir ações sem risco de o trabalhador ter de arcar com as custas do processo em caso de derrota

O número de ações trabalhistas bateu recorde em 2024. A Justiça do Trabalho recebeu mais de 4 milhões de processos, o maior volume em 15 anos. Desse total, 3,6 milhões foram novas ações –um crescimento de 16,1% em relação a 2023. A marca de novos processos –que exclui recursos e reiterações– não era vista desde 2017, quando foram ajuizadas 3,68 milhões de ações.

Esse crescimento das ações trabalhistas se deu depois de uma decisão do TST em 16 de dezembro de 2024, quando ficou estipulado que trabalhadores com renda de até 40% do teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não precisariam mais comprovar incapacidade financeira para arcar com os custos processuais. Assim, passou a ser concedido o acesso gratuito à Justiça de forma automática. Já aqueles com rendimentos superiores a esse limite passaram a ter o direito de solicitar o benefício por meio de uma declaração de pobreza. 

Essa declaração de pobreza é feita pelo próprio interessado. Caberá à empresa empregadora ter de eventualmente contestar e provar que essa informação é falsa. Só assim o processo será barrado, mas a essa altura já estará tramitando na Justiça e provocando custos para o empregador –que terá de mobilizar seus advogados.

Essa facilidade para os trabalhadores –dizer que são hipossuficientes financeiramente com uma simples declaração–reverteu parcialmente as determinações da Reforma Trabalhista (lei 13.467 de 2017), sancionada pelo então presidente Michel Temer (MDB). Sem o risco de ter de pagar pelas causas do processo em caso de derrota, qualquer trabalhador pode entrar na Justiça –e é o que tem ocorrido, com uma avalanche de novas ações.


PANDEMIA E NOVOS MODELOS

Durante a pandemia de covid-19, o número de novas ações trabalhistas caiu para o menor nível desde 2010.

Em 2020, foram registradas cerca de 2,5 milhões de novas ações, uma queda de mais de 18% em relação ao ano anterior.

RETOMADA GRADUAL

A retomada das ações começou de forma gradual, como se observa nos gráficos deste post. O aumento se deu, em especial, depois de decisão do TST que restabeleceu a gratuidade plena da Justiça do Trabalho para quem apresentasse declaração de hipossuficiência financeira –uma simples autodeclaração, sem necessidade de apresentar provas.

A mudança introduzida pelo TST funciona como um incentivo para qualquer trabalhador que é demitido: entra na Justiça e tenta uma indenização argumentando o que bem desejar. Se perder a ação, tudo bem: não será cobrado pelas custas do processo.

Questões de rescisão contratual lideram os processos trabalhistas. Segundo dados mais recentes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), esse tipo de processo representou 12% do total de casos novos registrados em 2023. Eis a íntegra do relatório (PDF – 16 MB).

Além da rescisão, aparecem com frequência nas Varas e Tribunais Trabalhistas: disputas sobre duração da jornada, verbas remuneratórias e indenizatórias, benefícios, contrato individual de trabalho e responsabilidade civil do empregador.

INSEGURANÇA JURÍDICA

Os dados de 2025 já mostram que o aumento na judicialização deve continuar.  De janeiro a abril, já foram protocoladas mais de 1,2 milhão de ações trabalhistas novas, alta de 6,38% em relação ao mesmo período de 2024.

O Poder360 procurou o TST por meio de e-mail para perguntar se gostaria de se manifestar sobre os dados apurados nesta reportagem. Não houve resposta até a publicação. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

FONTE: Poder360 - https://www.poder360.com.br/poder-justica/numero-de-acoes-trabalhistas-bate-recorde-em-15-anos/

IMAGEM: USS Gerald R. Ford (USN file image)

A tripulação do porta-aviões futurista USS Gerald R. Ford está prestes a testar um dispositivo de monitoramento de pessoal igualmente futurista. Em sua próxima missão, os membros da tripulação contarão com um rastreador de saúde pessoal, o Oura Ring – um pequeno anel de titânio que contém sensores de frequência cardíaca, temperatura corporal, nível de oxigênio no sangue e aceleração. Entre outras coisas, esses dados permitem que o Oura avalie a qualidade do sono e a fadiga, que são os principais alvos de um novo estudo da Marinha.

A fadiga é um tema constante nos relatórios de acidentes marítimos, e as duas maiores perdas da Marinha dos EUA na última década tiveram a falta de sono como fator contribuinte. Na madrugada de 17 de junho de 2017, o contratorpedeiro USS Fitzgerald colidiu com o porta-contêineres ACX Crystal, abrindo um buraco de cerca de 3,6 metros por 5,2 metros no casco do Fitzgerald. Sete marinheiros morreram, e os sobreviventes salvaram o navio apenas graças a esforços heroicos de controle de danos. Pouco mais de dois meses depois, o contratorpedeiro USS John S. McCain atingiu o petroleiro Alnic MC perto de Cingapura, matando 10 marinheiros de McCain.

Os investigadores constataram que as tripulações do McCain e do Fitzgerald tiveram pouco tempo para descansar. A bordo do Fitzgerald, os oficiais de serviço dormiram "pouco ou nada" antes da noite do acidente devido a eventos ocorridos no porto, segundo um relatório pós-ação. No McCain, os registros mostraram que os 14 tripulantes na ponte durante a colisão dormiram, em média, menos de 5 horas nas 24 horas anteriores, e um indivíduo relevante não dormiu nada.

Oito anos depois, pesquisadores da Marinha ainda trabalham para desenvolver ferramentas melhores para ajudar os comandos a lidar com a fadiga. O estudo de dados de saúde a bordo do USS Gerald R. Ford é uma tentativa de coletar mais informações sobre como um longo período de missão afeta a tripulação, disseram os pesquisadores ao Navy Times.

A segurança operacional influenciou a seleção de hardware e software da Marinha: após o fiasco do Strava em 2018, no qual um aplicativo de condicionamento físico pessoal baseado em nuvem divulgou as localizações GPS de militares em todo o mundo, a Marinha selecionou um produto que seria mais discreto. O Oura Ring não possui assinatura de RF de longa distância, disseram os pesquisadores ao Navy Times.

O objetivo final é dar aos tripulantes uma maneira de monitorar sua própria prontidão e, ao mesmo tempo, fornecer aos comandantes dados detalhados sobre como seus subordinados são afetados pela fadiga. "Estamos ajudando a liderança desses navios a entender como a missão está impactando o sono e a recuperação de seus marinheiros, especialmente à medida que eles participam dessas missões que envolvem muito estresse", disse a Dra. Rachel Markwald, do Centro de Pesquisa em Saúde Naval, ao Navy Times.

Os tripulantes participantes poderão manter seu próprio Anel Oura se o usarem por mais de três quartos da missão.

FONTE: THE MARITIME EXECUTIVE

IMAGEM: Antonio Cavalcante / Ascom Setran-PA

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aprovou hoje (26) a licença de instalação para a obra de derrocamento do Pedral do Lourenço, considerada pelo Ministério de Portos e Aeroportos como fundamental para viabilizar a concessão da Hidrovia do Tocantins.

A licença que foi expedida ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) trata do Trecho 2, entre Santa Teresinha do Tauiri e a Ilha do Bogéa, no Pará, e tem 14 condicionantes específicas. O trecho tem 35 km de extensão e inclui a instalação dos canteiros de apoio, industrial e paiol de explosivos. A empresa responsável pela obra é a DTA Engenharia.

A licença prévia para o empreendimento foi emitida em 2022. Depois de concluída a obra, o Ibama precisará emitir a Licença de Operação. Em entrevista à Agência iNFRA, o secretário nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes, afirmou que a licença de hoje é simbólica para o setor hidroviário, pois permite dar os próximos passos para iniciar as obras. A data de início, no entanto, ainda precisa ser definida pelo DNIT, que é o órgão responsável pela execução.

“Eles estão fazendo a avaliação do que, dessas condicionantes [listadas pelo Ibama], eles têm que fazer algum tipo de entrega prévia à ordem de serviço da obra”, explicou o secretário. “Se houver alguma dessas condicionantes prévias ao início de obra, eles [o DNIT] têm que executar.”

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, celebrou na rede social X a aprovação do licenciamento, a qual considera um marco para o país, e destacou que a obra vai destravar o escoamento de grãos, reduzir os custos logísticos e impulsionar a economia do Norte e do Centro-Oeste.

FONTE: AGÊNCIA INFRA

IMAGEM: Claudio Neves/Portos do Paraná

Projeto que propõe nova legislação portuária avança na Câmara sob contestação jurídica e intensa participação social 

A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados debateu nesta quarta-feira (28), o projeto de lei PL 733/2025 que propõe alterações na legislação portuária. Apesar de o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REPUBLICANOS-PB), ter anunciado a criação de Comissão Especial para analisar a proposição, a audiência foi realizada e contou com a presença de deputados, dirigentes sindicais dos trabalhadores em portos e representantes empresárias do setor.

A proposição foi protocolada pelo deputado Leur Lomanto (UNIÃO-BA), porém, seu conteúdo surgiu com a Comissão Especial de Juristas criada no âmbito da Câmara dos Deputados para propor nova lei de portos que substitua a Lei 12.815/13. Lei mais sobre o anteprojeto aqui.

Audiência

Com ampla participação de trabalhadores, o presidente da Comissão de Trabalho, deputado Léo Prates (PDT-BA), abriu a reunião que contou com especialistas na legislação portuária assim como trabalhadores e associações e representantes de classe do setor produtivo.

Há uma série de críticas a proposta que vão desde o vício de iniciativa, que segundo o advogado Ronaldo Curado Fleury, especialista em direito do trabalho portuário, o projeto só poderia ser apresentado pelo Poder Executivo.

Para Leo Prates, o fato da criação da Comissão Especial não elimina a possibilidade de um diálogo mediado pela Comissão de Trabalho. Na CTRAB o projeto recebeu mais de 400 emendas, o que demonstrou uma insatisfação com o texto em tramitação na Casa.

Comissão Especial

Em ato publicado pelo presidente da Câmara, foi criada a Comissão Especial para analisar o PL 733/2025. A Comissão será composta de 19 (dezenove) membros titulares e de igual número de suplentes, mais um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas pela proporcionalidade de vagas.

Existe um acordo previamente definido que de que o colegiado será comandado pelo deputado Murilo Galdino (REPUBLICANOS-PB) e o relator da proposta será do deputado Arthur Oliveira Maia (UNIÃO-BA).

FONTE: DIAP

IMAGEM: Photo courtesy Indian Coast Guard

O porta-contêineres MSC ELSA 3, de bandeira liberiana, afundou na costa de Cochim, na Índia, após uma forte inclinação que se desenvolveu aproximadamente 38 milhas náuticas a sudoeste do porto. O incidente teve início quando o navio, que partiu do Porto de Vizhinjam em 23 de maio, relatou uma inclinação de 26 graus a caminho de Cochim.

As operações iniciais de resgate da Guarda Costeira Indiana evacuaram com sucesso 21 tripulantes, enquanto o capitão, o engenheiro-chefe e o segundo engenheiro permaneceram a bordo para auxiliar nas operações de salvamento planejadas. No entanto, na madrugada de 25 de maio, o navio sofreu um rápido alagamento em um de seus porões e virou. Os três tripulantes restantes foram resgatados em segurança pelo INS Sujata.

“Todos os 24 membros da tripulação do navio porta-contêineres de bandeira liberiana MSC ELSA 3 foram resgatados com segurança, 21 pela Guarda Costeira da Índia e 03 pelo navio Sujata da Marinha da Índia”, confirmou a Guarda Costeira da Índia.

O navio transportava 640 contêineres no momento do incidente, incluindo 13 contendo carga perigosa e 12 contendo carboneto de cálcio. Além disso, o navio transportava 84,44 toneladas métricas de diesel e 367,1 toneladas métricas de óleo combustível residual em seus tanques.

Operações de monitoramento ambiental estão em andamento, com aeronaves do ICG equipadas com tecnologia avançada de mapeamento de derramamentos de óleo realizando avaliações aéreas. Até a última atualização, nenhum derramamento de óleo foi relatado.

A Guarda Costeira Indiana continua trabalhando em estreita colaboração com a administração estadual para lidar com potenciais impactos ambientais e manter a segurança marítima na região.

FONTE: GCAPTAIN